O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou ontem (10), no Rio de Janeiro (RJ), o investimento de R$ 10,4 milhões para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o desenvolvimento de estudos no combate ao mosquito Aedes aegypti. Destes, R$ 4,4 milhões serão para o financiamento da vacina contra o vírus Zika.
O restante, cerca de R$ 6 milhões (US$ 1,5 milhão), será destinado para projetos de cooperação bilateral para pesquisas de Zika e microcefalia entre a Fiocruz e o National Institutes of Helth (NIH) – agência de saúde do governo norte-americano. O repasse do recurso será feito por descentralização de crédito orçamentário.
Diante da situação de emergência em saúde, o investimento do Ministério da Saúde em estudos científicos já ultrapassa R$ 125 milhões para o desenvolvimento de vacinas e soros para as doenças causadas pelo Aedes aegypti. “O Brasil tem sido protagonista nesta área, e o Ministério da Saúde desde o início está dialogando com cientistas nacionais e internacionais e não poupará recursos para que seja possível desvendar a atuação do vírus Zika e combater, de forma efetiva, seu alcance”, ressaltou o ministro.
O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal, além da parceria com os governos estaduais e municipais. O anúncio dos acordos ocorreu durante a visita às instalações da Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde o ministro Marcelo Castro, juntamente com a presidenta Dilma Rousseff, conheceram os projetos em andamento na instituição.
A Fiocruz está à frente de estudos na área de diagnóstico, prevenção e tratamento para doenças transmitidas pelo vetor. Durante o encontro foram apresentadas inovações no combate ao Aedes aegypti, como, por exemplo, o programa científico internacional ‘Eliminar a Dengue’. A proposta é usar os mosquitos com a bactéria Wolbachia como uma alternativa segura e autossustentável para o controle da dengue e de outros vírus, como Zika e Chikungunya.
Outro projeto em andamento é a produção de 500 mil testes nacionais de biologia molecular para a realização de diagnóstico de dengue, chikungunya e Zika. Hoje, o Brasil possui um teste para identificar cada doença, pois em cada processo são usados reagentes importados e, para descartar a presença da dengue e chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente.
Em fevereiro, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, também esteve na instituição para acompanhar as ações desenvolvidas no combate ao mosquito. Na ocasião, Chan elogiou a atuação do governo brasileiro para o enfrentamento ao vírus Zika e se comprometeu a facilitar uma maior colaboração internacional, coordenando esforços internacionais em busca de um objetivo comum de achar vacinas e outras formas de combater ao Aedes aegypti.