O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, firmou parceria ontem (30), com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e o secretário estadual de Cultura de São Paulo, José Luiz Penna, para planejar ações de economia criativa no Palácio Campos Elíseos, em São Paulo. Foi criado um comitê gestor que terá representantes das três instituições e da sociedade civil, representada pelo Fórum Brasileiro dos Direitos Culturais. O colegiado deve começar a funcionar no início do ano que vem. Uma das principais ações deverá ser a capacitação empresarial de profissionais da cultura.
O Palácio dos Campos Elíseos foi cedido ao Sebrae, esse ano, pelo governo do Estado de São Paulo, e abrigará o Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa. O local estava desativado desde 2006, teve que ser restaurado, e deve abrir as portas ao público no começo de 2018. O palácio histórico contará com atividades de ensino na área de gestão, tecnologia e inovação, terá espaço de coworking, de incubação e aceleração de startups, museu permanente e, ainda, abrigará exposições culturais. Como contrapartida, as atividades serão gratuitas.
Segundo o presidente Guilherme Afif Domingos, o modelo que será adotado no novo centro de referência deverá ser replicado em todo o Brasil. “Esse comitê vai trabalhar em ações de economia criativa para preparar esses profissionais da cultura e apoiá-los na gestão dos negócios. Faremos um grande laboratório aqui, um espaço de colaboração entre as empresas que poderá ser compartilhado pela rede do Sebrae e do ministério”, afirmou.
Para o ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, a parceria com o Sebrae vai desenhar o modelo de um cluster (aglomerado de empresas) de economia criativa para funcionar no palácio. Ele disse que há muitos talentos, pessoas criativas no país, mas há necessidade de formar empreendedores culturais, executivos, gestores de empresas. “O déficit de gestão é imenso no setor privado e estamos falando de grande parte de micro e pequenas empresas”, disse.
Odilon Wagner, porta-voz do Fórum Brasileiro dos Direitos Culturais, concordou com o ministro e disse que falta gestão no universo da cultura. “Nós mesmo, os produtores, artistas, temos dificuldade para administrar os empreendimentos culturais. É um universo que cresce exponencialmente, abre espaço de empregabilidade”, desabafou.