Riscos de queimaduras aumentam nas festas juninas

Com a realização das festas juninas, os riscos de acidentes com fogos de artifício aumentam de maneira considerável. É preciso ter cuidado, especialmente com as crianças, e seguir corretamente todas as orientações das embalagens de fogos, sejam eles estalinhos, bombinhas ou pistolas.

O segmento de fogos de artifício registra aumento nas vendas que ultrapassam 50%, afinal festas juninas pedem o colorido dos fogos. Porém, além dos produtos, é necessário que no ato da compra os clientes também recebam orientações de segurança. É preciso instruir as pessoas para que saibam usar os foguetinhos, e aqueles tipo ‘pistola’ também. Quem consome bebidas alcoólicas não pode soltar foguete. E as crianças precisam estar acompanhadas pelos pais. Todos esses cuidados são para evitar que a festa acabe mais cedo com o registro de um acidente que poderia ter sido evitado.

Toda essa preocupação não é à toa. Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado em informações do Ministério da Saúde, de 2008 a 2016 ocorreram 4.577 internações de pacientes que se queimaram com artefatos explosivos. A média no país é 85 atendimentos só nos meses de junho, o que corresponde a um terço do total de ocorrências anuais. O que as autoridades pretendem é alertar a população para o perigo do uso dos artefatos sem comprometer as tradições dos eventos do mês joanino. O mais interessante é que as brincadeiras ao redor da fogueira podem ser mantidas sem que seja necessário ninguém sair queimado ou mutilado.

De acordo com a legislação brasileira, existem quatro classes de fogos de artifício, que vão desde os mais simples, como os estalinhos, que podem ser vendidos para pessoas de qualquer idade, até os mais potentes, como pistolas e rojões, que só podem ser comercializados para maiores de 18 anos.

Com relação ao local do uso, a lei é bastante objetiva para todas as classes de fogos: a queima é proibida nas portas de casas, janelas, terraços e espaços de vias públicas. Os artefatos de grande potência precisam de uma licença dos bombeiros para serem utilizados.

Para evitar os acidentes é preciso ter cuidado. A orientação aos pais é que acompanhem a prática do uso pelas crianças. As pistolas, por exemplo, têm um efeito sonoro. A orientação é que deve ser sempre observado o que consta na caixa do produto, e, quando se utilizar a pistola, evitar ao máximo o contato com quem está soltando. Por isso o orientado é que se faça o afastamento, o que deve ser feito encaixando pelo menos quatro pistolas, para que aquela que será disparada fique o mais afastado possível do corpo.

UMA DIVERSÃO QUE EXIGE ATENÇÃO

Os médicos explicam que os fogos e explosivos, além de provocar queimaduras e mutilações, podem deixar outras sequelas graves e irreversíveis. “Nós estamos falando de 4.500 pessoas que foram gravemente queimadas, porque a grande maioria não fica internada. Muitas delas ficaram com sequelas de perda de dedo, perda da mão. Às vezes, esses fogos atingem a retina e provocam uma cegueira. Ou o explosivo é tão intenso que rompe o tímpano e o indivíduo fica surdo pelo resto da vida”, explica o médico dermatologistas Carlos Jessé. Os acidentes podem ainda levar à morte. Nos últimos dez anos ocorreram mais de 100 óbitos causados por queimaduras graves de fogos de artifício.

PREVENÇÃO

As orientações, principalmente, são de que utilizem os fogos de artifício de acordo com as recomendações dos fabricantes. Muitas vezes, para aumentar o poder dos fogos, as pessoas começam a misturar pólvora, a manusear isso irregularmente. O que não pode acontecer.

O QUE FAZER?

Em caso de acidentes, os especialistas orientam ainda que a vítima não deve se automedicar e deve ser encaminhada imediatamente a um centro especializado. Há uma orientação de não colocar nada no local queimado, porque as pessoas têm a tradição de utilizar manteiga, pasta de dente ou a pomadinha que tem em casa. No máximo, pode lavar um pouco com água limpa, mas não deve cobrir. O ideal é levar para serviço médico, porque a região onde acontece a queimadura fica exposta a infecções.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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