O desligamento parcial do Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS, do inglês Instrument Landing System) do Aeroporto do Recife vem causando transtornos aos passageiros em dias chuvosos e de mau tempo, como a última sexta-feira (18), quando quatro voos foram desviados para outros aeroportos e outros três foram cancelados.
O sistema, que orienta a navegação aérea e possibilita a chegada e a partida de aeronaves com precisão em condições meteorológicas adversas, deve ser religado e voltar ao funcionamento pleno em setembro. A Aena Brasil, em comunicado enviado nesta sexta-feira (25), deu um prazo de 20 dias para a volta à operação do glide do ILS, que precisou ser movido para funcionar de acordo com a nova localização da cabeceira — a pista passou por melhorias e foram instaladas zonas de segurança novas.
O ILS, que passa por ajustes e calibragem para voltar a operar em setembro, também permite a aproximação por instrumentos em solo, informando a localização da pista e a rampa de pouso.
Desde maio, segundo a Aena Brasil, 128 voos com pouso ou decolagem do Aeroporto do Recife precisaram ser alternados para outros aeroportos ou cancelados por causa do desligamento parcial do ILS. Esse total representa 0,7% das 17.773 operações do terminal recifense.
Para tentar mitigar os transtornos enfrentados pelos passageiros, a Aena Brasil colocou em operação, em 10 de agosto, um novo procedimento de navegação aérea chamado RNP-AR, que permite operação com visibilidade mínima de até 100 metros de altura e 1.400 metros de distância da pista de pouso. O ILS permitirá a operação com visibilidade mínima de cerca de 70 metros de altura e 1.200 metros de distância.
O RNP-AR funciona por meio de equipamentos de geolocalização embarcados nas aeronaves e requer tripulação habilitada para utilizá-lo, usualmente disponíveis em boa parte dos voos que chegam ao Recife.
“O ILS não é um equipamento obrigatório e nem uma exigência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a concessão nem para o funcionamento do Aeroporto do Recife”, argumenta a Aena Brasil.
Por que o ILS foi parcialmente desligado?
No fim de maio, para cumprir as obrigações contratuais da concessão, explica a Aena Brasil, a cabeceira da pista teve que ser realocada e o glide do ILS, desativado. O glide é uma antena localizada na lateral da pista que indica o ângulo de planeio correto durante a aproximação da aeronave.
“O desligamento é imprescindível até que sejam concluídos o processo de análise do reposicionamento do equipamento e a revisão das cartas de navegação pelos órgãos de navegação aérea, que estão em andamento”, explica a Aena.
A concessionária afirmou ainda que, caso o equipamento permanecesse ligado, poderia induzir os pilotos ao erro. “A Aena vem mantendo reuniões e trocas de documentos com os órgãos competentes desde o segundo trimestre de 2022, e finalmente, em 16 de dezembro abriu junto ao Cindacta III o processo de ajuste. Entre maio e junho, ajustes ao projeto foram solicitados e entregues pelo aeroporto”, completa a Aena Brasil.
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