Do Diario de Pernambuco
Dos bandidos que participaram do crime na madrugada de ontem no Cabo, grande parte veio do estado do Rio Grande do Norte. A ligação entre esses suspeitos e os homens que praticaram o roubo à sede da empresa de transporte de valores Brinks, no mês passado, está sendo apurada pela Polícia Civil. A suspeita dos investigadores ganhou força quando foram encontrados documentos expedidos por órgãos públicos potiguares com os suspeitos mortos, inclusive um alvará de soltura no bolso de um deles.
Além disso, um dos carros deixados no canavial de Moreno, um Cruze branco, tinha placas da cidade de Mossoró (RN). A polícia também já sabe que no grupo havia suspeitos dos estados de Alagoas, Maranhão e Pernambuco. Há suspeitas de participação de criminosos do bairro de Santo Amaro, no Recife, e do Cabo de Santo Agostinho.
À tarde, o comandante da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão, e o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Amaral, informaram, em coletiva de imprensa no Quartel do Derby, que a polícia agiu rapidamente e evitou que o objetivo principal do grupo fosse alcançado. O secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, passou no Derby apenas para parabenizar os policiais envolvidos na operação. À tarde, o delegado Paulo Berenguer, da Força-tarefa do Depatri, informou que os dois carros abandonados pelos criminosos no canavial em Moreno eram roubados. O segundo veículo, um Spin branco, tinha placas de Juazeiro, na Bahia.
De acordo com o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Amaral, os integrantes dessa quadrilha não tiveram êxito no crime. “Dias depois do assalto à Brinks houve uma ocorrência semelhante no Sertão do Rio Grande do Norte. Isso pode nos sugerir uma ligação com a quadrilha que atuou aqui e a investigação está trabalhando para avaliar essa possibilidade”, explicou Joselito. Ele afirmou ainda que os criminosos estariam descapitalizados e sem armamento. Quem também participou das investigações na manhã de ontem foi o delegado seccional do Cabo, Alberes Félix. Ele também ressaltou que a polícia agiu com rapidez na ocorrência.
Para o comandante da PMPE, coronel Vanildo Maranhão, o uso do helicóptero foi fundamental para localização dos suspeitos, o que não aconteceu no caso do assalto à Brinks. “A aeronave foi fundamental na operação. O helicóptero funciona como uma plataforma de observação. Quando os elementos abandonaram os veículos e entraram no canavial, o helicóptero orientou o pessoal em terra para o confronto. Os PMs não pouparam esforços. Arriscaram a vida. Não havia alternativa a não ser reagir. Chegamos a tempo de evitar o assalto e eles somente conseguiram explodir a tesouraria dos bancos”, pontuou Maranhão.