Da Folhape
Pernambuco registrou dois casos suspeitos da doença de Haff. A enfermidade ganhou notoriedade no País ano passado por estar relacionada ao sintoma de urina preta aliada a fortes dores musculares (mialgia aguda) e altos níveis da enzima CPK. O mal está relacionado com a ingestão de peixes contaminados por toxinas de algas ou corais. Os dois pacientes deram entrada no Real Hospital Português (RHP) no dia 14 de julho.
O policial Maviael da Silva e a professora Arleide Guerra – casados e com 49 anos de idade – compraram um pescado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, o consumiram durante uma refeição em casa e horas depois apresentaram os sintomas. Ele passou sete dias internado e já teve alta. A esposa teve insuficiência renal e precisou de hemodiálise, mas tem quadro estável.
“Comprei um arabaiana para comer em casa. Depois de umas quatro horas ela começou a apresentar sintomas. Dor no pescoço, nas costas, nos braços. Eu só tive no outro dia. Quando cheguei no hospital já estava urinando preto, e olhe que a gente buscou ajuda rápido”, contou Maviael Silva.
O infectologista Filipe Prohaska comentou que o casal, quando deu entrada na unidade hospitalar, passou por uma triagem de leptospirose. Só depois, com a exclusão de sintomas semelhantes e o histórico de consumo de pescado, se chegou à hipótese de Haff .
“Houve uma desconfiança de leptospirose porque as duas doenças se assemelham em alguns pontos. Mas eles não tinham febre. Tinham dores no corpo, o índice de CPK muito alto (que mede lesão muscular) e a urina escura”, contou o médico, acrescentando que a professora deve se recuperar bem apesar do acometimento renal temporário, e a expectativa é que ela não fique com sequelas.
Prohaska comentou que a doença de Haff, geralmente, aparece em surtos. Foi assim em episódios na Amazônia e mais recentemente na Bahia. Em Pernambuco, não há registros oficiais sobre a enfermidade.
O núcleo de Epidemiologia do RHP já notificou verbalmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES) os casos suspeitos. Até o fechamento desta edição, a SES informou que não tem registro ou notificação e que é preciso discutir com o Ministério da Saúde critérios para inserção das suspeitas.
O surto da misteriosa doença do “xixi preto” na Bahia começou em dezembro de 2016. Até março de 2017, foram notificados mais de 70 casos e duas mortes. O infectologista Antônio Carlos Bandeira fez parte da força tarefa de pesquisadores que descobriram a implicação da doença de Haff nos quadros de mialgia.
“Esta foi a primeira vez que a enfermidade foi reportada na costa brasileira. Depois de casos na Bahia, tivemos alguns no Ceará. Em Salvador, a grande maioria dos casos estava relacionada ao consumo de Olho de Boi. Tudo indica que essa toxina, de algo que o peixe se alimenta, fica na carne do peixe e resiste ao cozimento ou fritura. Não se degrada pelo calor”, contou.
Pernambuco registrou dois casos suspeitos da doença de Haff. A enfermidade ganhou notoriedade no País ano passado por estar relacionada ao sintoma de urina preta aliada a fortes dores musculares (mialgia aguda) e altos níveis da enzima CPK. O mal está relacionado com a ingestão de peixes contaminados por toxinas de algas ou corais. Os dois pacientes deram entrada no Real Hospital Português (RHP) no dia 14 de julho.
O policial Maviael da Silva e a professora Arleide Guerra – casados e com 49 anos de idade – compraram um pescado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, o consumiram durante uma refeição em casa e horas depois apresentaram os sintomas. Ele passou sete dias internado e já teve alta. A esposa teve insuficiência renal e precisou de hemodiálise, mas tem quadro estável.
“Comprei um arabaiana para comer em casa. Depois de umas quatro horas ela começou a apresentar sintomas. Dor no pescoço, nas costas, nos braços. Eu só tive no outro dia. Quando cheguei no hospital já estava urinando preto, e olhe que a gente buscou ajuda rápido”, contou Maviael Silva.
O infectologista Filipe Prohaska comentou que o casal, quando deu entrada na unidade hospitalar, passou por uma triagem de leptospirose. Só depois, com a exclusão de sintomas semelhantes e o histórico de consumo de pescado, se chegou à hipótese de Haff .
“Houve uma desconfiança de leptospirose porque as duas doenças se assemelham em alguns pontos. Mas eles não tinham febre. Tinham dores no corpo, o índice de CPK muito alto (que mede lesão muscular) e a urina escura”, contou o médico, acrescentando que a professora deve se recuperar bem apesar do acometimento renal temporário, e a expectativa é que ela não fique com sequelas.
Prohaska comentou que a doença de Haff, geralmente, aparece em surtos. Foi assim em episódios na Amazônia e mais recentemente na Bahia. Em Pernambuco, não há registros oficiais sobre a enfermidade.
O núcleo de Epidemiologia do RHP já notificou verbalmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES) os casos suspeitos. Até o fechamento desta edição, a SES informou que não tem registro ou notificação e que é preciso discutir com o Ministério da Saúde critérios para inserção das suspeitas.
O surto da misteriosa doença do “xixi preto” na Bahia começou em dezembro de 2016. Até março de 2017, foram notificados mais de 70 casos e duas mortes. O infectologista Antônio Carlos Bandeira fez parte da força tarefa de pesquisadores que descobriram a implicação da doença de Haff nos quadros de mialgia.
“Esta foi a primeira vez que a enfermidade foi reportada na costa brasileira. Depois de casos na Bahia, tivemos alguns no Ceará. Em Salvador, a grande maioria dos casos estava relacionada ao consumo de Olho de Boi. Tudo indica que essa toxina, de algo que o peixe se alimenta, fica na carne do peixe e resiste ao cozimento ou fritura. Não se degrada pelo calor”, contou.