Começa a valer nesta segunda-feira (29) o reajuste anual das contas de luz em todo o Estado de Pernambuco. O aumento médio nas tarifas será de 5,04%. Mas, para os consumidores residenciais, a conta deve subir 5,14%. Por isso, é importante ficar de olho até nos pequenos hábitos de consumo dentro de casa, para diminuir o gasto e sentir um pouco menos os efeitos do aumento no bolso.
Segundo o engenheiro de eficiência energética da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), Artur Costa, medidas como utilizar o chuveiro elétrico em modo verão, monitorar equipamentos em standby, ligar lâmpadas apenas ao entrar no ambiente e não deixar carregadores de celular na tomada após a carga completa devem ajudar a baratear a conta ao final do mês. “Outra coisa que o pessoal não se atenta muito é que existe um selo do Inmetro entre A e E. Além disso, há uma etiqueta do selo Prosel que garante que o equipamento é o mais eficiente da categoria”, acrescenta Costa. Vale lembrar que os equipamentos com o selo A do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) possuem melhor eficiência energética, e, consequentemente, gastam menos energia.
Engenheiro que pertenceu aos quadros da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e participa da ONG Ilumina (Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico Brasileiro), José Antônio Feijó também alerta sobre os caminhos que o pernambucano deve seguir para amenizar os efeitos do aumento da energia. “Os consumidores precisam consumir da maneira mais eficiente possível”, diz Feijó, que, no entanto, critica o reajuste. “Acho um absurdo esse modelo brasileiro. As empresas têm muito lucro, mas esse aumento é previsto na regulamentação legal”, afirma Feijó.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autorizou a Celpe a reajustar suas tarifas na semana passada, o cálculo do reajuste considera a variação de custos associados à prestação do serviço. Entre os itens que contribuíram para o aumento da tarifa estão o custo de aquisição de energia, que teve peso de 4,45%; a inclusão de componentes financeiros, com 6,51% e os custos de distribuição, com 2,34%.
Tarifa Branca
Outro ponto em que o consumidor pode ficar atento é a posisbilidade de aderir à Tarifa Branca. Nesta tarifa, a taxa da conta de luz é mais barata em alguns horários, mas aumenta em horários de pico. Por exemplo, das 17h30 até às 20h29, a tarifa de consumo é elevada em 110%. No entanto, de 21h30 até às 16h29, o valor cai em 16%. “Para o cliente fazer essa escolha, ele precisa estar muito consciente do seu consumo de energia”, comenta Costa. O plano de Tarifa Branca passou a ser uma opção em janeiro deste ano, mas apenas para quem consome mais de 250 quilowatt-hora por mês (KWh/mês).
Painel solar é alternativa de longo prazo
Pensando a longo prazo, outra alternativa para escapar dos reajustes pode ser a energia solar. Afinal, através dos paineis fotovoltaicos, é possível gerar a própria energia. É por isso que o Programa PE Solar, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec-PE) e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), visa estimular a implantação de microgerações e minigerações de fonte solar distribuídas em todo o Estado, permitindo e facilitando o acesso dos consumidores residenciais a essa tecnologia.
Lançado em 2015 com foco em pessoas jurídicas, o programa foi ampliado em janeiro deste ano para atender as pessoas físicas. Com isso, o consumidor pode entrar em contato com um dos 22 fornecedores credenciados pelos órgãos, listados no site www.energia.pe.gov.br, para adquirir e instalar um painel fotovoltaico na sua casa. “O PE Solar facilita a utilização dos paineis pelos consumidores. A pessoa tem a oportunidade de procurar uma empresa, pedir um orçamento e fazer o financiamento diretamente com a empresa”, explica o secretário executivo de energia de Pernambuco, Luiz Cardoso Ayres, dizendo que as parcelas desse financiamento podem ser pagos na conta da Celpe.
No entanto, é preciso estar atento ao investimento inicial. Em geral, cada quilowatt a ser instalado custa de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Mas especialistas garantem que esse investimento logo é recuperado pelos consumidores. Segundo a Sdec, após a adesão aos painéis, um cliente residencial pode reduzir cerca de 10% do valor da sua conta, já considerando o pagamento das parcelas. Caso pague os paineis à vista, ele deve passar a pagar apenas a taxa mínima de luz: R$ 24 para residências e R$ 80 para estabelecimentos comerciais.
Para os pernambucanos, realmente tem sido um bom negócio. É que a adesão ao PE Solar tem crescido, passando de sete pessoas jurídicas para 1,2 mil consumidores, capazes de gerar 21 mil quilowatts-hora (kW/h).
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