Seis senadores protocolaram ontem (8) um recurso contra o arquivamento da representação que pede a cassação do mandato de Romero Jucá (PMDB-RR) no Conselho de Ética. O documento é assinado pelos outros dois representantes de Roraima, estado de Jucá, no Senado – Angela Portela (PT-RR) e Telmário Mota (PDT-RR) -, além dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Souza (PT-PI) e João Capiberibe (PSB-AP).
A representação contra o ex-ministro do Planejamento de Temer foi protocolada pelo PDT no último dia 24, e arquivado pelo presidente do conselho, senador João Alberto (PMDB-MA), nesta terça-feira (7). Os autores do recurso solicitam que a decisão de arquivamento seja submetida ao plenário do colegiado.
O prazo para a apresentação de recursos contra a decisão de João Alberto termina nesta sexta-feira (10). Segundo a assessoria do presidente, ele irá aguardar até o início da próxima semana para convocar reunião do conselho para deliberar sobre o tema . A intenção do senador é agendar um encontro para a próxima quarta-feira (15).
A representação foi apresentado pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, e pelo senador Telmário Mota, adversário local de Jucá em Roraima. O partido acusa o ex-ministro do Planejamento, exonerado após ser flagrado em conversas sobre a Operação Lava Jato, de obstruir as investigações sobre o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras.
O documento faz uma analogia ao caso de Delcídio do Amaral (sem partido-MT), que foi preso e cassado após a divulgação de áudios em que também articulava para obstruir as investigações. A representação contra Delcídio foi relatada por Telmário Mota.
Além da representação assinada pelo PDT, o próprio Telmário apresentou ontem (terça, 7) uma denúncia contra Jucá no Conselho de Ética. Na representação, o pedetista alega que foi ofendido pelo acusado. Telmário diz que foi chamado de “bandido”, “desqualificado” e acusado de ser “sustentado pela mulher com dinheiro roubado da Assembleia Legislativa” de Boa Vista.
Ainda segundo Telmário, houve “fortes elementos que demonstram que o denunciado [Jucá] cometeu falta disciplinar”. Caso acatada pelo colegiado, a representação pode acarretar na suspensão do mandato do peemedebista, sanção mais leve do que, por exemplo, a cassação do mandato.