Um dos fundadores do PSOL, o ex-deputado estadual Edilson Silva está construindo seu ingresso no PCdoB. Ainda finaliza algumas consultas, mas as costuras estão encaminhadas. A pavimentação desse terrreno passou por uma conversa com o governador Paulo Câmara. Edilson foi à mesa com o chefe do Executivo estadual anteontem à noite, em encontro mediado pelo PCdoB. É da legenda a vice-governadora do Estado, Luciana Santos. Naturalmente, pela posição do partido hoje no governo, o diálogo com Paulo Câmara se fez necessário.
Edilson disputou o Governo do Estado em 2006 e, enquanto deputado estadual, exercia oposição na Assembleia Legislativa pelo PSOL e presidia a Comissão de Direitos Humanos. Recentemente, o comando do referido colegiado virou alvo de disputa entre as Juntas, do PSOL, e a deputada oposicionista Clarissa Tércio. Uma articulação do governo ajudou a manter sob a presidência do PSOL, a comissão que já foi comandada por Edilson. O entendimento foi anotado por deputados nas coxias da Casa.
Há quem aponte uma sútil rota de aproximação do governo com o PSOL no Estado, ao menos, no sentido de reforçar um alinhamento nacional. Edilson não se reelegeu e deve concorrer a vereador do Recife na disputa do ano que vem. Em maio, ele anunciou a desfiliação do PSOL junto com o um grupo que somava cinco fundadores da sigla. O conjunto fez críticas à legenda em carta aberta e acusou perseguição interna. No texto, afirmou que “o partido que se digladia em lutas internas autofágicas, que estão fazendo experimentar perda de quadros políticos importantes”. Apontou ainda “destempero e miopia da direção em Pernambuco”. Nacionalmente, o PSOL, o PCdoB, o PSB, o PT e o PDT integram o bloco que faz oposição ao governo Jair Bolsonaro e essa união, motivada pelo plano nacional, vem embasando discursos no plano local. O tempo para que Edilson concretize o ingresso no PCdoB depende mais dele, segundo comunistas ouvidos pela coluna. O PCdoB aguarda ele finalizar as conversas com seu grupo político.
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