Por Inaldo Sampaio
A imprensa sulista divulgou ontem que o PSDB examina a possibilidade de lançar candidato ao Governo de Pernambuco para respaldar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Tese correta, sem nenhuma dúvida, pois como diz há meses o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, é inconcebível que o partido que liderou a oposição aos governos de Lula e Dilma não tenha candidato próprio no Estado mais politizado do Nordeste. O próprio Elias colocou seu nome à disposição do PSDB, mas não sensibilizou a direção regional do partido, que já estava comprometida com a candidatura do senador Armando Monteiro Neto havia meses. Por isso, a versão de que o deputado Bruno Araújo seria candidato a governador carece de lógica. Primeiro, porque o jovem e talentoso deputado, até prova em contrário, não embarcaria numa aventura. Pernambuco pode até ter 40% dos seus eleitores que não votam no PT, como se divulgou ontem, mas a preferência deles não é pelo ex-governador de São Paulo, que tem menos de 5% de intenções de voto no Estado. Ademais, Bruno Araújo seria candidato com apoio de quem, sabendo-se que os espaços políticos já estão ocupados por Paulo Câmara, Marília Arraes e Armando Monteiro? Bruno nunca teve interesse sequer pela candidatura a senador, pois, se tivesse, já teria se lançado há muito tempo. Ele gosta mesmo é de ser deputado e, se tiver juízo, como se presume que tenha, disputará a reeleição.
Ainda na luta
Humberto Costa (PT) ainda não deu por encerrados seus esforços em prol de uma aliança do seu partido com o PSB a fim de tornar-se candidato à reeleição na chapa de Paulo Câmara. Não deu um passo até agora pela candidatura de Marília Arraes, que já recebeu o aval de Lula, e talvez se candidate a deputado federal apostando na força do “lulismo” em Pernambuco.
No plural > Luciana Santos (PCdoB) prega a unidade das esquerdas na eleição presidencial por ter chegado a uma óbvia conclusão. No Brasil sempre existiram “a direita” (no singular) e “as esquerdas” (no plural). A “direita”, mais pragmática, já se uniu em torno de Alckmin (PSDB).
Erro crasso > Bolsonaro (PSL) esqueceu que é candidato a presidente da República e fez um discurso de mais de 1 hora na sua convenção. Em solenidades do gênero, quem é do ramo faz discurso lido para ficar como documento para a história.
Na encruzilhada > Não é fácil a vida do PSDB pernambucano. Descarta, por óbvio, Paulo Câmara (PSDB) e Marília Arraes (PT), está com suas relações estremecidas como Armando Monteiro (PTB) e não quer lançar candidato próprio a governador.
Corpo mole > Numa conta primária, há pelo menos 20 deputados estaduais da Frente Popular insatisfeitos com o governo. Eles não têm independência política para romper, mas podem fazer “corpo mole” na campanha de Paulo Câmara.
Carga máxima > Aliados de Armando Monteiro (PTB) prometem fazer uma “convenção de arromba” para lançar a candidatura dele a governador. O time “armandista” é forte, mas até agora não suou a camisa.