Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre o orçamento familiar dos brasileiros revela que quatro em cada dez (39%) dos entrevistados casados ou em união estável brigam com o parceiro por causa de dinheiro. Os principais motivos de brigas são discordâncias sobre os gastos da casa (41%), não ter reservas para imprevistos (32%) e o fato de não querer pagar pelos gastos do cônjuge (19%).
O estudo diz ainda que 40% dos brasileiros casados ou em união estável não contam sobre todas as compras ao cônjuge. Em geral, 61% deles não contam sobre algumas compras para evitar conflitos, sendo que 37% dizem ter prioridades diferentes e tentam conciliar desejos com família sem causar discussões e 24% querem evitar brigas. Há ainda 25% que não informam todas as compras que fazem por não gostarem de ter seu dinheiro controlado. Entre os gastos mais omitidos estão roupas (35%, principalmente entre as mulheres, 48%), maquiagem, perfumes ou cremes (30%, com destaque entre as mulheres, 59%), calçados (28%, com queda de 24 pontos percentuais em relação ao ano anterior), cigarros, bebidas e substâncias ilícitas (20%, sobretudo entre homens, 28%).
Segundo Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, esconder os gastos do parceiro não é a melhor opção, seja qual for o motivo. “Com a omissão, algum dos lados pode se sentir enganado e, se isso acontecer, o relacionamento pode ser abalado. Além disso, gastos omitidos também podem prejudicar o equilíbrio do orçamento familiar. É importante que o casal saiba de todas as despesas para manter um bom controle financeiro”, recomenda.
O estudo mostra também que quatro em cada dez entrevistados casados (39%) não sabem exatamente quanto o cônjuge ganha por mês e também 39% não sabem se o parceiro possui aplicações ou investimentos. Por outro lado, 24% sabem todos os valores e 23% aplicam em conjunto. Além disso, 34% dos cônjuges de quem respondeu à pesquisa não sabem ou não sabem ao certo quanto estes ganham por mês.
74% dos entrevistados afirmam ter planos com o parceiro para os próximos dez anos, sendo que 40% deles fazem algo para realizá-los e 34% não fazem nada de concreto. Pelo menos 25% dos entrevistados casados ou em união estável costumam gastar mais do que podem para agradar ao cônjuge.
“Quanto mais as pessoas estiverem em sintonia, maior será a probabilidade de que consigam caminhar na mesma direção, no sentido de preparar-se para imprevistos e concretizar objetivos de médio e longo prazo. Somente o diálogo torna possível conciliar os interesses de cada um, respeitando as individualidades e estabelecendo metas conjuntas”, diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz.