SINPOL avalia mudança no comando das polícias Civil e Militar

Nota Oficial

O governo de Pernambuco anunciou, na manhã desta sexta (17), o afastamento do Chefe da Polícia Civil, delegado Antônio Barros, e do Comandante da Polícia Militar, coronel Carlos D’Albuquerque, dos cargos que ocupavam. Obviamente, a medida é uma tentativa de dar resposta à sociedade pernambucana, cada vez mais acuada pela violência que bate recorde e supera números de países em guerra. Contudo, se não forem realizados investimentos que garantam efetivo suficiente e condições mínimas de trabalho às forças policiais, será impossível conter essa onda de criminalidade.

A Polícia Civil, por exemplo, responsável por investigar os crimes cometidos, tem trabalhado com apenas 50% do efetivo que seria necessário para atender dignamente a população, o mesmo quadro quantitativo de 30 anos atrás. Como se a realidade não fosse tragicamente suficiente, faltam coletes à prova de balas, armamento, viaturas, gasolina para empreender diligências, papel para imprimir boletins de ocorrência e até mesmo limpeza nas delegacias, já que os funcionários terceirizados responsáveis pelos serviços gerais das unidades não recebem salário há 7 (sete) meses. Além disso, muitos desses locais estão com estruturas comprometidas.

Temos alertado há cerca de dois anos, enquanto entidade sindical representante dos Policiais Civis de Pernambuco, que o Pacto Pela Vida precisava ser revisto, que se fazia necessário voltar às origens. Não por coincidência, o período de maior sucesso na obtenção de resultados com o programa foi justamente durante seu início, quando as Polícias receberam reforço de efetivo e estrutura para agirem. Precisamos, na verdade, de vontade para que o problema da violência seja resolvido aqui. Não tem segredo, a política de segurança pública neste estado deu certo enquanto houve investimento na área. Não adianta trocar o comando quando toda a estrutura está sucateada. Repito, só com investimentos que garantam reforço de efetivo e condições mínimas de trabalho conseguiremos reverter a situação caótica em que se encontra a segurança pública do estado.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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