Para o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, a chapa Lula (PT) e Geraldo Alckmin (sem partido) é instável, pois o ex-governador de São Paulo não concorda com a agenda anti-reforma do PT.
“É uma aliança estranha de recentes adversários. O embate entre o PT e o PSDB é muito forte em São Paulo. Pois bem, ele (Alckmin) perdeu esse timing para concorrer ao governo de São Paulo e não sei como vai se ajustar agora a esse debate. Ele está meio incomodado com esse processo de radicalização antirreforma, uma visão muito atrasada para voltar ao passado de Lula. Não será muito simples essa aliança”, afirmou o líder do Cidadania nesta quarta-feira(12), durante entrevista para a Rádio Folha 96,7 FM.
Alckmin está articulando há alguns meses a sua aliança com o Partido dos Trabalhadores, como candidato a vice-presidente de Lula em 2022. Mesmo assustando o ex-tucano e possíveis aliados, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirma que a legenda deve ser enfática no discurso contra a reforma e o teto de gastos.
Federação
O Cidadania ainda está avaliando junto com os presidentes estaduais opções de federação. A reunião estava marcada para o último dia 7 de janeiro, mas foi adiada. “Nós adiamos porque tivemos pedido de encontro para conversar sobre isso, do MDB e do Podemos. E aí ficava sem sentido a gente fazer uma reunião decisiva sem ter conversado primeiro com esses dois partidos que fazem parte desse campo democrático. Então tivemos que adiar, aguardamos esse encontro. Eu acredito que ainda nessa semana eles acontecerão, e aí nós vamos marcar para definir que caminho vamos tomar,” enfatizou o dirigente do Cidadania.
Terceira via
Muito tem se falado sobre a terceira via da eleição presidencial, que para muitos é mais viável do que a polarização entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Até agora temos cinco nomes nesse campo democrático: João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Ciro Gomes (PDT) que disputam a fatia do eleitorado que rejeita tanto o petista quanto o presidente.
Com o histórico das eleições passadas, é possível notar que a fragmentação da terceira via acabou beneficiando essa polarização dos dois principais nomes da disputa. Segundo Roberto Freire, a rapidez e unificação depende do posicionamento de partidos como o União Brasil.
“Se isso pudesse ser feito com um estalar de dedos, já teria sido feito. Mas ainda está em discussão, por exemplo, que preferência outras forças políticas têm por esses os candidatos colocados neste campo. Você pode ver, por exemplo, que o União Brasil que veio da fusão entre DEM e PSL, que é um grande partido, não decidiu. Então, se ele começar a decidir, vai forçar também outras decisões e vai afunilar o processo,“ finalizou.
Folhape