PSB recua de moção de apoio a Geraldo e ausência dele zera jogo, dizem socialistas

Aquilo que só o deputado federal Tadeu Alencar verbalizou em público, como a coluna registrara ontem, nos bastidores do PSB, passou a ser definido como “consenso”. Em outras palavras, socialistas já não omitem, em conversas reservadas, que um “ciclo se fechou no último domingo”, durante o 15º Congresso Estadual do partido.

O encerramento desse ciclo é representado, segundo fontes da legenda revelam à coluna, exatamente, pela ausência do secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, no ato. O detalhe é que, por mais que ele viesse negando que concorreria à sucessão do governador Paulo Câmara, ainda pairava, não só no partido mas também na base aliada, uma dúvida se, de fato, era verdadeira e intransponível essa decisão.

Geraldo não só levou falta no evento, como, originalmente, a programação do congresso incluía uma moção de apoio ao nome dele como cabeça de chapa do PSB. Segundo correligionários relatam, no entanto, houve recuo nesse movimento depois que o ex-prefeito do Recife, ao tomar conhecimento previamente de tal iniciativa, teria reforçado, à direção do partido, não ter mesmo disposição para a corrida.

Em função disso, os planos foram alterados: a moção acabou substituída por uma resolução, determinando a candidatura própria do partido na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas, em qualquer circunstância, mas sem definir nome. Resultado: o que ganha eco, agora, nas coxias do PSB, é que “a não ida de Geraldo é simbólica encerrou um ciclo e zerou o jogo”.

Outra fonte governista, sob sigilo, assinala: “Se alguém tinha alguma dúvida se Geraldo ia ser candidato, essa dúvida não existe mais, nem dentro do partido e nem na própria base aliada”. Com tal indicativo, socialistas, agora, questionados sobre qual seria o plano B, devolvem: “Boa pergunta!”. À coluna e no Congresso do partido, Tadeu Alencar fez alerta, exatamente, para a necessidade de uma definição do nome do PSB que concorrerá a governador sob risco de o tempo jogar contra.

Humberto e Wolney à mesa
No restaurante do Senado, ontem, um almoço reuniu o presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, e o senador Humberto Costa. A pauta percorreu temas do cenário nacional, passando por federação, e contemplou uma troca de impressões sobre Pernambuco. No PT, se faz uma leitura de que os pedetistas dificilmente conseguirão recorrer à federação se não mudarem o plano de ter candidatura própria na corrida presidencial.

Papos pontuais > A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, já teve conversas sobre isso com Carlos Lupi, dirigente nacional do PDT, mas não aprofundaram. À coluna, Lupi declarou recentemente que federação só seria considerada pelo PDT se fosse com a Rede, sigla com a qual os pedetistas têm afinidades.

Resultado > Com 52 votos, o senador Antonio Anastasia foi eleito, ontem, pelo Senado, para ocupar a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A senadora Kátia Abreu, também no páreo, recebeu 19 votos, e o pernambucano Fernando Bezerra Coelho, líder do governo, contabilizou 7 votos.

PT x PSB > O senador Fabiano Contarato, desde maio, conversava com o PT para se filiar. Foi recebido, naquele mês, pelo ex-presidente Lula, em Brasília, numa conversa que teve o senador pernambucano Humberto Costa como testemunha. As tratativas incluíam a possibilidade de ele concorrer ao Governo do Espírito Santo, estado listado como uma das prioridades do PSB.

Incerteza > No PT, ainda não se dá como certa uma candidatura de Fabiano Contarato ao Governo do Espírito Santo e, na legenda, circula que o próprio tem ciência disso.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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