Quanto menor é a economia de estados e capitais, maior é o gasto com parlamentares

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Na Alepe, deputados estaduais recebem mais que federais para manter seus assessores (Foto: João Bita)

Por SÁVIO GABRIEL
Do Diario de Pernambuco

O Produto Interno Bruno (PIB) per capita de Pernambuco – soma dos bens e serviços produzidos em determinada região dividido pela quantidade de habitantes – é de R$ 13,1 mil, um dos menores do país. Mas o estado gasta mais com seus 49 deputados que o Rio de Janeiro, que tem um PIB duas vezes maior e uma Assembleia Legislativa com 21 parlamentares a mais. A tendência é observada em outras unidades da Federação, segundo levantamento realizado pela ONG Transparência Brasil. Os dados mostram uma realidade na qual estados mais pobres gastam, em média, 20% a mais que os mais ricos para manter os representantes do Legislativo. Nas capitais de menor poder econômico, a despesa com os vereadores é 16% maior que as registradas por cidades com mais recursos financeiros.

Apesar de, entre as capitais, ter um dos maiores PIBs per capita do país (R$ 23,6 mil), Recife também se encaixa nessa realidade. Para se ter uma ideia, o custo médio de cada um dos 39 vereadores é de R$ 24,5 mil. Na capital fluminense, que tem um PIB de R$ 34,5 mil por habitante (R$ 10,9 mil a mais), o gasto médio com cada um dos 55 legisladores é de R$ 17,5 mil (R$ 7 mil a menos). Ainda segundo a pesquisa, os gastos com os legisladores recifenses são quase duas vezes maiores que a média dos gastos com cada um dos 41 vereadores de Belo Horizonte, que é de R$ 13,6 mil.

O levantamento leva em consideração salários, verbas e auxílios diversos concedidos aos representantes dos legislativos estaduais e municipais, sem incluir na conta as verbas de gabinete. “É algo desproporcional. O que se esperaria era que fosse justamente o contrário”, diz Juliana Sakai, coordenadora de pesquisa da Transparência Brasil e uma das responsáveis pelo levantamento. De acordo com ela, a inversão ocorre porque nos municípios com uma economia menor a capacidade de controle dos gastos é reduzida. “Assim, os parlamentares conseguem inflar seus gastos, seja por meio da verba indenizatória ou de outras despesas”, pontuou.

Enquanto as Câmaras Municipais das capitais mais pobres gastam, em média, por vereador, R$ 25,8 mil, as mais ricas têm uma despesa média de R$ 22,3 mil. “Além disso, em algumas Casas Legislativas, os vereadores recebem adicionais para cumprir funções que já são próprias do mandato”, afirmou Sakai. É o caso das câmaras de Recife, Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis, onde os presidentes recebem adicionais que variam de 6% a 50% do salário base.

No caso das Assembleias Legislativas, os 12 estados com menor PIB per capita gastam, por deputado estadual, R$ 61,5 mil, em média, enquanto as federações com economias mais robustas têm uma despesa média de R$ 51,3 mil por parlamentar. Nesse cenário, chama atenção também o valor das verbas indenizatórias a que eles têm direito. Como não existe qualquer tipo de regulação, as cifras variam em cada estado. Mato Grosso do Sul tem a maior verba indenizatória (R$ 65 mil), mas esses gastos não precisam ser comprovados. “Cada um recebe o valor integral, sem a necessidade de apresentação de notas fiscais”, explicou Juliana Sakai.

Ainda segundo o levantamento, a Assembleia Legislativa de Pernambuco é uma das quatro do Brasil onde os deputados estaduais recebem mais que os federais para custear suas equipes de assessores. Cada parlamentar recebe R$ 97 mil mensais, valor R$ 5 mil maior que os pagos em Brasília.

PSB vai brigar por capitais em 2016

Do Blog da Folha

Visando o planejamento da sigla para os próximos quatro anos, o PSB terá como prioridade nas futuras eleições municipais manter as prefeituras de Capitais administradas por socialistas. Dessa forma, Recife, Belo Horizonte e Cuiabá terão atenção especial nas articulações da agremiação nos próximos anos. Ao ser questionado se a manutenção do comando socialista na Capital de Pernambuco será priorizada, o prefeito do Recife e secretário-geral do PSB Nacional, Geraldo Julio (PSB), confirmou que a Cidade é estratégica para a legenda.

“Sem dúvida nenhuma (Recife é uma das prioridades). Recife é uma das Capitais que a gente tem governado como PSB, assim como Belo Horizonte e Cuiabá. São prefeituras que já governamos e temos como prioridade”, relatou o gestor, após entrega, ontem, da requalificação do Segundo Jardim da orla de Boa Viagem.

Além da manutenção de prefeituras importantes, o PSB visa ampliar sua influência e pretende lançar o maior número de candidatos possível nas cidades com mais de 200 mil habitantes. A expectativa é que o partido lance nomes em pelo menos dez Capitais. Outras cidades onde o PSB concretiza projetos majoritários são São Paulo e Rio de Janeiro. Para isso, a agremiação trabalhará os nomes dos senadores Marta Suplicy (PT-SP) e Romário (PSB-RJ). A primeira anunciou sua desfiliação do PT no seu aniversário de 70 anos, na última sexta-feira, e deverá oficializar o ingresso no PSB, nos próximos dias. Já o segundo assumiu o comando do diretório da sigla no Rio de Janeiro.

Apesar dos indicativos, Geraldo Julio ponderou que ainda é cedo para definir as candidaturas no Rio de Janeiro e São Paulo. “É muito cedo para ter candidatura definida. Estamos em 2015 e a eleição é no próximo ano”, avaliou. O planejamento do PSB começou a ser discutido internamente na última sexta-feira. Nesta semana, os presidentes estaduais do partido debaterão o futuro da sigla. Serão organizadas várias oficinais com o objetivo de consultar os diversos segmentos socialistas até maio.

Nas eleições de 2012, o PSB foi o partido que elegeu o maior número de prefeitos de capitais. A sigla conquistou o comando de Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Porto Velho. A agremiação foi a sexta que mais elegeu gestores (443), mas foi a que mais cresceu nas eleições municipais, com ampliação no número de prefeituras de 42,9%. E 2008, o partido tinha conquistado 310 cidades.