Na terça-feira (19) foi realizada a Segunda Edição do Chá Trans promovido pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), da Prefeitura de Caruaru. O encontro de hoje foi para debater sobre os riscos do silicone industrial para a saúde das pessoas trans. Durante o evento, as participantes puderam fazer a emissão do Cartão Nacional do SUS com o nome social, através da equipe da Secretaria de Saúde do município que esteve presente oferecendo o serviço.
A roda de diálogo aconteceu no auditório da SPM e contou com a participação do cirurgião plástico Frederico Santos, que, em sua fala, discorreu sobre o tema e esclareceu dúvidas. “É importante trazer informações para esse público que está sempre interessado em melhorar o visual e a autoestima, e a cirurgia plástica participa dessa transformação. Sendo a prevenção melhor do que o tratamento, nosso papel é orientar e prevenir sobre os problemas de saúde decorrentes de procedimentos inapropriados que podem levar à sequelas irreversíveis e até a morte”, ressaltou o Dr. Frederico.
Segundo a coordenadora de Políticas para Mulheres Trans da SPM, Stephanie Fechine, a escolha do assunto tratado se deu pela necessidade de levar informações para quem precisa. “Trouxemos um tema relevante para nosso público, sobre os riscos causados pelo uso do silicone industrial com procedimentos clandestinos, que ainda faz parte da vida de muitas mulheres travestis e transexuais. A escolha do tema se deu pela importância de realizar um trabalho de redução de danos causados na vida dessas pessoas”, destacou.
“A SPM tem feito um trabalho muito importante para a comunidade trans, que é vítima da sociedade, sendo o nosso país o que mais mata pessoas desse grupo no mundo. É importante que a iniciativa parta de órgãos municipais para combater o preconceito e a discriminação contra essas meninas que precisam de apoio e informação”, afirmou a participante Alessia Torres, mulher trans.
O silicone Industrial foi bastante difundido na década de 80 entre as mulheres travestis e transexuais, que através de práticas clandestinas utilizavam a substância de forma injetável para promover a modificação e adequação do corpo à sua identidade de gênero. A substância totalmente inadequada, formada por um composto industrial utilizado nas indústrias automotiva e aeronáutica, causou diversos danos para a vida, e até a morte de muitas pessoas que recorreram à esse método.