Com chuvas de intensidade histórica, subiu para 13 o número de mortos no Rio Grande do Sul. Também foram registrados 21 desaparecidos e mais de 5,2 mil desalojados e desabrigados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho da cidade de Santa Maria, no centro do estado gaúcho, e vai sobrevoar a região, uma das mais afetadas pelas cheias.
“Reforcei que precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos para serem superados e precisamos da atuação das Forças Armadas”, disse o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), em uma rede social, nesta quarta-feira (1º/5), após conversar com Lula.
O governo do estado decretou estado de calamidade, que vigorará por 180 dias e classifica a enchente como desastre de Nível III, o mais alto. O governador gaúcho disse que o estado não conseguirá realizar todos os resgates. “Não temos capacidade de fazer todos os resgates porque está muito mais disperso o evento climático que estamos vivendo. Será o maior desastre do estado”, disse Eduardo Leite em coletiva, nesta quarta-feira (1º/5), durante o anúncio do decreto de calamidade.
Leite deve acompanhar toda a visita de Lula ao estado. O governador espera a ampliação da ajuda federal, que tem disponibilizado aeronaves e embarcações das Forças Armadas para auxiliar no resgate das populações que ficaram ilhadas.
Segundo o gaúcho, as chuvas deste ano já superaram as do ano passado, que matou 75 pessoas. O Vale do Taquari, que na tragédia de setembro teve 54 vítimas fatais, é uma das mais atingidas pelos temporais desta semana. Também sofrem com a força das chuvas as regiões no Vale do Rio Pardo, Vale do Caí e a área de Santa Maria, na Região Central do estado.
“A elevação vai atingir os patamares do que observamos em setembro do ano passado, e possivelmente vai ultrapassar setembro do ano passado”, disse o governador em vídeo nas redes sociais.
As previsões da meteorologia elevam o nível de alerta no estado, pois apontam para uma expectativa que as chuvas continuem atingindo o estado. A Defesa Civil e o governador chegaram a pedir que os moradores de áreas baixas abandonem suas casas e procurem abrigos em lugares mais seguros. Com a continuidade das chuvas, Leite aponta que até a possibilidade do rompimento da barragem Quatorze de Julho, na região de Caxias do Sul, já é dada como provável. “Caso continuem as chuvas, nós podemos ter um risco real de rompimento da barragem”, disse Leite.
Correio Braziliense