Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo de São Paulo vai ampliar de nove mil para 13 mil o número de voluntários que serão testados com a vacina chinesa contra o novo coronavírus (covid-19), a CoronaVac. Mais quatro centros de pesquisa, das cidades de Barretos (SP), Pelotas (RS), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS), vão passar a realizar os testes de fase 3 da vacina.
A vacina está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A expectativa é de que a fase 3 de testes em humanos possa começar a apresentar resultados já na segunda quinzena de outubro. Se essa fase de testes comprovar a eficácia da vacina, o governo de São Paulo espera ser possível iniciar a vacinação de moradores do estado em dezembro deste ano, dependendo de autorização da Anvisa.
A fabricante da CoronaVac iniciou sua fase 3 de testes no Brasil em julho. Os testes já vinham sendo realizados em nove mil voluntários, todos da área da saúde, de 12 centros de pesquisas de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Caso os testes comprovem a eficácia da vacina, ela precisará de uma aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser disponibilizada para vacinação no Brasil.
Perfil dos voluntários
O perfil dos voluntários que poderão se candidatar ao estudo nestes quatro centros de pesquisa permanece praticamente o mesmo. São profissionais da área da saúde que estejam trabalhando no atendimento a pacientes com a covid-19. A diferença é que agora poderão se candidatar pessoas que já tiveram infecção prévia pelo coronavírus.
Outra mudança é que, até então, os estudos não permitiam a participação de voluntários com mais de 60 anos. Agora, esse grupo de pessoas poderá se candidatar. As restrições permanecem para mulheres grávidas e para pessoas que apresentem doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.
A vacina
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus inativos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. No teste, metade das pessoas receberão a vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não saberão o que vão receber. A vacina está sendo aplicada em duas doses.
Estudos de fases 1 e 2 da vacina, feitos na China, revelaram esta semana que ela é segura. Os testes de fase 3 vão comprovar se a vacina é eficaz, ou seja, se ela protege contra o novo coronavírus.