De O Estado de S. Paulo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja enviar ao Supremo Tribunal Federal, até o fim desta semana, os pedidos de abertura de inquérito dos políticos citados na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
A equipe do procurador-geral trabalha para que os requerimentos cheguem ao gabinete do relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, antes do recesso do Judiciário, que começa no dia 1.º de julho. Cabe a Teori autorizar ou não a abertura das investigações.
Em delação, Machado citou mais de 20 políticos que teriam recebido propina oriunda de esquema na subsidiária de transporte e logística da Petrobrás que ele comandou de 2003 a 2015. A delação já foi homologada pelo Supremo.
Entre os principais nomes mencionados pelo ex-presidente da Transpetro estão o do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente da República José Sarney (AP).
O ex-presidente da Transpetro também afirmou que o presidente em exercício Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão oriundo de propina como doação para a campanha de Gabriel Chalita (PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012, pelo PMDB. Temer nega ter feito o pedido.
A eventual instauração de um procedimento contra o presidente em exercício pode esbarrar no fato de que a Constituição determina que o presidente da República não pode ser investigado ou processado por atos anteriores ao mandato vigente.
Todos os outros citados também negam ter recebido ou negociado propina com Machado.