A incerteza gerada pelo período eleitoral afetou também o dólar. Nesta semana, a moeda americana superou os R$ 4 e acendeu o sinal de alerta dos mercados. De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o País, atualmente, vive mais períodos de sobressalto do que de normalidade política, o que acaba por tornar o mercado financeiro extremamente arisco.
As reações mais evidentes em decorrência do humor dos mercados se verificam no Ibovespa e no câmbio (reais por dólares). Ainda segundo a Entidade, o problema não é efetivamente saber se o dólar está acima dos R$ 4, mas se o câmbio se estabilizará nesse valor ou se subirá mais e constantemente.
Caso persista a tendência de alta, alguns produtos como o pão (que tem o trigo cotado em dólar), a gasolina (cujos reajustes consideram a cotação do petróleo no mercado internacional), entre outros produtos importados ficarão mais caros. Itens como azeite, vinhos e peixes (com destaque para bacalhau e salmão), eletroeletrônicos e viagens internacionais também serão afetados.
Segundo a FecomercioSP, o câmbio atual revela o receio de que a vertente reformista não tenha vida fácil no processo eleitoral, e, com isso, a tendência de acordo com o raciocínio dos mercados é de que o País tenha sérios problemas fiscais e, consequentemente, inflacionários. Esses fatores trariam uma crise de confiança para o Brasil, desestimulando investimentos e geração de empregos – e o câmbio continuaria se desvalorizando.
Entretanto, essa hipótese ainda é pequena. Para a Federação, não parece razoável que o Banco Central fique parado olhando o câmbio se desvalorizar ininterruptamente sem atuar, sabendo que isso teria efeitos muito grandes sobre a inflação. Também não parece razoável que qualquer candidato que seja eleito queira assumir um ambiente de terra arrasada, avalia a Entidade.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 137 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro -, gerando em torno de 10 milhões de empregos.