O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso há cerca de dois meses pela Operação Lava Jato, teria criticado a aliados a desunião do chamado “centrão”, bloco parlamentar que gravitava em torno do peemedebista quando este era o presidente da Câmara. Segundo o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), o descontentamento de Cunha com os antigos aliados se deve à disputa pela presidência da Câmara.
Marun, que visitou Cunha nesta sexta-feira (30), no Complexo Médico Penal de Pinhais (PR), disse que a conversa girou em torno da reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dos candidatos do centrão, Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF).
“Coloquei para ele que Rodrigo era uma candidatura forte. Ele disse que era burrada do centrão não estar unido, mas não expressou brabeza com Rodrigo”, disse Marun em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Segundo Marun, Cunha mostrou-se “triste, mas não desesperado” e “revoltado” com sua prisão. Ele também teria demonstrado estar bem informado sobre os rumos da política nacional.
“Da meia hora que conversamos, cerca de 20 minutos foram falando sobre a defesa dele, sobre pedidos de relaxamento de prisão. Ele reclama de sua situação jurídica, da aceitação das prisões preventivas e da dificuldade de ter para quem reclamar”, disse Marun.