Crescente onda de assaltos assusta caruaruenses

A Secretaria de Defesa Social só deverá apresentar os números referentes a fevereiro na próxima terça-feira (15), mas, tomando como parâmetro os dados do mês anterior, já dar para se ter uma noção da crescente onda de assaltos que vem ocorrendo atualmente em Caruaru. No comparativo com o mesmo intervalo de 2015, a pasta estadual contabilizou no último mês de janeiro um aumento de 28% na prática de crimes violentos contra o patrimônio. Estes últimos se referem a todo tipo de roubo tendo como principais alvos, por exemplo, populares, veículos, bancos e residências.

Embora os índices oficiais estejam previstos para serem divulgados somente no decorrer desta semana, basta circular por alguns bairros da Capital do Agreste para comprovar que as ações dos bandidos não vêm se restringindo apenas a determinadas comunidades. Residentes sejam da periferia ou de áreas consideradas nobres, populares têm se tornado cada vez mais vítimas em qualquer horário do dia. Que o diga um comerciante do bairro José Liberato, que preferiu não ter o nome revelado. De dezembro do ano passado até o início deste mês, ele disse ter sido assaltado três vezes.

“Dois ocorreram no meu mercadinho, onde bandidos roubaram dinheiro da caixa registradora, e outro no sítio da família, onde os criminosos levaram os objetos que puderam. Realmente, a situação está preocupante em Caruaru. Se as autoridades não tomarem uma providência, essa onda de assaltos só tende a aumentar”, criticou.
Até então considerado um bairro ameno, a Nova Caruaru também vem sofrendo com os constantes roubos praticados. Somente no último fim de semana, pelo menos duas ações do tipo foram registradas no entorno da praça Drayton Nejaim.

“Estava na porta de casa com familiares na noite do domingo (6), quando um meliante nos surpreendeu e acabou roubando todos os nossos pertences. Perdi o aparelho celular e R$ 300 em espécie”, disse um autônomo, que preferiu manter-se no anonimato.

O detalhe é que no mesmo local, mas na noite anterior, um grupo de pessoas que acabara de sair de um casamento também foi vítima de assalto. O comerciante Bruno Henrique Florêncio, que mantém um açougue no entorno da igreja, onde ocorreu a ação, deu mais detalhes sobre a investida criminosa.

“Um bandido simplesmente desceu do automóvel, que estava conduzindo, anunciou o assalto e roubou celulares e dinheiro das pessoas que haviam deixado, momentos antes, a Igreja de Nossa Senhora das Graças. A violência aqui está demais, até arrastão vem ocorrendo. Para você ver, em plena 11h desta quarta-feira (9), não tem ninguém na praça. Antigamente, isso aqui ficava cheio de pessoas fazendo atividades físicas.”

Outro alvo recente dos assaltantes foram alguns estudantes das escolas Arnaldo Assunção, no bairro do Salgado; Nicanor Souto Maior, no Indianópolis, e Nelson Barbalho, no bairro Maurício de Nassau. Nesta última, a jovem R.S.S, de 16 anos, acabou tendo o aparelho celular roubado. “Foi muito rápido, mas bastante assustador. Assim que saí da escola, o bandido veio logo obrigando para que entregasse o celular. Ele estava armado de revólver e fugiu em seguida. Hoje, encontro-me com medo de ir à escola.”

Combate

Sabedora do acréscimo significativo no número de crimes violentos contra o patrimônio, a Polícia Militar ressaltou à reportagem VANGUARDA que vem intensificando a circulação de viaturas nos locais citados. “Aproveitamos o espaço para solicitar que a população continue contribuindo com o repasse de informações, para que possamos chegar o mais rápido possível a esses criminosos que vêm provocando medo na cidade. Para se ter ideia da importância deste auxílio, conseguimos prender, na noite da última terça (8), uma dupla de assaltantes que vinha agindo nas saídas de várias escolas. Contamos com os números 190 (Plantão) e 3719-4545 (Disque-Denúncia) e o anonimato é garantido”, recomendou o capitão da PM, Edmílson Silva.

Jajá chama atenção para a insegurança na Feira da Sulanca

O vereador Jajá (PPS) denunciou na manhã de hoje o grande número de assaltos na Feira da Sulanca. O parlamentar afirmou, após visitar o Parque 18 de Maio, que viu comerciantes amedrontados.

“Cheguei na feira cedo e me deparei com essa situação. Comerciantes recolhendo as mercadorias, lojistas baixando as portas e ainda pessoas feridas. Segundo os comerciantes, até tiros foram disparados”, relatou Jajá.

De acordo com o pós-comunista, a Polícia Militar e o Samu estão com dificuldades para chegar aos locais dos incidentes devido ao trânsito nas proximidades. “É uma situação muito complicada. As pessoas vão acumular prejuízos por conta da falta de segurança”, concluiu.