O Sebrae lançou na sexta-feira (7) o Projeto Nacional de Empreendedorismo Feminino, que vai ser aplicado em 11 estados brasileiros e que tem como finalidade integrar redes locais, nacionais e internacionais de empresárias. O lançamento aconteceu durante o encontro “Mulheres Inspiradoras e Suas Realizações”, realizado na sede da instituição, em Brasília. Durante o evento, foi assinado um convênio entre o Sebrae e a Rede Mulher Empreendedora.
O Projeto Nacional Sebrae de Empreendedorismo Feminino vai ser desenvolvido, durante 24 meses, de forma piloto nos estados de Rondônia, Roraima, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Santa Catarina e Paraná. A intenção é focar na sensibilização, articulação, relacionamento e atendimento de negócios liderados por mulheres. Por este motivo, a proposta é desenvolver o projeto não apenas para o público externo, mas também dentro do próprio Sebrae.
A realização tanto do evento, quanto do projeto integra o compromisso que o Sebrae firmou em agosto deste ano, quando assinou a Carta dos Princípios do Empoderamento Feminino. Idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Pacto Global das Nações Unidas, o documento prevê que instituições e empresas se esforcem para aumentar as contribuições para fortalecer a presença das mulheres nos negócios de todo o mundo. “Em 2018 fizemos várias ações para fortalecer o empreendedorismo feminino e agora estamos lançando este importante projeto nacional, que começou em Mato Grosso do Sul e atraiu o interesse de outros estados”, explicou a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes.
Segundo Heloisa, nos últimos anos houve um crescimento no número de mulheres nos negócios, mas ainda há muito a ser alcançado, já que o Brasil está longe dos melhores níveis no ranking internacional. “É preciso capacitar ainda mais as mulheres, pois apesar de serem maioria, ainda recebem abaixo dos homens e pagam mais juros”, afirmou a diretora. Conforme a gerente de projetos da ONU Mulher, Adalgisa Soares, os indicadores globais confirmam os dados de Heloisa. “Ações como essa que o Sebrae está fazendo ajudam na diminuição desses índices”, disse.
As palestrantes convidadas abordaram suas experiências como empreendedoras. Janete Vaz, uma das sócias do Laboratório Sabin, em Brasília, explicou que o papel da mulher é bem maior. “Temos que saber como administrar filhos, empresa e a casa, é difícil conciliar tudo isso”, ressaltou a empresária. Outra palestrante, e empresária e investidora Camila Farani, um dos ‘‘tubarões’’ do Shark Tank Brasil, falou sobre seus negócios e a forma de como se reergueu, depois de passar dificuldades com os primeiros empreendimentos. “Não tinha vergonha de dividir minhas preocupações”, disse ela, aconselhando as empreendedoras a procurar o Sebrae sempre que houver necessidade.
Durante o lançamento do projeto, o Sebrae e a Rede Mulher Empreendedora assinaram um convênio para a troca de experiências. “Ficamos felizes em repassarmos nossos conhecimentos de 10 anos e também receber a experiência do Sebrae”, afirmou a diretora da instituição, Célia Kano, uma das diretoras da Rede.