Pedro Augusto
Após meses difíceis, sem tantos motivos para se comemorar, diante da recessão financeira que permaneceu mais firme do que nunca, enfim, o varejo de Caruaru passou a faturar em volume redobrado. Pelo menos neste período de dezembro, quando as empregadoras são obrigadas a repassar o 13º salário e ainda serão comemoradas datas importantes como o Natal e o Réveillon, as vendas num dos setores mais pujantes da economia local se encontram em ritmo crescente, proporcionando, não só certo alívio, mas também animando os lojistas para o próximo ano que já se aproxima. Em circulação na manhã da última segunda-feira (10), pela Rua 15 de Novembro, no Centro, a reportagem VANGUARDA esteve conversando com alguns comerciantes sobre o desempenho até agora do segmento.
Em sua maioria, eles se mostraram satisfeitos com os faturamentos, até o presente momento, obtidos. José Alberto, diretor-executivo da AGS, que é especializada na venda de equipamentos de refrigeração, foi um dos lojistas a confirmarem o bom intervalo de sua operação. “Devido, principalmente à demanda redobrada da Feira da Sulanca, que tem impulsionado a comercialização de produtos voltados para a gastronomia, estamos trabalhando com estimativas positivas. Embora a economia do país, incluindo a de Caruaru, ainda esteja estagnada, acreditamos que deveremos fechar 2018 com acréscimo nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo que tímido, este provável crescimento já nos deixa otimistas quanto a 2019, quando estaremos vivenciando um novo governo”, argumentou.
Outro comerciante a destacar o desempenho satisfatório do varejo local foi Gustavo Vidal, proprietário da rede Veneza. Segundo ele, mais uma vez o repasse do 13º tem sido determinante para com o bom andamento do setor. “Com o pagamento da primeira parcela, no início deste mês, o quantitativo de vendas nas nossas duas unidades (Calçados e Materiais Esportivos) aumentou de forma significativa. Apesar do ano difícil, temos observado um maior direcionamento por parte das pessoas em relação ao consumo, tanto é que projetamos fechar 2018 com um crescimento nas vendas entre 5% a 8%. Calçados, camisas de clubes e acessórios esportivos estão entre os produtos mais demandados”, destacou.
Confiante, mesmo sem tantos motivos para isso, a Sapataria Muniz, mais uma vez, investiu na contratação de trabalhadores temporários para a época de fim de ano. Somente na unidade, onde Fabiano Barros é gerente, hoje se encontram em atuação cerca de 20 funcionários do tipo. De acordo com o gestor, até agora o investimento tem valido a pena. “Preenchemos vagas para vendedor e estoquista e deveremos fechar 2018 com o saldo positivo. O movimento se encontra redobrado em todas as unidades da rede, o que tem levado a funcionarmos em expediente estendido. Os temporários que se destacarem, neste período de teste, certamente serão efetivados ao término do contrato”, disse.
Amigos Secretos
Em paralelo aos impulsionamentos proporcionados pelo Natal e pelo Réveillon, durante o mês dezembro, as vendas no comércio de Caruaru também costumam ser alavancadas devido às realizações das tradicionais confraternizações com a troca de presentes. De acordo com Gustavo Vidal, os famosos amigos secretos são sempre muito bem-vindos pelo varejo local. “Eles dinamizam bastante os faturamentos das lojas, haja vista que grande parte dos participantes faz questão de ganhar e dar presentes legais e, neste fim de ano, não está sendo diferente. Estamos sendo muito demandados por consumidores que estão à procura dos produtos solicitados”, finalizou Gustavo.
Consumidores
Sílvia Barbosa e Melândia Barbosa, respectivamente, mãe e filha, aproveitaram a manhã da última segunda para fazer parte das compras de fim de ano. Segundo a primeira, em 2018, o volume de sacolas levadas para casa deverá ser maior em comparação com o fim de ano passado. “A situação melhorou em casa, haja vista que tanto eu quanto o meu marido hoje estamos trabalhando. Sendo assim, vai dar para comprar um pouco mais em relação a 2017, quando só adquirimos, realmente, o básico na época de festa. Graças a Deus!”, agradeceu Sílvia.
Estimativa
Reflexo da crise, que ainda tem provocado muito desemprego, retração de consumo, adoção de taxas altíssimas e aumento da inadimplência, neste fim de ano o volume de vendas no comércio da Capital do Agreste deverá ser apenas um pouco maior em comparação com o mesmo intervalo de 2017. Foi o que confirmou o gerente operacional da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caruaru, Zezinho Borba. “Estamos projetando um crescimento nas vendas entre 3% a 5% em relação ao fim de ano passado”, disse.