A menos de quatro meses das eleições presidenciais, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), declarou que o vencedor do pleito em outubro não terá legitimidade caso Lula seja impedido de disputá-lo e que os golpistas são reconhecidos pelo povo como os responsáveis pelos problemas atuais do país.
Em discurso nesta terça-feira (12), o senador afirmou que a população brasileira tem consciência de que houve um golpe em 2016, com a derrubada de Dilma, e que o problema da falta de legitimidade que atinge Michel Temer persistirá sem Lula nas urnas. Ele avalia que, se Lula for candidato e derrotado, o ganhador, pelo menos, terá legitimidade para comandar a nação.
“O golpe foi derrotado pelo povo brasileiro. Ele sabe que foi golpe e que esse processo eleitoral não será capaz de resolver os graves problemas do Brasil, sob responsabilidade de Temer e seus aliados do PSDB, DEM e PPS. Por isso, é Lula livre, Lula candidato e Lula presidente da República”, reiterou.
Na tribuna do Senado, o parlamentar disse sentir dó da posição do PSDB, chamado por ele de o grande padrinho do impeachment, que deu força política e social para Temer chegar e se manter no Palácio do Planalto. Segundo Humberto, o partido não tem sequer um candidato que atinge dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. O tucano Geraldo Alckmin oscila entre 4% e 7%.
“A elite tem de respeitar a democracia e garantir que Lula seja candidato, porque a instabilidade que vivemos vai piorar e levar o Brasil a um colapso, inclusive econômico. Ninguém será capaz de dialogar e negociar procedimentos para preservar a democracia no nosso país”, observou.
Para o parlamentar, a Justiça não pode manter preso, de forma injusta, o maior líder político da história. Ele entende que a esperança de milhões de brasileiros não pode ser aprisionada nem encarcerada por alguns juízes, em detrimento da vontade popular.
“É um ataque ao Estado Democrático de Direito eliminar a possibilidade do principal candidato não poder disputar a eleição. E deveria ser a Justiça a instituição que mais precisaria zelar por esse Estado”, comentou.