Roberto Numeriano lança ‘Folhas Mortas’, romance do gênero histórico

O jornalista e escritor Roberto Numeriano vai lançar no dia 1º de junho, às 20 horas, na Livraria Imperatriz do Shopping Difusora de Caruaru, seu mais novo romance, “Folhas Mortas”. A noite de autógrafos vai contar com um debate entre o autor e o público, intitulado “A Literatura no Tempo da Cólera”, com mediação do professor e crítico literário Gilvano Vasconcelos.

Tendo como painel de fundo a narrativa de Numeriano, o objetivo é discutir a função social da literatura no contexto social e político de sociedades ideologicamente polarizadas por posições radicais.

De acordo com Numeriano, a ideia de escrever “Folhas Mortas” nasceu de uma conversa de trabalho, durante a famosa pausa do cafezinho. Ele havia lido a dissertação de mestrado de um amigo, intitulada “Jornalismo à Espanhola”, que analisa a cobertura jornalística sobre a epidemia da gripe espanhola no Recife. Conversa vai, conversa vem… Um certo dia, durante um desses papos, o autor conta que teve uma espécie de “estalo do Padre Vieira”, pois viuna dissertação um romance em torno da gripe, com um enredo ambientado no Recife da época do surto da chamada influenza, a qual causou a morte de aproximadamente quatro mil pessoa na cidade, em dois meses. Para uma cidade com cerca de 270 mil habitantes (a população aproximada de Caruaru, hoje), tratava-se de uma espécie de apocalipse.

Essa inspiração foi nos idos de 2011. De lá até chegar aqui, muita pesquisa e redação ocuparam o tempo do autor, até a conclusão da obra, em 2018. “Folhas Mortas” é um romance de época, ou, como os especialistas e críticos literários referem, uma narrativa do gênero histórico. O cenário de época é o Recife nos anos 1917 e 1918, quando a cidade ainda era um ambiente bucólico em processo de modernização. Há ficção pura (produto exclusivo da sua criatividade) e há a recriação de muitos eventos reais do mundo social, político e cultural da época.

Amor e Ideal

O fundo ficcional narra a história de amor entre Francisco das Chagas, o Chico, e Isabela Macedo de Albuquerque, a heroína Belinha. Ele, um padioleiro do Hospital Pedro II. Ela, uma professora e filha de um dos homens mais ricos do estado. É esse amor nos tempos da mortal gripe espanhola que reveste a trama entre os dois protagonistas. Os eventos calcados na realidade recriam, por sua vez, alguns momentos da vida do então jovem Gregório Bezerra, o gazeteiro e pedreiro “Grilo”, amigo de Chico que sonha em mudar o mundo e dá seus primeiros passos na luta política.

Toda a narrativa é desfiada por Raquel e Olga, neta e avó, as descendentes de Isabela que tentam descobrir o que de fato ocorreu naqueles dois anos (1917 e 1918), a partir da leitura de um diário entregue por um anônimo. As duas buscam desvendar as memórias desse passado, o qual criou um enigma de família que envolve o destino de Chico e Isabela em meio aos dias trágicos da epidemia, assolando a vida e os sonhos de toda uma cidade e de muitos corações. Há mesmo elementos de mistério e suspense no romance de Numeriano, ainda que a história não seja do gênero policial.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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