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O tesoureiro do PT Recife, Demetrius Fiorante, foi eleito para o cargo de presidente municipal e deve reforçar a ala petista que briga por aliança partidária com o PSB. O racha interno do diretório da Capital pernambucana ficou evidenciado com o pedido de desfiliação do ex-presidente Osmar Ricardo – que, com a saída, provocou a necessidade de uma eleição para um mandato-tampão até 2019. Tendo mudado para o PCdoB, Ricardo acompanhou a migração do ex-prefeito João Paulo, mas deixou no PT seus aliados. A disputa estava sendo considerada acirrada por conta da pré-candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao Palácio do Campo das Princesas.
A competição para o cargo de presidente do diretório do Recife aconteceu no último sábado. Além de Fiorante, concorreu o dirigente estadual Felipe Cury, um dos entusiastas da candidatura própria do PT e mais especificamente, um dos apoiadores da vereadora Arraes.
A eleição – indireta e decidida pelo voto de 44 diretorianos – vem na sequência das declarações do senador Humberto Costa, de que a justificativa para uma aliança com os socialistas se dava pelo fato da legenda estar “fragilizada” em Pernambuco. A vitória de Fiorante foi considerada folgada: mais de dois terços dos votos, segundo afirmou o vice-presidente Oscar Barreto. De acordo com ele, o pedido formal de aliança com o PSB ainda deve ser entregue ao diretório estadual. “Vai ser feita essa semana”, garantiu Barreto. Com o resultado positivo para os apoiadores da coligação, o grupo de Humberto sai fortalecido.
Apesar disso, Barreto também argumenta que as eleições para o diretório recifense – que acabou elegendo seu candidato – não considerou a discussão dos petistas sobre as eleições a governo. “A eleição termina em outubro e a gestão continua até o ano que vem”. No entanto, o vice-presidente admitiu que existem movimentações internas. “É claro que há um movimento de várias lideranças de confirmar essa importância de aliança. Há um movimento, claro, eu faço parte desse movimento inclusive”.
Após este pleito, os petistas têm evitado declarações polêmicas que evidenciem ainda mais o racha interno no partido. De acordo com o presidente estadual da sigla, Bruno Ribeiro, espera-se uma relação tranquila com o diretório do Recife. Bruno também reforçou que as questões referentes a alianças estão sendo discutidas sem considerar o cenário local e ressaltou o projeto nacional do partido.