Coluna de sábado: Quem entende o dilmês? (ou Tchau, querida!)

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Por Menelau Júnior

“É uma bola que é uma bola…”. “Eu já testei e ela quica”. “…eu acho que a importância da bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como…nós somos do gênero humano, da espécie sapiens (…). Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em Homo sapiens ou mulheres sapiens”.

O discurso acima, você sabe, foi feito ano passado pela presidente Dilma. Não tem pé nem cabeça, não tem lógica, não tem argumento, não tem nada. Não surpreende, portanto, que seu governo tenha sido da mesma forma.

O melhor é que acaba de chegar às livrarias um livro que disseca esse idioma extraterrestre que só Dilma e os petistas entendem: o dilmês. “Dilmês, o idioma da mulher sapiens”, do jornalista Celso Arnaldo Araújo, poderia ser divertido não fosse trágico: revela a completa incapacidade da presidente de elaborar um parágrafo com lógica. Após ter um presidente que se expressava muito bem (sem levar em conta os erros gramaticais, claro), ainda que fizesse questão de alardear sua ojeriza à leitura, o Brasil agora tem uma mandatária que não diz coisa com coisa.

Segundo o autor, “o que choca em Dilma não é a oratória em si. (…) O problema de Dilma sempre pareceu mais complexo. A forma primitiva da fala, da saudação à despedida, já traía na candidata o primarismo do pensamento e um desprezo generalizado”.

O prefácio, do grande estudioso da linguagem Dionísio da Silva, não deixa dúvidas sobre o conteúdo das 200 páginas: “Os dicionários já estavam desatualizados quando surgiu o dilmês, o português da Dilma. E a coisa piorou. Até a dicção da presidente dificulta a busca das palavras nos dicionários. Não adianta procurar. Sua sintaxe é quase insolente”

É mais um livro que deixa registrada a herança maldita do lulopetismo. Agora que Dilma é passado, teremos a oportunidade de estudar esse idioma sem lógica, sem conteúdo e sem sintaxe. O pior é que, além de um idioma incompreensível, Dilma e o PT nos deixam de herança 13 anos perdidos, com o fisiologismo, o populismo irresponsável e um país que prometia ser grande completamente quebrado.

Até a próxima semana.

Coluna de quinta: O abandono do Morro do Bom Jesus de Caruaru

Por Hérlon Cavalcanti

Em 2011 o nosso querido Morro do Bom Jesus foi alvo de holofotes da política estadual e municipal através da ação que pacificou o local e trouxe novos olhares de políticas públicas para aquela área e toda a comunidade dos bairros que envolve o Morro.

O tempo foi se passando, o Morro continua de pé, a sua igrejinha “assistindo” a tudo ano a ano.

Fazendo uma pesquisa e lendo alguns artigos publicados nas mídias sociais e nos jornais impressos de Caruaru de 2011 para cá, encontrei um “universo de promessas e possíveis benefícios que iriam acontecer para o nosso maior cartão postal de Caruaru, O Morro do Bom Jesus.

Encontrei tantas falácias e promessas vazias dos governantes e que não cumpriu nem com 10% do que foi proposto a realizar, ou seja, ficamos vendo o progresso chegar ao Morro com passos de tartarugas com paralisia infantil.

Em abril de 2012 foi inaugurada a Escola Municipal Dom Antônio Costa, naquela ocasião foi prometido mais conforto, segurança aos alunos e professores, como também o discurso do atual prefeito que ressaltava que o Morro foi sempre esquecido e que um “novo tempo estava chegando” e que as políticas sócias agora vão acontecer para os moradores? E que essa gestão subiu o morro para fazer histórias? Pois bem, o tempo passou no retrovisor do esquecimento e como um breu eterno, o nosso Morro assiste a tudo e continua a esperar esses novos ventos chegar.

Eu fico me perguntando aonde estão estas políticas públicas que os moradores do morro não conseguem enxergar? O que foi feito de fato que mudou a vida dos moradores dos bairros que cercam o Morro? Cadê a creche para que as mães pudessem deixar seus filhos e descer as ladeiras em busca de trabalho? Cadê a coleta de lixo que iria melhorar? A falta de estrutura é notória em toda aquela área.

Um espaço que poderia ser melhor aproveitado nos finais de semana com shows culturais, barracas de comidas típicas feitas pelos moradores da área que iria possibilitar uma renda extra, um olhar pleno de arte, lazer e socialização é isso que falta acontecer de verdade.

Falta vontade política para assumir a sua responsabilidade, chega de promessas, é hora de um governo que olhe as pessoas com o caráter de cidadãos e cidadãs.

O nosso Morro do Bom Jesus agradece ao empenho da Polícia Militar e a Polícia Civil que exerce o seu papel de forma digna e corajosa em meio a tantas dificuldades e falta de estrutura, eles conseguem dar um pouco de alegria aos seus moradores e a sociedade que sobe as ladeiras para curtir a paisagem e as belezas naturais da área mais nobre da nossa cidade.

Coluna de quinta: Legal, imoral ou engorda? veta isso prefeito!!!!

Por Hérlon Cavalcanti 

Câmara de Vereadores de Caruaru, legislatura período 2012 a 2016. Durante esse período a casa do povo Jose Carlos Florêncio sempre esteve em pura evidencia, na vitrine das grandes discussões, seja no campo dos debates, propostas, projetos, leis, escândalos, votações polemicas, milhares de requerimentos sempre visando as melhorias da população.

Quero aqui relatar alguns problemas existentes nessa legislatura para fazermos juntos algumas reflexões:

Tantos projetos foram aprovados chegando de última hora sem a participação popular (audiência pública) nem tão pouco seguindo os regimes legais da casa nas comissões existentes. Foi assim com o PCC(Plano de Cargos e Carreiras)  da educação, que gerou uma revoltas e muita polemica com os  profissionais da educação, aonde chegamos a ter a maior greve da história do “País de Caruaru” 86 dias de paralização.

Depois chegou a história do BRT outra bronca que ainda hoje não entendemos os seus desfechos finais. Aí surge a operação PONTO FINAL, que apontou a “suspeita de práticas de corrupção por tentativa de obter vantagens indevidas para a provar projetos do executivo”, desencadeando no afastamento e prisões dos 10 vereadores, essa operação colocou Caruaru nas principais notícias da mídia Nacional. Essa mesma ação judicial, teve vários desdobramentos com a volta de alguns edis. O poder legislativo devido a esse processo judicial, paga uma folha de 33 Vereadores, comprometendo a receita do município, que poderia ser usada para tantas outras ações.

E o que dizer da polemica votação do projeto da transferência da nossa Feira da Sulanca? Caruaru assistiu mais um capítulo que envolveu diretamente o poder legislativo em uma votação complicada que poderia ter sido evitada se estivesse acontecido um amplo debate com os sulaqueiros, comerciantes, feirantes, empresários, fornecedores e o pessoal envolvido em toda feira. Ai eu me pergunto! Qual foi o resultado disso? A transferência não saio e o processo se arrasta na justiça.

Tivemos o episódio que ganhou projeção nacional quando o vereador fez um comentário que “o cidadão foi dormir e acordou morto”!!!!

Depois surgiu a votação para a Presidência da Câmara de Vereadores GESTÃO 2014 A 2016, aonde dois vereadores da situação concorreram ao mesmo cargo e como uma prática de votação, o presidente foi reeleito mais uma vez, gerando assim um afastamento direto do vereador que concorreu e não teve êxito ao cargo Gilberto de Dora com o poder executivo, chegando a declarar líder da oposição.

Tivemos a proposta absurda do poder executivo para o legislativo na possível venda do terreno público do Colégio Municipal Álvaro Lins, gerando um debate fervoroso da sociedade que não aceitando essa proposta, foi para as ruas, e usou fortemente as redes sociais, fazendo assim o poder executivo recuar e retirar o projeto

Agora surge essa polemica do aumento dos subsídios salariais para a próxima legislatura 2017 a 2020. Juridicamente o aumento é legitimo, mais é IMORAL para a situação real que o Brasil passa. E Caruaru faz parte do Brasil a crise chegou fortemente em nossa cidade, milhares de trabalhadores perderam seus empregos, dezenas de fabricas, comercio e indústrias estão operando no vermelho. Essa proposta de aumento não foi debatida com a sociedade por isso que alguns grupos estão se mobilizando para tentar impedir esse processo.

A mesma proporção que se aumenta os salários dos futuros vereadores, não é a mesma usada para os interesses dos servidores públicos municipais. Não quero aqui nem entrar nessa discussão dos trabalhadores que recebem salários mínimos nem tão pouco para os trabalhadores de diversos seguimentos no Brasil que deveria servir de parâmetros para essa discussão.

Se a discussão é para a próxima legislatura, que fosse discutida, aprovada pela próxima legislatura que ainda vai ser eleita. Ai a responsabilidade seria totalmente dos próximos edis.

Depois tivemos problemas com a licitação do transporte público, aumento dos preços das passagens, brigas de vereadores, reforma estrutural do prédio da Câmara e por aí vai..

Então faço aqui um apelo ao chefe do poder executivo o Prefeito Zé Queiroz que VETE esse projeto, ele ainda tem um prazo para analisar a proposta, ele vetando a proposta volta para o plenário da Câmara, os vereadores juntos com a sociedade organizada faria um amplo debate desse processo para encontramos o melhor caminho a seguir e assim a nossa Câmara teria uma pauta positiva no cenário político local com projeção nacional.

 Hérlon Cavalcanti Jornalista 

Coluna de Quinta: A origem da cantoria do repente.

Por Hérlon Cavalcanti 

O nordeste é rico em tudo, sua cultura alimenta seu povo e sua história. A cantoria de repente ou cantoria de viola é uma das artes mais fascinantes da cultura Brasileira.  É tantas variações de construir os versos na construção das estrofes usando o puro improviso, algo assim divino. A cantoria de repente hoje acompanhada pela viola brejeira, ou viola caipira, viola de 10 cordas ou de 12 cordas forma um casamento perfeito entre o som e a poesia.

A origem da cantoria de repente, surgiu com os trovadores na Idade Média, os árabes beberam nessa fonte com os trovadores provençais, advindo do canto amebeu Grego, que já era cultuado na área rural há, pelo menos, trinta séculos de hoje. O canto alternado reaparece, nas batalhas dos Jonglers, trouveros, Troubadours, Minesingers, na França, Alemanha, Flandres, sob o nome de tenson ou de Jeux-partis, diálogos contraditórios, declamados com acompanhamento de laúde ou viola, a viola de arco, avó da rabeca sertaneja.

No nordeste a força da literatura oral, nas rodas de poesias surge no meado do século dezenove com a presença dos primeiro cantadores e repentistas na serra do Teixeira Paraíba. Agostinho Nunes da Costa(1797-1852) e seus filhos Antônio Ugolino Nunes da Costa, Ugolino do Sabugi(Teixeira – 1832-1895), primeiro grande cantador brasileiro, e Nicandro Nunes da Costa(Teixeira – 1829-1918), o poeta ferreiro.

Com esses poetas andarilhos do tempo, foram sendo semeadas novas sementes poéticas, germinado nas cidades nordestinas com os encontros de contadores de histórias, poetas de gabinete (cordelistas), contadores de causos e os repentistas. Dai em diante, foi sendo travados bons duelos de improviso, acompanhados por vários instrumentos musicais como pandeiro rabeca e depois a viola.

De lá pra cá surgiram grandes cantadores de viola, verdadeiros gênios do improviso tais como; Inácio da catingueira, Romano da me d’água, Silvino Pirauá Lima, Bernardo Nogueira, Germano Alves, Pinto do Monteiro, os irmãos Batistas do Pajeú, Rogaciano Leite, Cancao, Faustino Vilanova, José Alves Sobrinho, Diniz Vitorino, Arrudinha, Heleno Severino, João Paraibano e os lendários poetas Zé Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, sendo os primeiros poetas cantadores de viola a gravar um vinil de cantoria de repente em 1955 (todos em memoria).

Hoje a cantoria de repente está mais organizada, com congressos e encontros de cantadores, pé de parede, espalhados em todo país. Grandes nomes dessa geração configuram entre os melhores; Ivanildo Vilanova, Moacir Laurentino, Sebastiao Dias, Geraldo Amâncio, Valdir Teles, Os Nonatos, Raimundo Caetano, Edmilson Ferreira, Sebastião da Silva, Mocinha de Passira. Antônio Lisboa, Oliveira de Panelas, Hipólito Moura, João Lourenço, Louro Branco, João Furiba, Lorinaldo Vitorino, Raulino Silva entre outros.

Mais para cantoria de repente sobreviver, existem algumas regras que precisam ser obedecidas, a métrica (quantidade de silabas poéticas existentes em cada verso) rima (semelhanças da determinação das palavras que pode ser classificada em rima sonante e rima consoante), e oração (mensagem de cada estrofe).

Temos também versos (cada linha do poema), estrofes (conjunto de versos) e os gêneros que são cantados pelos poetas como; As sextilhas, os motes em sete e dez silabas, o quadrão perguntado, o mourão voltado e malcriado, coqueiro da Bahia, Galope a beira mar entre tantos outros.

Mais o que faz a cantoria de repente ser tão atrativa e resistir durante esse tempo todo no cenário cultural? A força dessa arte está na sua simplicidade, nas memorias, nos costumes, nas tradições, nas histórias do seu povo e no conhecimento.

Parabéns a todos(as) cantadores de repente e que esses professores do tempo permaneçam firmes cantando e tocando viola na dança boa da vida

Hérlon Cavalcanti é poeta, escritor e jornalista.

Coluna de Quinta: O desenho político para as eleições de 2016 em Caruaru

Por Hérlon Cavalcanti

Nos quatro cantos da cidade o papo é um só, as eleições e os possíveis cenários políticos para 2016 em Caruaru. São muitas apostas, confianças, desconfianças nos candidatos, alguns correligionários mais confiantes e apaixonados pelo candidato do seu grupo desenham um possível cenário de vitória.

Historicamente, Caruaru sempre teve grandes eleições, grandes batalhas eleitorais, grandes movimentos políticos que dividem a cidade em duas esferas, ou seja, em duas cores; Vermelho X Amarelo. Nessa peleja a população se envolve completamente, a política é vivida nesse período por dentro dos bastidores com muita efervescência, disputas por espaço e poder.

No cenário atual, alguns nomes circulam como possíveis candidatos (as)  são eles; Raquel Lyra, João Lyra, Laura Gomes e Jorge Gomes do PSB, Tony Gel ou Mirian pelo PMDB, Jorge Quintino do PSOL, Eduardo Mendonça do PMN, Milton Manoel do PCB, Douglas Cintra do PTB, Rivaldo Soares do PHS  e a pergunta que todos fazem nos bastidores, quem será o candidato do prefeito Zé Queiroz? Será o atual senador Douglas Cintra? Jorge Gomes? Vai apoiar João ou Raquel Lyra? Ou Queiroz vai mesmo seguir a orientação do Governador Paulo Câmara? Como também se comenta que Queiroz pode lançar um nome novo nome no cenário político que represente seu grupo? São tantas perguntas e quase nenhuma definição real.

A corrida para chegar a ocupar o palácio Drayton Nejaim está apenas na parte inicial, muita água vai rolar embaixo dessa ponte, muitos cenários podem acontecer, muitas novidades, junção de grupos e desistências também.

O que temos que observar é que a partir do momento que os partidos apresentarem seus candidatos à dança de vai e vem de apoio dos candidatos ao poder legislativo vai acontecer, muito palanque duplo vai rolar, muitos interesses estão em jogo, muitos aproveitadores querem sangrar até a ultima gota. Precisamos quebrar com isso, renovar os representantes do poder legislativo, trazer novos agentes políticos para ocupar esse espaço tão importante para sociedade. A Câmara de Vereadores precisa saber qual o seu papel, os poderes são independentes, não podemos mais aceitar ver esse cenário, chega de tanto penar.

Para fazer uma reflexão, o eleitor brasileiro deveria acompanhar seu representante político, seja ele com mandato ou não! Alguns eleitores não sabem em quem votou nas ultimas eleições? O eleitor brasileiro às vezes sofre de miopia crônica e por acompanhar os discursos fascistas de muitos, repetem essa frase ridícula; “Todo político é ladrão”. “Eu odeio a política”. “Eu não quero saber de política”. É nessa fragilidade de pensamentos, que os maus políticos ocupam esses espaços e fazem dos seus mandatos um cabide de empregos, trocas de favores, conchavos, acordos políticos, desvios de verbas, mensalão, e por ai vai…

Caruaru precisa saber votar correto, precisa acompanhar dia a dia seus representantes. Ao certo é que teremos as eleições traçadas para 2016 para acontecer em segundo turno. É preciso saber a história política de cada um deles seja no Poder Executivo ou Legislativo, é preciso analisar os cenários, é importante votar em quem tem bons serviços prestados a sociedade, não vale apenas arriscar, é notório que os políticos tradicionais entram na disputa com chances reais de vitória. É preciso compreender qual o melhor projeto político para 2016 e que cidade queremos construir.

Está na hora de eleger uma pessoa nova descente, quem sabe uma mulher seria a solução? Quem sabe permanecer com o modelo atual de gestão? Arriscar o novo? Bem! Vamos esperar pra ver, as cenas dos próximos capítulos.

Hérlon Cavalcanti é jornalista e escritor. 

Coluna de quinta: Alguns conceitos sobre a cultura

Por Hérlon Cavalcanti

A ideia é trazer reflexões sobre o papel que a cultura exerce seus direitos adquiridos, deveres e trazer para os leitores que a cultura não pode ser vista como despesas pelo poder publico ou promoventes de eventos, a cultura tem que ser vista como investimento. A cultura tem que ser entendida como politicas de estado.

Falar sobre cultura é falar de sonhos, perspectivas, realizações, frustações, e esperanças que de fato algo mude e que os seus fazedores de cultura, agentes culturais e artistas, possam ser respeitados e vistos de forma decente. A cultura como elemento sustentável. A cultura é tão forte que dá nomes de canais de TV, emissoras de Rádios, Jornais, Blogs, sites, Cinemas, ruas, Avenidas, Teatros, praças e por ai vai…

Então vamos para os conceitos sobre a cultura:

Definição sobre cultura!

Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. A cultura contempla várias linguagens, como também as crenças, as tradições, os costumes, a moral, o conhecimento e todas as formas de expressão artísticas adquiridas pelo homem na sociedade.  Cultura na língua latina, tinha o sentido de cultivar a produção agrícola entre os Romanos. Ou seja, cultivar e preparar algo. Já sua definição no campo das ciências sociais, cultura é um conjunto de coisas, ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração.

Cultura popular!

O termo “cultura popular” surgiu no século XIX para classificar como uma cultura das classes mais baixas, da pobreza e do descaso social. A falta de valorização dos seus mestres e agentes culturais tenta passar para o publico a desclassificação da cultura popular como subcultura, às vezes até confundido as pessoas como  cultura de massa.

Cultura de massa!

Têm varias definições. Sua força está atrelada a indústria das grandes manifestações populares tais como: Radio TV, Cinema que promovem “grandes produções” e escondem seus conteúdos. A cultura de massa também pode ser vista como cultura Pop.

Cultura erudita!

A cultura erudita é produzida através de estudos, teorias e pesquisas pela evolução “intelectual”. A cultura erudita tem uma ligação muito forte com o capital viabilizando a elite e com a burguesia passando uma imagem falsa de cultura mais “requentada”. Isso não faz da cultura de elite ser melhor que a outras formas de cultura de jeito nenhum.

 Patrimônio cultural!

É toda forma de preservar algo, seja palpável ou não. São as grandezas de puder testemunhar através da forma oral, da memoria e das histórias do seu povo, ou através dos seus bens culturais existentes, as ricas tradições, os valores éticos e culturais envolventes através dos estudos, são fundamentais para se chegar às pesquisas e a preservação.

 O que é folclore!

O termo folclore vem do Inglês, ( folk que é gente ou povo e lore que significa conhecimentos. Toda essa forma de ver a cultura através das suas lendas, costumes, tradições, artesanatos, danças, religiosidade, dialetos entre outras formas expressivas culturalmente falando, reflete no conceito de folclore.

Incentivos financeiros para a cultura!

No campo das politicas públicas nacionais, muito são os incentivos fiscais, editais, recursos, programas e projetos voltados para área da cultura em todas as suas linguagens artísticas. Mesmo com alguns incentivos, muitos projetos não são contemplados por falta de capacitação e aprovação dos editais.

Como a cultura é vista pelos nossos representantes!

Um detalhe é que quase todos os nossos governantes em todas as esferas publicas seja municipal, estadual ou federal, não dão os verdadeiros valores merecidos para a pasta da cultura. Basta lembrar que o problema já vem de cima pra baixo. O governo Federal em abril cortou 33% do orçamento do MINC. O orçamento previsto para este ano era de R$ 1,39 bilhão e agora é de R$ 927 milhões. O orçamento do MinC caiu R$ 466 milhões. E Já se comenta nos bastidores que com a reforma administrativa do governo federal, o Minc pode perder mais recursos e até mesmo se fundir com o ministério do turismo. Como observamos cultura nesse país não é prioridade.

Para encerrar esse assunto vou recordar da frase do Metres escritor e pesquisador da cultura popular nascido no Rio Grande do Norte, Luiz da Câmara Cascudo quando perguntaram a ele o que era cultura? E ele assim respondeu! “É um conjunto de coisas aprendidas, é a vida em movimento”.

Coluna: 50 tons de sadismo

Por Menelau Júnior

As apaixonadas por Christian Grey dirão que estou morrendo de inveja, que este artigo é fruto de “recalque” e que os homens não entendem a alma feminina. Tudo bem, cada uma pode pensar o que bem entender – isso em nada muda minha opinião sobre o megassucesso 50 Tons de Cinza.

Vamos pelo começo: Jamie Dornan, o ator que interpreta o bilionário Christian Grey, é mesmo muito bonito. Grey seduz a virgem Anastasia Steele (a sexy-não-tão-bela Dakota Johnson) e a introduz no mundo do sadomasoquismo.

Pronto, a história é isso e nada mais. Baseado numa trilogia (essa é a primeira parte) que vendeu mais de 100 milhões de livros ao redor do mundo, 50 Tons de Cinza é, como se propõe a ser, uma adaptação bem fiel à obra original.

Os livros foram avidamente devorados por mulheres sedentas de algum ritual amoroso. Na falta de romantismo de verdade, passaram a acreditar que humilhação e pancadas são, sim, atitudes românticas. Pra quê chocolates e flores se você pode apanhar, não é mesmo? E, obviamente, a beleza de Grey e os prazeres que seu dinheiro pode oferecer acabaram por justificar a máxima de que “um tapinha não dói”.

Mas dói – e muito. Grey submete Anastasia a humilhações sem fim – sempre justificando que isso dará prazer a ela. A moça, inexperiente, deixa-se encantar pelo jovem podre de rico (mas a riqueza é só um “detalhe”, ok?) e, na tentativa de descobrir sua própria sexualidade, faz o papel de submissa nos moldes exigidos por Grey. Quando ela foge à regra, recebe um “castigo” – chicotadas e pancadas cujo som chega a lembrar o flagelo de Jesus em “A Paixão de Cristo”.

É claro que existem pessoas adeptas do sadomasoquismo. Não julgo preferências sexuais. Entretanto, na maioria dos casos, há uma espécie de reciprocidade nos rituais de algemas, correntes, chicotes e “palmadas”. No caso de 50 Tons, só existe uma moça totalmente manipulada que, em busca da descoberta do prazer, se deixa envolver por um jovem bonito e podre de rico (mas a riqueza, repito, é só um “detalhe”, ok?). Ganhar computador, TV, voo de helicóptero e um carrão novo não fazem nenhuma diferença.

Não sei se Christian Grey arrancaria tantos suspiros se fosse feio e pobre. Não sei se tanta gente o defenderia – apesar de seus traumas. Será que os rituais teriam o mesmo efeito quase hipnótico em mulheres sedentas de alguma coisa diferente? Não me cabe responder. A mim, Grey pareceu apenas um menino mimado, mal-amado, prepotente, arrogante e psicótico – e que tenta justificar tudo com base em seu “passado obscuro”.

Ah, claro, ele é mesmo lindo, charmoso e podre de rico. Mas todo o mundo sabe que isso nunca fez diferença, não é mesmo?

Menelau Júnior é professor

Coluna: Agora que o Carnaval passou

Por Menelau Júnior

Dizem que no Brasil o ano só começa depois das festas de Momo. Se é assim, este será nosso primeiro fim de semana de 2015. E na próxima segunda, o primeiro dia de semana realmente útil.

E já que a folia passou, talvez fosse o momento de criarmos um pouco de vergonha na cara. Já não é hora de realmente nos indignarmos com o cinismo petista, que insiste em exaltar corruptos e negar seus crimes de lesa-pátria? Já não é hora de pararmos de fingir que somos um povo pacífico – mesmo sabendo que nos matamos à ordem de mais de 50 mil por ano?

Passado o carnaval, já não é hora de assumirmos o ônus do estelionato eleitoral a que muitos se curvaram – uma candidata que, agora se sabe, faltou com a verdade o tempo inteiro com o único objetivo de se reeleger? Não é  o momento de deixarmos de lado a gastança ensandecida e irresponsável dos últimos anos e economizarmos para os dias duros que estão por vir?

Também não é o momento de termos mais responsabilidade com o ambiente – o que significa economizar água e energia? E também não é  hora de refletirmos sobre o fanatismo religioso – que encontrou sua mais brutal expressão no grupo terrorista Estado Islâmico?

Passada a farra, é hora de exigir de nossos representantes medidas eficazes para acabar com a impunidade. O que fazer com os bandidos e assassinos travestidos de “menores”? O que fazer com o tráfico de drogas, que dizima parte de nossa juventude?

Enfim, seria bom que deixássemos de ser tão “farristas” e fôssemos mais responsáveis com nosso futuro. Que fôssemos menos hipócritas e mais severos com aqueles que nos enganam. Menos partidários, menos militantes, menos fingidos. Enfim, mais honestos – independentemente dos cargos que nos oferecem para silenciar diante da corrupção deslavada.

É pedir muito, eu sei. É acreditar muito – inclusive naquilo em que nem se pode mais acreditar. Afinal, vivemos num país em que tudo é motivo para comemorar, em que “roubar” faz parte do jogo político e em que hipocrisia é regra. Por isso tanta gente gosta do carnaval. Se a gente pensar direitinho no país que aí está, a gente chora. E rir não é o melhor remédio?

Menelau Júnior é professor

A crise hídrica e os três macacos sábios

Colunista Nicole Verillo, do Congresso em Foco

Do que estamos falando?

Semana passada acabou a água em casa pela primeira vez. O problema na verdade era na caixa d’água, mas ao comentar com familiares e amigos muito me impressionou a reação de espanto deles, como se ficar sem água fosse algo impossível de acontecer, afinal cai do céu, não é mesmo?

Muita gente ainda não caiu na real do que estamos vivendo. Parece ser difícil acreditar que vai faltar água, ou melhor, que já está faltando. Todo mundo sabe da crise hídrica, mas ninguém parece acreditar de verdade, parece que queremos pagar para ver. Mas o assunto é gravíssimo e já passou da hora de entender o que estamos vivendo. A questão não é mais que vai faltar um pouco de água e sim que não teremos mais água.

A Sabesp anunciou alguns dias atrás o que já estava previsto por especialistas há anos: o Sistema Cantareira vai secar completamente. Se tivermos sorte, temos pouco mais de dois meses até lá. Depois disso, apesar de muitas cidades já terem suas periferias passando por enormes períodos ininterruptos sem água, não teremos mais uma gota de água em nossas casas.  E se enganam aqueles que moram no interior de São Paulo e acham que por este motivo não precisam se preocupar. Já pararam para pensar onde a capital e a região metropolitana irão buscar água? Para agravar ainda mais a situação os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais vivem situações bem parecidas.

De quem é essa conta?

A catástrofe paulista foi anunciada há mais de dez anos e o culpado não foi São Pedro. Sim, os fatores climáticos contribuíram, porém, o que realmente faltou foi planejamento, liderança política e transparência para evitar cenário extremo que temos hoje. Desde 2003 a crise atual já era prevista e os gestores públicos foram alertados, como na reportagem da Folha de São Paulo, que além das causas, destacou as medidas que deveriam ser tomadas naquela época para que esse cenário de hoje fosse evitado. A Sabesp anunciou, na mesma época, planos de médio e longo prazo para buscar novas vias hídricas e reduzir a dependência do Sistema Cantareira. Hoje, dez anos depois, nenhuma obra foi concluída.

O governo do Estado de São Paulo, sob a gestão do PSDB há duas décadas, negou o problema durante muito tempo, atrasando a busca e soluções e confundindo as pessoas. Como se vivesse em um mundo paralelo, Geraldo Alckmin lidou com impropriedade, fazendo vista grossa, como fazem os três macacos sábios que, na interpretação budista, acreditam que não ouvir, ver ou falar de um problema faz com que sejamos poupados dele. O governador não viu a crise, não escutou os alertas, e não falou sobre a falta d’água. Porém, o mal não foi evitado.

Geraldo Alckmin terminou 2014 afirmando que “não falta e não irá faltar água em São Paulo”, “não há nenhuma possibilidade de racionamento” e “estamos preparados para a seca”. Quem estamos? Preparados como? Por que o problema não foi discutido com a população? Por que não se assumiu o racionamento durante tanto tempo?

Ao negar a crise e esconder informações, além de agravar o cenário, o governo não permitiu em nenhum momento que a sociedade tivesse noção clara da gravidade da crise, sem alertar de forma transparente as pessoas, levando ao que citei no começo desse artigo: muita gente ainda achando que é impossível ficar sem água. Essa postura, aliada a falta de visão estratégica durante todos esses anos, resultou no que temos hoje.

O direito de acesso à água é um direito humano, porém, não basta garanti-lo sem transparência e participação social. Faltam informações sobre os estoques de água, meios alternativos de abastecimento, horários de racionamento, riscos associados à seca, planos e medidas de emergência, planejamento de longo prazo, como economizar e se programar. Somente nesta quarta-feira, 28, que a Sabesp informou que irá informar os horários e locais que faltarão água a partir da próxima semana.

A busca de soluções deveria ter sido tratada com seriedade pelo governo do Estado juntamente com o governo federal, que também tem um papel a ser cumprido nessa história, através da Agência Nacional de Águas e do Ministério do Meio Ambiente, a quem compete organizar a Política Nacional de Recursos Hídricos. O pacote de medidas e obras anunciado após as eleições 2014 pela Dilma e pelo Alckmin é insuficiente, não resolve o problema no curto prazo e veio tarde demais.

E por que as grandes obras planejadas não foram executadas antes? Será que faltaram recursos? Ao que parece dinheiro não faltou e a Sabesp lucrou bastante nos últimos anos. O estatuto social da empresa define que os acionistas podem receber até 25% do lucro líquido anual da empresa. Durante o governo Alckmin essa distribuição bateu recorde. Em 2003, 60,5% do lucro foi para os acionistas. Entre 2003 e 2013, cerca de um terço do lucro líquido total foi repassado aos acionistas, um valor de aproximadamente R$4,3 bilhões, o dobro do que a Sabesp investe anualmente em saneamento básico.

E quem é o maior acionista da Sabesp? O próprio governo do Estado, que detém 51% da empresa. Ou seja, 51% do lucro dividido voltam para o governo. E de que forma esses dividendos tem sido reinvestidos na Sabesp e na garantia do acesso à água de qualidade? Foi priorizada a gestão correta dos recursos hídricos? Em 2012 e 2013 não foi tomada uma medida para proteger o Sistema Cantareira e foram os dois anos em que a Sabesp obteve os maiores lucros líquidos da história da companhia. Ou seja, o lucro dos acionistas foi colocado na frente do bem estar da sociedade.

Como sair dessa?

Óbvio que cada um de nós, cidadãos comuns, também temos nossa parcela de culpa nessa história. Usamos a água de forma errada, assim como todos os demais recursos naturais. Temos uma relação cultural totalmente equivocada com a água, acreditando que ela nunca irá faltar e que seca é coisa somente do Nordeste. Precisamos parar de desperdiçar. Há dez anos, um morador da Grande São Paulo gastava em média 150 litros de água por dia, hoje são 175 litros, 65 a mais que o recomendado pela OMS.

Há dois anos eu estive no sertão do Piauí, em uma das regiões mais secas do Brasil, onde há muito tempo a água já não chega. Tomei banho com menos da metade de um balde de água, andei para buscar água no poço e também tive que improvisar para escovar os dentes sem água. Desde então minha relação com a água nunca mais foi a mesma e aquelas práticas básicas, que aprendemos na escola, mas nunca levamos a sério, como por exemplo, desligar a torneira enquanto se ensaboa no banho, passaram a fazer parte da minha vida. Porém, apesar de básicas, são práticas que estão longe de serem hábitos da população e que eu mesma só passei a praticar depois de viver uma realidade extrema. É tudo questão de hábito e nós podemos, de fato, fazer muito mais do que fazemos hoje. A mudança é cultural e precisa ser permanente. Não se pode parar de usar racionalmente a agua só porque voltou a chover, por exemplo.

Mesmo reconhecendo nossa parcela de culpa, é preciso que outras parcelas (bem maiores que a nossa) sejam consideradas. É necessário repensar como a agricultura e a indústria usam a água e como esses setores estão sendo cobrados. 70% da nossa água é consumida pelo agronegócio e 22% pela indústria. Esse desperdício não é discutido a população é cobrada como se fosse a única culpada.

O que nos resta agora? Executar um forte plano de contingência, que deve ser liderado pelo governo estadual junto a sociedade. Nesta semana foi anunciada a medida do racionamento, onde toda a região metropolitana de São Paulo ficará em um sistema de rodízio com cinco dias sem e dois com água. Prefeitos da Grande SP cobraram o Estado, uma vez que foram informados das medidas, que afetam diretamente suas cidades, pela televisão. As consequências humanas, sociais, econômicas e ambientais serão as mais graves possíveis. A falta d’água afeta a dignidade humana, paralisa as atividades econômicas e interfere diretamente na saúde pública.

As linhas de ação daqui para frente devem ser claras e a população deve ser informada e orientada. Diversas organizações e especialistas da área já estão fazendo essa demanda, como a Aliança pela Água, que reúne 30 ONGs visando propor soluções e cobrar providências do poder público.

Da mesma forma que a corrupção, a ineficiência e a má gestão dos recursos públicos, como nesse caso, condena não só as cidades, mas também o país ao subdesenvolvimento econômico e social crônicos. As perspectivas são as piores possíveis. Duas décadas de gestão e nenhuma ação para evitar uma crise como essa, é tão criminoso como qualquer desvio de recursos que vemos por ai. Gestão pública ineficiente mata.

Coluna: “Turistando”

Por Menelau Júnior

A língua é um organismo vivo, que obedece muito mais aos falantes de uma comunidade do que a preceitos gramaticais. É o povo quem primeiro modifica a língua, para só depois essas modificações irem parar nos dicionários.

No caso específico da língua portuguesa, podemos dizer que ela nos permite uma facilidade muito grande de criar vocábulos, os chamados “neologismos”. Ainda mais quando se trata de verbos.

É exatamente isso que acontece com a forma “turistando”, que aparece nas postagens de muita gente em redes sociais como Instagram e Facebook. Se já criaram “festando” (para o ato de quem está aproveitando uma festa), “sextando” (para dizer que se está aproveitando uma sexta-feira), nada de surpresa com “turistando” (para dizer que está curtindo a vida como turista).

O curioso é que qualquer verbo que seja um neologismo na língua portuguesa será sempre terminado em “-ar”. Não criamos verbos terminados em “-er” ou “-ir”. São sempre terminados em “-ar” (“festar”, “sextar” e “turistar”) e regulares. Junto com “turistando”, encontrei esta semana também a forma “carneirando”, numa referência a uma foto tirada na famosa praia de Carneiros, litoral sul do estado.

Recentemente, um vídeo do padre Fábio de Melo “viralizou”. O sacerdote faz duras críticas aos governantes do Brasil. Chega a dizer que não falta dinheiro nos hospitais, falta “vergonha na cara daqueles que têm a autoridade e o poder nas mãos”. “Viralizar” é mais um exemplo de verbo criado nas redes sociais.

Obviamente, essas formas verbais devem ficar restritas a ambientes linguísticos informais, como é o caso do Facebook, do Instagram ou twitter. Noutras situações, no lugar de “turistando” e “carneirando”, é melhor usar “passeando”, “viajando” ou “aproveitando” mesmo.

Menelau Júnior é professor