Pedro Augusto
A diretoria do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco) entrou, na manhã da última quarta-feira (14), no Ministério Público de Caruaru, no Bairro Universitário, com uma representação contra o Governo do Estado solicitando respostas quanto à conclusão do Complexo de Polícia Científica. Atualmente com apenas 60% das obras finalizadas, a unidade deveria já estar operando há pelo menos seis anos na Capital do Agreste, contribuindo para com o bom andamento das investigações relacionadas à prática de crimes cometidos no município e na região.
De acordo com o presidente da entidade, Áureo Cisneiros, o não funcionamento do espaço vem causando prejuízos enormes em alguns aspectos.
“Realizamos uma visita no Complexo e acabamos nos deparando com diversas irregularidades, haja vista que as obras permanecem paralisadas. Para se ter ideia, o terreno que irá abrigar a unidade foi adquirido pela bagatela de R$ 14 milhões e, inicialmente, a construção da mesma iria custar R$ 4.700 milhões para os cofres públicos. Entretanto, com esses atrasos constantes que vêm caracterizando as obras, já estão sendo gastos mais de R$ 6 milhões. Ou seja, quase R$ 20 milhões já foram empregados e, pelo menos até agora, nada. Além de todo esse dinheiro, que poderia servir para ser utilizado em outros setores, a população vem sendo prejudicada na medida em que a maioria das perícias que deveriam ser feitas nesta nova unidade hoje está ocorrendo no Recife. Lamentável!”
O sindicalista ainda chamou a atenção para as supostas más condições em que atualmente vêm operando as unidades locais do IML, do IC e do Instituto de Identificação Tavares Buril. “Eles vêm funcionando já há vários meses de forma improvisada, gerando vários prejuízos para as populações de Caruaru e da região Agreste. Se o Complexo da Polícia Científica já estivesse em atividade, as investigações criminais estariam mais dinamizadas, haja vista que a polícia poderia obter, com uma maior rapidez, resultados de perícias papiloscopias, sexológicas, traumatológicas, dentre outras. Hoje, os inquéritos se encontram praticamente parados nas delegacias, porque, conforme já destacamos, as perícias estão sendo realizadas, em quase toda a sua totalidade, no Recife”, acrescentou Áureo.
“Por isso que queremos a retomada urgente dessas obras para que as pessoas possam ser melhores atendidas. Protocolamos a denúncia junto ao MP com o recurso de filmagens e fotografias feitas no local para pressionarmos o Governo do Estado para a conclusão ao mais rápido possível desse Complexo. Até agora, embora já tenhamos mandado diversos ofícios, não obtivemos nenhuma resposta. Viemos até aqui também justamente para sabermos de um posicionamento oficial do governo”, complementou Áureo Cisneiros. Em nota, o Governo do Estado se limitou a dizer que as obras do Complexo de Polícia Científica de Caruaru serão finalizadas até o término deste ano.
Dossiê
Semana passada, a diretoria do Sinpol já havia se deslocado até Caruaru para fazer uma vistoria nas delegacias locais. Segundo Áureo Cisneiros, o dossiê, que será apresentado ao Governo do Estado contendo todas as irregularidades observadas nesses espaços, ainda está sendo elaborado. “Deveremos entregá-lo no prazo máximo de 30 dias, haja vista que também estamos fazendo os apanhados em unidades também da região Agreste, do Sertão e da Zona da Mata”, finalizou o sindicalista.
