Raquel Lyra se diz contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento

Raquel
O Projeto de Lei n° 3.722/2012, que busca facilitar a compra e o porte de armas de fogo pelo cidadão comum, foi tema do pronunciamento da deputada Raquel Lyra (PSB) na Reunião Plenária desta quarta (04), na Assembleia Legislativa. A parlamentar posicionou-se contrária à matéria, sugerindo a mobilização da sociedade para evitar sua aprovação na Câmara dos Deputados.
“Este Projeto de Lei implica que conquistas que tivemos nos últimos anos com o Estatuto do Desarmamento serão abolidas, um verdadeiro retrocesso, na verdade muito mais que isso, voltaremos à uma época onde justiça e segurança são realizadas com as próprias mãos. Ao invés de investir numa cultura de paz estaremos promovendo a cultura do ódio. Imaginem viver numa sociedade onde cada cidadão pode ter até seis armas de fogo e comprar até 100 cartuchos por cada arma a cada ano. Será que isso vai fazer a nossa cidade mais segura?”, indagou a deputada.
“Clamo a todos os cidadãos, estudantes, movimentos sociais e autoridades a lutarem em favor da vida. Precisamos nos unir para que um projeto dessa natureza não seja aprovado”, defendeu Raquel. Segundo a socialista, a intenção do projeto é aumentar a venda de armas, e não garantir a segurança da população. “Flexibilizar o estatuto é armar a população, e fazer isso em um período difícil como o que estamos vivendo significa ampliar a violência”, completou.
 
Projeto
Dentre outras propostas o novo texto reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas no país; autoriza posse e porte de armas para pessoas com antecedentes criminais ou que respondam a inquérito policial ou criminal; o cadastramento de armas será gratuito e não terá taxas por uso; permite uso de armas semiautomáticas e um caminhoneiro poderá portar até cinco armas em seu veículo, entre outras questões.

Comissão pode votar Estatuto do Desarmamento nesta terça-feira

A Comissão Especial que analisa mudanças no Estatuto do Desarmamento (PL 3722/12 e apensados) poderá votar nesta terça-feira (20) o substitutivo do relator da matéria, deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG).

Renomeado como Estatuto de Controle de Armas de Fogo, a proposta reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas no País; estende o porte para outras autoridades, como deputados e senadores; e assegura a todos os cidadãos que cumprirem os requisitos mínimos exigidos em lei o direito de possuir e portar armas de fogo para legítima defesa ou proteção do próprio patrimônio.

Segundo o relator, a proposta atende à vontade da maioria dos brasileiros, que, segundo ele, teve os direitos sequestrados com a edição do Estatuto do Desarmamento, em 2003. Para ele, os crimes no País se tornaram mais intensos e cruéis diante de uma sociedade desarmada e refém dos delinquentes.

Por sugestão de diversos integrantes da comissão especial, o substitutivo proposto por Carvalho, que já está na sétima versão, não será mais alterado, cabendo apenas mudanças de redação e a apresentação de destaques para a votação em separado. A reunião está prevista para as 14 horas.