Artigo por Andreas Göhringer*
Como falar de perspectivas após uma retração de 4,4% na economia mundial em 2020, com recuo de 5,8% no Brasil, conforme estimativas do Fundo Monetário Internacional? Temos muito a ser feito, se olharmos o PIB brasileiro, cujo crescimento na década que se encerra foi de apenas 2,2%, ante alta de 30,5% na economia mundial.
A visão de longo prazo é fundamental num momento de crise como o que ainda atravessamos. Isso inclui fazer nossa parte pela superação dos gargalos estruturais do país e seus problemas de infraestrutura que comprometem o escoamento da produção, como estradas, ferrovias, portos e aeroportos carentes de investimentos.
E temos alguma boa notícia? Claro que sim! A esperança permanece. Para lidar com as dificuldades enumeradas acima, o brasileiro lançou mão de sua criatividade. A falta de embalagens, no nosso caso, pôde ser superada com caixas plásticas retornáveis, utilizadas para trazer as importações e levar as exportações na sequência. Outro ponto forte foi o poder de negociação das equipes da cadeia de supply chain da indústria brasileira, sempre capazes de contornar obstáculos.
O segundo semestre de 2020 se mostrou muito melhor que o primeiro, e os efeitos desse início de retomada se fizeram sentir em cascata. Alguns projetos que estavam engavetados foram colocados em movimento. Diversas indústrias enxergaram a oportunidade de realizar manutenções necessárias, e assim um segmento alavanca o outro.
Para quem é fornecedor de máquinas e equipamentos, trata-se de uma oportunidade de oferecer peças de reposição. E a administração inteligente desses insumos é mais do que nunca necessária, como é o caso dos diafragmas para válvulas. A automatização de estoques pode incluir, por exemplo, o uso de chips nas peças, o que representa maior agilidade, controle, capacidade de rastreamento e economia de recursos.
Como fornecedores do setor farmacêutico, trabalhamos com persistência para garantir insumos da maior qualidade possível, entregues em dia e com preço justo.
Começamos o ano com grande otimismo e confiança na capacidade de reação de nossa indústria e conscientes da importante participação que temos na economia nacional e na sociedade como um todo.
*Andreas Göhringer é conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK-PR) e CEO da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle no Brasil.