A polêmica Cidade da Copa

Por MARIANA CORREIA
Da Folha de Pernambuco

O estádio multiuso construído em São Lourenço da Mata foi palco da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo de 2014. Ele tem capacidade de receber 46 mil pessoas, divididas em seis pavimentos que acomodam arquibancadas, camarotes, lanchonetes, auditórios e outras estruturas. O moderno equipamento, que serve tanto a eventos esportivos quanto para programações culturais e de negócios, foi concebido como a âncora de um projeto maior – a Cidade da Copa – um bairro planejado que incluiria moradias, empresas, espaços educacionais e de lazer.

A construção da Cidade da Copa justificava, inclusive, a escolha polêmica da localização do estádio, único entre os construídos para a Copa que não foi erguido na capital do estado sede. O complexo imobiliário previsto no contrato da Parceria Público Privada (PPP) tinha o apelo de criar uma nova centralidade urbana, como alternativa ao adensamento imobiliário do Recife. No entanto, essa nova cidade nunca saiu do papel e as complicações do acesso dos torcedores à Arena, tanto pela inconclusão de obras viárias previstas para a Copa, quanto pelos problemas do transporte público, continuam sendo pontos que pesam contra o equipamento.

O processo de aceleração da obra também fez com que o projeto arquitetônico oficial sofresse algumas alterações. Para ganhar celeridade, por exemplo, uma das soluções foi substituir o revestimento por um material importado chamado ETFE, que seria iluminado por luzes de LED, permitindo a mudança de cor do estádio. A iluminação externa, contudo, terminou ficando de fora, dada a escalada dos custos empregados nos esforços para concluir a construção no prazo estabelecido pela Fifa, para participação na Copa das Confederações.