OPINIÃO: Com quantos planejamentos se faz uma prefeitura?

Por RAFFIÊ DELLON

Nos livros de administração, aprendemos que planejamento é um processo dinâmico e contínuo que consiste em um conjunto de ações integradas, intencionais, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes. Um planejamento bem realizado oferece inúmeras vantagens à equipe de projetos.

Nesse contexto, observamos, nos últimos meses, a deficiência explícita dessa palavrinha mágica que parece “não querer entrar” na praça Senador Teotônio Vilela, em Caruaru, nas dependências e filiais do Palácio Jaime Nejaim: planejamento. Se formos detalhar a máquina pública “executiva” caruaruense, hoje ela está assim: 16 secretarias (1º escalão) e oito autarquias. Máquina inchada, aparelhamento escancarado, secretariado sem identificação com o município e suas demandas, falta de autonomia dos titulares, em suma, uma zorra.

A temática gerencional da atual gestão não serve de modelo para nenhum iniciante de qualquer curso de administração ou, principalmente, naquela graduação com ênfase na administração pública. Num rápido comparativo, no município de Jaboatão dos Guararapes, população duas vezes maior que a caruaruense, o organograma enxuto do executivo se resume em apenas oito secretarias e quatro autarquias, num elo direto com o prefeito e com uma gestão sintonizada, em rede. Peter Drucker, um dos expoentes da administração moderna, era direto sobre liderar uma gestão: “Preparar-se para o inevitável, prevenindo o indesejável e controlando o que for controlável”.

Se formos falar da maior veia pulsante da economia local, a Feira de Caruaru, além dos caruaruenses ficarem sabendo da sua transferência pelo Diário Oficial, o Executivo reúne alguns dos seus comissionados para apresentar um projeto vazio, sem dados financeiros, sem expectativas de início ou conclusão, coisa para “inglês ver”. Já sobre a faraônica tal “revitalização” da avenida Agamenom Magalhães, é um mistério – obras sem transparência, valores exorbitantes, sem noção exata de como ficará no final e, o pior, num período que antecede as festividades juninas. O resultado? Economia local prejudicada com o impasse das tradicionais drilhas irreverentes do nosso município.

Uma Secretaria Extraordinária de Relações Institucionais que não dialoga nem com o Legislativo, uma Secretaria de Infraestrutura e Políticas Ambientais que não discute seu Plano de Resíduos Sólidos, que não discute uma política sustentável para a cidade, uma Secretaria de Planejamento e Gestão que, nem em conjunto com a URB e a Secretaria de Projetos Especiais, consegue “planejar” Caruaru para a Copa do Mundo, levando em consideração que o evento é em período junino e com jogos a 120 km desta cidade de Condé. Um Alto do Moura abandonado, jogado ao barro e em extinção da presença do poder público. Afinal, qual cidade nós queremos?!

* Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru.

OPINIÃO: Adeus, minha companheira

Por MENELAU JÚNIOR

Esta semana, perdi uma fiel companheira. Nós nos conhecemos em janeiro de 2007 e mantivemos, durante 7 anos e 4 meses, uma relação familiar. Mais que uma grande amiga, Gisele era uma filha.

Não foi fácil aceitar sua partida precoce. Por mais que eu soubesse que uma hora isso iria acontecer, nunca estive preparado para ficar sem ela. Não a vi nascer, porque quando nos conhecemos ela já era criança, mas a vi morrer, dando os últimos suspiros enquanto o médico tentava reanimá-la.

Nos últimos dias de sua vida, Gisele se queixava de dores. Tinha dificuldades para se levantar. E, depois, parecia que nem mais reconhecia a mim. Olhava para o nada, andava em círculos. Quando me fitava, seus olhos cabisbaixos pareciam me dizer que eu me preparasse para a ida sem volta que ela estava prestes a fazer.

Durante o tempo em que estivemos juntos, Gisele foi uma companheira fiel. Meiga, carinhosa, brincalhona. Gostava de ganhar brinquedos, odiava que lhe dissessem “tchau!”. Gisele não entendia a palavra “adeus”, mas sabia que o “tchau” era algo ruim.

Gisele, entretanto, arrumou um jeito só dela para me dar adeus. Na segunda-feira, quando acordei e me despedi dela porque iria trabalhar, ela ficou na sala de visitas, lugar em que nunca ficava. Rezei para as horas passarem logo e eu revê-la na hora do almoço. No fim da tarde, ela iria ao médico pela quinta vez em vinte dias. Mas Gisele não suportou.

Quando cheguei, ela estava na cozinha, como sempre ficava na hora do almoço. Ao me ver, foi até o quintal. Ajoelhei-me, abracei-a e lhe disse olhando nos olhos cabisbaixos: “Papai te ama!”. Ela me olhou pela última vez. Teve uma convulsão e perdeu os sentidos.

Socorrida, ainda foi levada à clínica, onde resistiu até as 17h40 min.

Chovia. Fiz questão de ficar ao lado dela para poder dizer: “Vai, meu amor, não quero que você sofra mais”.

Ela foi embora em silêncio. Eu fiquei com uma dor que insiste em não passar.

Gisele nasceu em 25 de dezembro de 2006. Tornei-me seu pai em 25 de janeiro de 2007. Gisele foi minha cadelinha da raça labrador desde o primeiro mês de vida. Gisele sempre será um grande amor. Ainda mais agora, que passei a odiar a palavra “tchau”…

Até a próxima semana.

menelau blog

 

Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br

Artigo: O político contra o Estadista

Por Dimitre Bezerra 

Em recente entrevista divulgada no site da portuguesa RTP no último domingo, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “não houve mensalão” e que o julgamento da Ação Penal nº 470 (alcunhada de ação do mensalão) “teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica”.

Trata-se de uma postura descabida para um ex-Presidente da República. O político está a manchar a biografia do Estadista.

É inquestionável que durante o governo Lula o Brasil teve os avanços mais significativos da sua história, sobretudo na área social. Esse é o legado que deveria ser preservado na História.

Negar a existência do esquema para compra de apoio parlamentar no Congresso Nacional, devidamente esmiuçado na Ação Penal nº 470 por parte do Supremo Tribunal Federal é uma afronta aquela Corte Suprema, ao povo brasileiro, a democracia e a própria biografia do ex-Presidente.

Falar em decisão política é totalmente descabido.

O Excelso Pretório é um tribunal civil cuja composição tem seu rito estabelecido no art. 101 da Constituição Federal de 1988, sendo os Ministros indicados privativamente pela Presidência da República e aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal, dentre cidadãos brasileiros natos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Indubitavelmente não se trata de um tribunal de exceção para um julgamento político. As regras processuais penais cabíveis foram devidamente observadas na condução da Ação Penal nº 470, sendo assegurada aos réus a observância dos Princípios Constitucionais da Ampla Defesa, do Contraditório e do due processo of law. Não há no que se falar em julgamento político.

Ainda é interessante lembrar que da atual composição do Supremo Tribunal Federal nada menos que 8 (oito) Ministros foram indicados pelas gestões do Partido dos Trabalhadores (Lula indicou Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Dias Toffoli, e ainda, Dilma indicou Rosa Weber, Teori Albino Zavascki, Luiz Fux e Roberto Barroso), além das indicações pretéritas dos ex-Presidentes José Sarney (Celso de Mello), Fernando Collor (Marco Aurélio de Mello) e Fernando Henrique Cardoso (Gilmar Mendes).

Talvez a postura pouco serena do Ministro Joaquim Barbosa (Presidente do STF) e relator da ação do mensalão, cujos arroubos por certo podem ter sido impulsionados pela exposição midiática do julgamento, poderia ser objeto de uma censura, nunca de um questionamento quando a lisura.

As declarações do ex-Presidente Lula fazem apequenar sua biografia escrita em cima do seu grande legado.

Dimitre Bezerra é advogado 

OPINIÃO: Precisamos ir além das bananas e dos macacos

Por DANIEL FINIZOLA

Esta semana, a internet foi tomada por bananas e macacos. Tudo teve inicio quando um torcedor do Velho Mundo, tido como civilizado, jogou uma banana no jogador brasileiro do Barcelona, Daniel Alves. A banana tinha por objetivo incitar o racismo, comparando o jogador a um macaco. O brasileiro não perdeu tempo, nem a banana. Tratou de pegar a fruta, descascar e comer, ali mesmo, na frente de todos e todas. Tudo televisionado. Era um protesto, certo?

Para entender o racismo, é preciso retomar a história e perceber que o Velho Mundo tem um forte histórico de racismo e xenofobia. Em tempos de mercantilismo, o comércio de homens negros era uma grande fonte de lucro para os homens brancos que também usavam as crenças religiosas católicas para justificar o ato. Por volta do século XIX, com a segunda fase da Revolução Industrial e o neocolonialismo, os europeus avançaram sobre a África e a Ásia, praticando todo tipo de violência contra os povos africanos, roubando suas riquezas. A justificativa dos europeus para tais atos era bonita: “Precisamos levar a civilização para os africanos”. Na verdade, o que o Velho Mundo deixou para a África foi muita morte, exploração e desestruturação das organizações sociais africanas. Isso sem falar nas teorias de superioridade de raça, nos atos xenofóbicos nazistas e nas recentes ações de grupos como os skinheads.

A colonização brasileira exercida pelos europeus disseminou o patriarcalismo, clientelismo e o racismo em nossa sociedade. Infelizmente, esses valores continuam latentes. As sequelas vão se revelando nas estatísticas dos jovens negros assassinados nas periferias, na violência contra a mulher ou no preconceito contras as religiões de matriz afro. A colonização norte-americana também fez uso do trabalho escravo e, da mesmo forma que aconteceu no Brasil, a abolição da escravidão não representou a inclusão social e econômica dos negros.

Mas, o que dizer de jogadores que são milionários e ainda continuam sofrendo com atos racistas? Isso só indica que não é simplesmente uma questão de grana, mas de construção simbólica e social. Pense e analise como a história do negro foi tratada na sua escola, isso quando ela é citada.

Geralmente fala-se da comida, da música e da dança, não é mesmo? Tudo com um ar meio exótico como se isso não fizesse parte do que somos.

Vejo muitas instituições de ensino comemorando o Dia de São Patrício com cartazes e vestimentas verdes – nada contra a manifestação para o santo irlandês, mas é algo que não está diretamente ligado à nossa cultura. Agora, uma pergunta: alguém lembra de ter visto alguma comemoração na escola ou na faculdade em homenagem à Iemanjá, Ogum ou Oxalá?

De modo geral, a história da etnia negra não ganhou destaque nas grandes narrativas positivistas, que, por sinal, ainda fundamentam muitos dos livros de história de ensino básico no Brasil. Dentre vários outros, esse é um dos fatores que contribuem de forma significativa para que jovens e adultos tenham grande dificuldade de entender e conviver com diversidade cultural e econômica que constitui este país.

Racismo é coisa séria! Precisamos ter cuidado para que a espetacularização da ironia feita por Daniel Alves, ao qual não tenho nada contra, não venha esvaziar o debate que provocou.

Até semana que vem.

daniel finizola

 

@DanielFinizola, formado em ciências sociais pela Fafica, é músico, compositor e educador. Escreve todas as quartas-feiras para o blog. Site: www.danielfinizola.com.br

Artigo: Corretores de imóveis: respeitem as regras

Por Alexandre Barbosa Maciel

A profissão de corretor de imóveis é regulamentada por lei federal que estabelece que apenas os inscritos nos conselhos regionais de corretores de imóveis podem realizar com habitualidade as diversas formas de intermediações imobiliárias.

Essa é a primeira e mais importante regra que devemos respeitar, mas muitas outras existem para assegurar aos envolvidos numa transação imobiliária, vendedores e compradores, locadores e locatários ou permutantes, além dos próprios corretores de imóveis, é claro, de que nada errado aconteça.

Duas regras básicas que devem ser observadas obrigatoriamente são a contratação dos serviços por escrito e o respeito à tabela de honorários homologada pelo Creci do regional onde o corretor de imóveis está inscrito. Essas regras evitam desinteligências entre o contratante e o contratado e o aviltamento da atividade.

Outras regras de observação obrigatória são determinadas pelas resoluções emitidas pelo Cofeci. Estas normas de caráter administrativo que tem o mister de regulamentar a atividade, surgem a partir da observação da rotina profissional e são confeccionadas com base em discussões entre os conselheiros federais. São normas que visam valorizar a atividade e os profissionais da corretagem.

Uma das resoluções mais importantes para os corretores de imóveis é a 326/92 que institui o nosso código de ética profissional. Nela estão contidos os procedimentos e comportamentos que devem respeitados ou evitados por todos os corretores, em relação ao mercado, às instituições, aos clientes e aos colegas para o sucesso nos negócios e na carreira.

Porém alguns paradigmas são criados na cabeça do corretor, muitos desses ainda no processo de formação ou mesmo durante a carreira, que atrapalham o desempenho do profissional que adota esses conceitos. Quem aborda esse assunto muito bem é o palestrante capixaba Guilherme Machado com as suas palestras que instigam o corretor a sair da zona de conforto sem, no entanto desrespeitar os limites éticos e morais que envolvem a nossa profissão.

Ele provoca aos corretores que busquem romper com os paradigmas e preconceitos, como os de que a profissão é moleza, de que vai ficar milionário da noite para o dia, ou que o mercado está ruim, que os clientes sumiram e que há bolha imobiliária no Brasil.

Corretores que conhecem e respeitam as normas são reconhecidos pelo mercado como confiáveis e recebem muitas indicações da sua clientela, esteja como estiver o mercado.

Alexandre Barbosa Maciel – ABM Negócios Imobiliários 

Artigo: A angústia do professor frente ao fracasso escolar: Uma abordagem psicanalítica

Por Alexei Esteves

Fala-se muito nos dias de hoje, que a profissão do professor, é uma das mais belas que existem. Muitas pessoas se referem dizendo que sem o professor, não existiria médicos, advogados, juízes etc. Outros mais ousados aferiram que para ser até coveiro ou gari, precisa ter passada pela mão de um professor.

Realmente, um povo sem a educação é um povo fadado a extinção, porem um povo para ser educado faz-se necessário a presença de um professor. E mesmo uma pena que esse profissional não seja tão bem valorizado: coisa que em décadas passadas, isso era apenas uma utopia. 0 professor era realmente um representante dos pais na escola. A autoridade que lhe era devida provinha das mãos não só das autoridades, do sistema quanto da própria família.

A sociedade era bem mais estruturada, o povo bem mais educado e o professor bem mais valorizado. Havia mais justiça entre os cidadãos. Mas, infelizmente, essa época passou e o que vemos hoje em dia são os professores desmotivados, muitas vezes desmoralizados tanto por agressões sofridas por parte dos alunos quanto dos próprios pais.

Podemos dizer que existem vários tipos de professores: aqueles que fingem ser professor e fingem que ensinam, mas também existem aqueles que não deixam se abater em meio a situação. 0 verdadeiro professor, não se abater diante das adversidades, em seus sonhos esta a realização do sonho de alguém, nesse caso o sonho do seu aluno, de uma sociedade mais justa, esclarecida e organizada.

Dentro dele ainda é alimentado a esperança de um mundo melhor, onde ele é cooperador assíduo para que essa mudança aconteça. Este e outros inúmeros motivos, como um futuro reconhecimento, um salário mais digno e a garantia de uma aposentadoria mais sossegada, tem levado esse profissional a correr de uma escola para a outra, de sala em sala ocupando seu tempo e sacrificando seus finais de semana e feriados para se planejar melhor, para atuar melhor, para ver um aprendizado melhor por parte dos seus alunos.

Mas, e quando isso não acontece? Por mais que ele se dedique, a impressão é de estar remando contra a maré. O que aconteceu afinal? Como entender e achar uma saída para essas situações que só alimentam uma situação de angustia quando diante de um insucesso escolar? É necessário mais do que mudar um planejamento e a didática aplicada.

As formações continuadas trazendo novas metodologias a fim de facilitar o trabalho do professor e os cursos de especialização estão lotados por professores que buscam uma valorização e aprendizagem que parecem estar sempre em dias futuros que se afastam cada vez mais do tempo presente. Mesmo que a luta faça parte do seu dia-a-dia, mesmo que a angústia aumente cada vez mais, é necessário um entendimento maior frente processo de ensino aprendizagem do aluno. Quem sabe assim, o professor não diminui mais a sua angústia e aprende novos caminhos a serem trilhados com o apoio da psicanálise.

Compreendendo o conceito de angústia na psicanálise palavra angustia também pode ser citada como ansiedade ou medo. .Há registros dessas três palavras nos idiomas: francês, alemão, português e inglês. Ainda que existam palavras diferentes para definir angustia e ansiedade, elas são e podem ser usadas como sinónimas.

De acordo com o dicionário de Psicanálise Larousse (Artes Medicas), angústia está assim definida: angústia (neurose de) (alem.: Angstneurose; fr.: nevrose d’angoisse; ing.: anxiety neuroses).Neurose caracterizada clinicamente por um estado geral de excitabilidade e de expectativa ansiosa, por acessos de angústia com manifestações somáticas e neurovegetativas, bem como por fobias.

Numa abordagem neurológica, mostra através dos seus estudos sobre neurotransmissores, como o inconsciente pode funcionar como amplificador das emoções. Estudos recentes desenvolveu-se uma pesquisa com voluntários e através dos preenchimentos dos questionários, passava a medir o seu nível de ansiedade.

O estudo da comprovação neurocientífica de uma teoria central da psicanálise: a interpretação inconsciente de coisas negativas é a fonte de muitas das aflições humanas.

A neurose da angustia, numa visão psicanalítica, teria sua etiologia na má utilização ou na não utilização da energia da libido, que se acumula e se transforma angústia.

Numa visão mais enigmática e profunda diríamos que a angústia é um símbolo da experiência do nada e que através da angústia, nos é revelado uma espécie de sombra que se destaca do ser e o envolve com sensações enigmáticas. 

É através da angústia que o homem se encontra com seus limites confrontando-se com o problema do nada. Pois, o educador brasileiro necessita de mais apoio e reconhecimento dos poderes legislativo, executivo e judiciário no que se refere a condições de trabalho e valorização salarial. No entanto, um profissional da área de educação jamais poderá produzir e transformar a sua realidade social, e levar uma boa reflexão na ministração das aulas a seus alunos sem ter condições físicas e mentais saldáveis.

Portanto, fica bem claro, que a produção do patrimônio imaterial do nosso país que é o conhecimento está numa involução, bem como, havendo também o insucesso no ensino básico e superior.

Alexei Esteves é Professor, Doutor em Educação

Opinião: A morte do país de Caruaru

Durante o fato acontecido da derrubada do Relógio, fiquei pesquisando o que foi circulando nas diversas falas tais como: Dr. Emanuel Leite, os memoristas da cidade, os historiadores, os analistas políticos, os jornalistas, os que foram se colocando contra ou a favor, os órgãos responsáveis pelo poder público municipal, e por ai fui.

Confesso que fazer uma análise dos discursos nesse momento é tarefa quase impossível. São muitas arbitrariedades, falta de respeito com o cidadão de 73 anos, que foi empurrado, detido e humilhado. São muitas versões, defesas e ataques. Quero afirmar que respeito todas as falas e opiniões, porém não concordo com muitas versões e por isso trago a minha.

Mundialmente a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) é o órgão responsável pela definição e regras de proteção e patrimônio. No Brasil existe o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), atuando na proteção e preservação cultural. Duas entidades que poderiam ter sido consultadas nesse caso.

Vale aqui trazer uma definição da palavra Patrimônio “Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade, tudo que tem um vinculo afetivo, histórico é considerado patrimônio”.  Será que o nosso relógio não é contemplado nessa definição?

A “estória” que o poder público, tenta, passar para sociedade é que o relógio era feio, velho, que não correspondia aos padrões de renovação ou modernidade; que ele causava poluição visual; que o relógio era um equipamento publicitário, utilizando o espaço público no privado; que a requalificação do espaço precisa se adaptar ao novo conceito mundial.

Essas respostas estão sem critério e sem musculatura nenhuma a meu ver, até porque em nossa cidade, alguns, espaços públicos são utilizados para o privado, basta apenas citar os estacionamentos da feira de artesanato, da sulanca, do parque 18 de maio, da Rua 15 de novembro, o espaço da estação ferroviária, as campanhas em período natalino quando as empresas “adotam um poste” e colocam suas marcas, além da propaganda na ponte ‘Irmã Gerônima’, entre tantas outras, e aqui nada contra as marcas, as empresas e seus empresários, estamos refletindo Espaços Públicos!

O relógio da Rua da Matriz, ponto tradicional da cidade, existia desde 1969. O relógio não era apenas uma máquina e sim um monumento que marcava o tempo, um equipamento para além do simples ato de saber da hora. Significava ponto de referência, orientando e marcando o tempo e seus desafios. A concepção de melhor aproveitar aquele espaço e que com o relógio precisava de outros olhares, concordo plenamente. O próprio Dr. Emanuel Leite já estava convencido disso. Mas, a forma que foi “PENSADA” e “EXECUTADA” a demolição fere, agride, humilha e nos desafia o sentimento de indignação humana e política.

Em Caruaru o desrespeito com a memória e a política de demolir os bens públicos vem se apresentando como uma prática “normal”! Na década de 1960 foi demolido o Museu de Arte Popular para se fazer o prédio da Prefeitura, na mesma época a derrubada da Igreja de Nossa Senhora das Dores(Igreja da Matriz), construída em 1848, no mesmo tempo foi retirado o espaço de convivência do jardim Siqueira Campos. Para os mais saudosistas o 1° grupo escolar Joaquim Nabuco de 1895 que funcionava na Rua Sergio Loreto(Praça do Rosário) também foi demolido,  depois veio abaixo o Curtume Souza Irmãos na Rua Preta, A Casa dos Maquinistas, onde hoje funciona um posto de gasolina. Depois veio ao chão a casa que nasceu os Condés, na Rua da Matriz, dando espaço a uma farmácia; o antigo mercado de carne perdeu a sua referência; em 1993 o pavilhão Central da Caruá foi demolido; entre tantos outros espaços.

Recentemente assistimos o trator da tirania e da demolição passar em nossa frente com a retirada do Muro da Estação Ferroviária, depois em 2011 a derrubada da Vila do Forró, a derrubada da mansão onde funcionou a Prefeitura, a Faculdade de Direito de Caruaru e a Clínica Psiquiátrica de Dr. Veloso, dando espaço para um estacionamento privado para uma rede de supermercado. E agora na calada da noite a derrubada do Relógio na Rua da Matriz.

Assim, fico a me perguntar, cadê a participação popular nessas discussões? Cadê o poder legislativo que não propõe abrir o debate na elaboração das leis ou chamar para audiência pública sobre preservação e patrimônio? Cadê os representantes dos clubes sociais como: Rotary, Lions entre outras entidades que não são ouvidas e não se posicionam? Temos em Caruaru entidades e pessoas responsáveis que precisam ser ouvidas, tais como; Instituto Histórico, ACACCIL, Sindicatos e associações que merecem participar do processo de construção, preservação, e não se procura ninguém? Algo está fora de prumo não é!

Lembro-me que na construção do Shopping Difusora no começo dos anos 2000, existia a idéia de derrubar o prédio. Ai entre em campo a força tarefa dos artistas em manter viva a história da primeira rádio AM em Caruaru. Depois de muito debate e participação popular, foi determinado pelo proprietário da área Luciano da AVIL, que faria a construção do shopping, mas preservaria o espaço, uma realidade entre o novo e a tradição, convivendo lado a lado sem perder a estética, a beleza e a cultura.

Ainda temos alguns espaços e prédios para se preservar e que merece toda atenção tais como; o prédio do Hospital São Sebastião, o prédio da FAFICA, da ASCES, algumas casas históricas na Rua da Matriz e na Rua 15 de Novembro, o prédio do Convento dos Capuchinhos, algumas fachadas de casas com arquiteturas européias históricas que ainda permanecem de pé vigiando o tempo e seus desafios.  Se for antigo porque não tem mais valor ou porque é velho, será que é preciso derrubar esses prédios? Ou preservar e adaptar as novas formas de instalações e conceitos?

Outra contradição da atual gestão, no que se diz respeito à derrubada e a não preservação do nosso patrimônio, foi na reinauguração da Praça do Rosário. A prefeitura deixou uma ‘Bomba de gasolina’, simbolizando que naquele lugar funcionou um posto! Sim um posto de gasolina? E ai será que o nosso relógio na Rua da Matriz, não merecia ser retirado e ter sido levado para outro espaço de melhor convivência? Essa não seria uma das tantas alternativas e talvez mais viável?

Eita! Ainda há quem pense que o “País de Caruaru”, como bem disse o escritor Nelson Barbalho, está se transformando em vila, depois lugarejo e no final, rodeados de casas.

E só para trazer mais uma reflexão, na Europa se preserva o passado em todos os aspectos, é política real. Até os cemitérios por lá são motivos de visitação e espaços turísticos. Aqui não se respeita os vivos quem dirá os mortos.

 

Hérlon Cavalcanti é jornalista e escritor.

OPINIÃO: “O partido que ele é filiado”

Por MENELAU JÚNIOR

Tenho lido recentemente em órgãos de nossa imprensa frases do tipo “O partido que ele está filiado…”. Há, no fragmento, alguns elementos gramaticais interessantes a discutir.

A primeira questão seria ortográfica. Existe diferença entre “filiado” e “afiliado”? Para os dicionários, não. O Houaiss, versão eletrônica, traz, entre outras definições: “Agregar(-se), unir(-se) a corporação, clube, entidade, sociedade etc.; inscrever(-se) como sócio ou membro; afiliar(-se)”. Observou: “afiliar-se”. Por isso, pode-se dizer que o candidato Fulano está filiado (ou afiliado) ao partido X.

Entretanto, há um problema de regência verbal na oração em análise. O adjetivo “filiado” (ou “afiliado”) pede a preposição “a”. É possível filiar-se “a” determinado partido. Mas observe que no trecho “O partido que ele está filiado” essa preposição não aparece.

De fato, mesmo em textos formais já encontramos o pronome relativo “que” sem ser antecedido de preposição, mesmo quando a norma-padrão recomenda esse uso. Em outras palavras, a construção “O partido que ele está filiado…” deve ser substituída por “O partido a que (ou “ao qual”) ele está filiado…”. Encontrei também a forma “O partido em que ele está filiado…”. Nesse caso, o “em” não se justifica, uma vez que o adjetivo “filiado” pede a preposição “a”.

No site do TRE de Minas Gerais, encontrei a seguinte oração: “Para a filiação, é necessário que o eleitor se dirija à sede do partido ao qual pretenda se filiar com seu título de eleitor e preencha a ficha de filiação, em modelo próprio do partido”. Observe o uso adequado da forma “ao qual”: “…sede do partido ao qual pretenda se filiar”. É o verbo “filiar-se” que exige a preposição “a”.

Situação semelhante ocorre com a frase “A seção que o eleitor vai votar”. Ora, se o leitor vai votar, ele fará isso “em” uma seção. É por causa desse “em” que, numa construção formal, recomenda-se a forma “A seção EM QUE (ou “na qual”) o eleitor vai votar”.

Para você que se prepara para o Enem, é bom revisar regência verbal. Embora as questões de múltipla escolha não tratem de aspectos gramaticais minuciosos, a redação deve ser escrita em norma-padrão. Obedecer à regência é importante.

Até a próxima semana.

menelau blog

 

Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br

OPINIÃO: Menos hipocrisia e mais beijinho no ombro (Parte II)

Por DANIEL FINIZOLA

Ao escrever o texto da semana passada, sabia que iria provocar debates e reflexões. Normal. Estou exercitando um pouco da maiêutica, incitando o diálogo sobre o tema, que me parece bem pertinente ao atual contexto cultural, social e econômico que vivemos, algo parecido com o que o professor do Distrito Federal fez com sua polêmica prova. Os comentários no blog e nas redes sociais foram ótimos! Alguns extremamente interessantes, enquanto outros preocupados em distribuir rótulos – até ganhei alguns.

Vamos ao que interessa.

Precisamos analisar que vivemos em uma sociedade de classe e, como tal, fomos acostumados a desenvolver uma certa visão hierarquizada das coisas. Com a cultura não seria diferente. Criamos a ideia de que uma cultura é “boa” ou “ruim”; muitas vezes, a partir de um julgamento moral, social e estético do artista que a produz. É preciso questionar. Quais as variáveis e os parâmetros que fazem uma cultura ser “boa” ou “ruim”? Há um porquê dessas nomenclaturas. Vejamos o conceito de “cultura popular”. Ora, se existe o conceito “popular” é porque existe uma antítese, a erudita, e a quem interessa essa divisão? Quem a criou e por que criou? Ela faz parte da lógica de uma sociedade economicamente desigual.

Ao invés de rotular e segregar a produção cultural das classes menos abastardas, devíamos procurar entender o porquê dessa expressão cultura de acordo com o contexto em que está inserida. É fato comprovado estatisticamente que o crescimento da renda das classes C e D aumentou o acesso aos bens de consumo, os quais possibilitam a propagação da informação. Em meio a tudo isso, surge um novo nicho de mercado que interessa a muita gente. Roupas, produtos de beleza, música são apenas alguns exemplos dos bens que vão se inserindo nesse novo contexto mercadológico. Alguém deve lembrar daquele programa “Esquenta”, da Globo. Ele é um dos símbolos midiáticos dessa nova dinâmica do mercado.

É nesse cenário que o polêmico funk ostentação ganha destaque na mídia alternativa e tradicional. Ele é fruto de um contexto social novo, no qual vários estudiosos da sociedade vêm se debruçando, procurando entender fenômenos como o “rolezinho”. A visibilidade que a cultura da periferia ganhou na mídia e nos espaços de mercado nos últimos tempos incomoda muita gente, externa o preconceito velado e expõe nossas feridas sociais e históricas. Para muita gente, ficou difícil e insustentável dividir espaços virtuais, midiáticos e reais, antes frequentados e utilizados apenas por alguns grupos sociais.

O debate precisa e deve ir além da arte que se produz na periferia. Essas manifestações culturais estão diretamente ligadas ao desejo de afirmação social e econômica das classes mais baixas, alimentado ainda mais o mito capitalista da inclusão pelo consumo e exposição. Nada muito diferente das classes mais abastadas, que também exercem sua afirmação social, seja pelo poder econômico, seja pela educação formal a que teve acesso – a mesma educação que hierarquiza os saberes e acha um absurdo uma cantora de funk ser considerada pensadora.

Valeska Popozuda, como tantos outros, virou fenômeno midiático porque há uma indústria do entretenimento por trás, fazendo a coisa acontecer. Isso significa muito dinheiro e estratégia de marketing. É um negócio! Da mesma forma que ocorre com o Kiss, Iron Maiden, Roberto Carlos e Lenine. Guardadas suas devidas proporções, claro! Há algum tempo, bastava o artista fazer um disco mais “conceitual” e vender menos para o seu contrato na gravadora ficar ameaçado.

A lógica do mercado fonográfico hoje é mais complexa do que a que tínhamos nos anos 80. O mundo virtual abalou o poder das gravadoras e deu uma nova dinâmica ao mercado fonográfico. Perceba que há uma grande volatilidade no mercado da música nos últimos tempos. Ontem foi “Gangnam Style, hoje é “Beijinho no Ombro” e amanhã virá outra. E assim a indústria do entretenimento segue fazendo produtos culturais cada vez mais passageiros, mas repito: é preciso entender os porquês desses fenômenos que não são de hoje e não são algo exclusivo da música. O debate precisa caminhar sem reducionismo ou colocações preconceituosas.

Eu não curto a estética artística do funk, nem do forró estilizado, por exemplo. Não coloco no meu carro para escutar, mas o meu gosto musical não me dá autoridade nem poder para dizer qual arte é “boa”. Eu simplesmente não gosto enquanto estética artística, como também não gosto do realismo na pintura. Isso não quer dizer que ela é “ruim”. Respeitar o funk como expressão cultural da sociedade brasileira não obriga você a frequentar um baile funk, mas também não te dá o direito de dizer que é algo que não “presta”. Tenho críticas às músicas de discurso sexista tão presente no funk, ao mesmo tempo, há várias músicas ligadas ao funk que quebram paradigmas ligados ao corpo feminino, instituídos durante séculos de repressão sexual, algo que ainda é tabu na sociedade brasileira.

É bom deixar claro que esse texto não tem a pretensão de explicar todas as questões que circundam esse tema. Várias lacunas vão ficar e merecem ser discutidas. Cabe a cada pessoa propagar o debate tendo em vista que a grandeza e riqueza da cultura humana está na sua diversidade e relações. Sigamos com mais respeito e menos preconceito.

Até semana que vem.

daniel finizola

 

@DanielFinizola, formado em ciências sociais pela Fafica, é músico, compositor e educador. Escreve todas as quartas-feiras para o blog. Site: www.danielfinizola.com.br

OPINIÃO: Caruaru na #ArenaNETmundial

Por DANIEL FINIZOLA*

Recentemente o mundo foi surpreendido por escândalos de espionagem via rede mundial de computadores. Vários países demonstraram indignação e incitaram o debate sobre a necessidade de se preservar a privacidade de todos e todas na internet. Com o desenvolvimento da sociedade da informação e o barateamento das tecnologias de transmissão de informação, cada vez mais se amplia a interação de culturas, ações econômicas e de poder político. O elemento internet abalou com as estruturas da comunicação tradicional e fez o homem pensar novas estratégias de transmissão de informação.

O debate sobre a internet, seu futuro e seu papel social cresce em todo o mundo. Novas ideias e conceitos vão surgindo e ganhando força. Ao mesmo tempo, crescem os questionamentos sobre quem é esse novo homem que todos os dias respira e vive o universo virtual. Quais as implicações sociais, políticas e econômicas que o desenvolvimento da cibercultura provoca na sociedade contemporânea? Não há como fazer todas essas perguntas sem discutir os modelos de economia e estado que nós temos e como eles estão se relacionando com a internet.

O Brasil é um dois países responsáveis por incitar esses debates no mundo. Nos dias 22, 23 e 24 de abril será realizada em São Paulo a #ArenaNETmundial. O evento tem por objetivo promover e potencializar diálogos que já acontecem na web. Temas como privacidade, segurança na internet, cibercultura, direitos autorais na era da internet, novas formas de participação social em rede, soberania digital, internet e direitos humanos serão discutidos em oficinas de capacitação, painéis temáticos e conferências. O evento terá cerca de mil participantes e representantes de mais de 70 países. Todo o evento será transmitido via internet e todos os caruaruenses poderão acompanhar e participar a partir do site do Gabinete Digital (www.gabinetedigitalcaruaru.com.br).

O encontro é organizado pela Secretaria-Geral da Presidência da República em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo e contará com a presença de vários palestrantes, ativistas virtuais, artistas e colaboradores, a exemplo de Demi Getschko, um dos primeiros a militar e debater a efetiva participação da sociedade nas decisões que envolvem a implantação e administração no uso da rede.

Em Caruaru, a criação da secretaria de Participação Social e o desenvolvimento de políticas públicas de caráter digital, através da Gerência de Participação Digital, fizeram com que a cidade ganhasse destaque no debate sobre governança digital no país. Isso levou Caruaru a ser convidada para participar da #ArenaNETmundial.

Eventos como esse possibilitam a troca de experiências e análises dos desafios que os novíssimos conceitos de governança digital, democracia 2.0 e participação digital têm pela frente. Acompanhe a programação no site do Gabinete Digital e #participe.

Segue a lista dos temas, horários e datas que serão debatidos:

1. 22/04 – 19h Internet pra consolidação da democracia no continente.

2. 23/04 – 11h Uma nova democracia na sociedade em rede.

3. 23/04 – 14h Governança da internet.

4. 23/04 – 16h A internet e os direitos humanos.

5. 23/04 – 19h #Web25 – uma carta magna global para internet.

6. 24/04 – 11h Direitos autorais na era da internet.

7. 24/04 – 14h Mobilização pelo Marco Civil da internet.

8. 24/04 – 16h Novas formas de participação social em rede.

9. 24/04 – 19h Soberania digital e vigilância da era da internet.

*Daniel Finizola é colunista do blog e gerente de Participação Digital da Prefeitura de Caruaru. Twitter: @DanielFinizola

PARTICIPAÇÃO

Para colaborar, basta enviar e-mail para blogdowagnergil@gmail.com. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do blog.