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Animado com a última pesquisa Datafolha, o PSB inicia nesta quinta-feira (19), o processo de construção da candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, à Presidência da República. O ex-ministro se reunirá com uma comissão eleitoral composta pelo presidente nacional da legenda, governadores, líderes da Câmara e do Senado e alguns integrantes da Executiva nacional, na sede do partido em Brasília. Esta será a primeira oportunidade que o ex-ministro terá para expor suas ideias aos correligionários e dirimir resistências ao seu nome.
O deputado federal Júlio Delgado (PSB) explicou que não há uma data definida para o lançamento da postulação de Barbosa, mas seria interessante estar com ela na rua até o início do prazo de liberação do crowndfounding (financiamento coletivo). “Ele pode ser lançado até antes do dia 15”, disse. “Não podemos perder tempo”.
Barbosa, contudo, já começou o processo para quebrar as resistências, ao se reunir, na terça, com o governador Paulo Câmara (PSB) e com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). Na ocasião, o ex-ministro disse que queria ser candidato ao Planalto, mas Câmara teria evitado declarar apoio no momento. Hoje, eles terão um novo encontro e outra possibilidade de aparar as arestas.
O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) minimizou as resistências a Barbosa. “As situações de Pernambuco e São Paulo não são insuperáveis. Não vejo como resistência a ele. Vejo como uma estratégia desenhada de valorizar os arranjos regionais”, ponderou.
No encontro, também devem ser discutidas diretrizes econômicas e sociais que o ex-ministro defenderia em uma campanha, que deve misturar uma agenda liberal com questões sociais. O partido quer que, além de sugerir novas ideias, ele resgate propostas defendidas pela sigla na campanha eleitoral de 2014, como a adoção de um novo modelo de repartição de receitas tributárias e a criação de um canal de diálogo do poder público com movimentos sociais. “É uma conversa para estabelecer os próximos passos”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Uma nova pesquisa com foco em Barbosa deve ser realizada pelo publicitário Diego Brandy, assim como um roteiro de viagens pelo Brasil, tendo em vista que as demandas já começaram a aparecer.
Os políticos que devem compor a linha de frente da coordenação nacional da candidatura de Barbosa são, além de Siqueira, os governadores Márcio França (São Paulo), Paulo Câmara (PE), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), os líderes na Câmara e Senado, Júlio Delgado (MG) e Lídice da Mata (BA), respectivamente. Além do ex-deputado federal Beto Albuquerque (RS) e do ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Marina
Siqueira disse que não está havendo conversas com a Rede, da ex-ministra Marina Silva, com o intuito de uma aliança. “Ela cuida da candidatura dela, e nós vamos cuidar da nossa”, afirmou ele, ponderando que em política não se deve dizer “nunca nem jamais”.
Tadeu Alencar, por sua vez, disse que, desde 2014, quando Marina foi a candidata do PSB ao Planalto, que o partido mantém contato com ela, mas hoje não há, a princípio, conversas no sentido de aliança.