Combustível que inflamou o embate entre governo e oposição nos últimos dias, a segurança será tema de reunião dos governadores brasileiros, prevista para o dia 27 de outubro. O encontro é mais uma iniciativa do Fórum Nacional dos Governadores e será sediado na residência oficial do governo do Distrito Federal, que terá como anfitrião o governador Rodrigo Rollemberg.
A ideia foi articulada durante a entrega do Prêmio CLP: Excelência em Competitividade em Educação, em São Paulo. O governador Paulo Câmara tratou da realização do debate junto a outros gestores estaduais presentes no evento. O tema se tornou um desafio comum dos administradores dos estados brasileiros, que desejam reforçar as cobranças ao governo federal.
Durante encontro em maio deste ano, os governadores do Nordeste já haviam assinado uma carta cobrando apoio do Palácio do Planalto para reforçar a segurança pública dos estados. Entre as propostas, os gestores estaduais sugeriram a criação de um Plano Nacional de Segurança para reforçar o aparelhamento das polícias estaduais, aplicar os presídios federais de segurança máxima e iniciar uma ampla discussão com os demais poderes sobre o bloqueio de celular nos presídios do País. As medidas deverão voltar a ser defendidas pelos administradores nordestinos no encontro do próximo mês.
No entanto, os gestores se resentem pela ausência de respostas. As cobranças e sugestões ao Executivo Federal são feitas desde o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas sem nenhuma resposta efetiva do Palácio do Planalto. Uma situação nada diferente da enfrentada no governo Temer hoje. Em junho deste ano, o presidente Michel Temer (PMDB) chegou a anunciar um Plano Nacional de Segurança, que começava pelo Rio de Janeiro, mas pouco se avançou desde a apresentação.
Polêmica
Enquanto no plano federal não há avanços concretos no debate sobre segurança, o tema virou mote de troca de cobranças entre governo e oposição. No início da semana passada, uma comitiva de seis parlamentares da oposição foi ao Palácio das Princesas para protocolar um pedido de intervenção das Forças Armadas em Pernambuco.
Na ocasião, o governador Paulo Câmara estava em São Paulo, justamente no encontro onde tratou sobre o encontro nacional. No dia seguinte, o socialista classificou a iniciativa dos antagonistas como eleitoreira e garantiu que manteria o foco em questões estratégicas no combate à violência no Estado.