Em ato de filiação ao PMDB, Marta afirma que Temer vai reunificar o país

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Senadora disse que relação com o PT era conflituosa e sem perspectiva de melhoria (Foto: Agência Brasil)

Da Agência Brasil

A senadora da República, Marta Suplicy, filiou-se hoje (26) ao PMDB em cerimônia no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Tuca). O evento contou com liderança nacionais do partido como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do presidente da República em exercício, Michel Temer.

“O PMDB soube devolver a nós o que há de mais valioso na vida, a liberdade, o direito de ir e vir, de mudar de ideia. Isso já foi mencionado, e foi uma das coisas que eu mais gostei do PMDB. Eu senti que eu caibo por causa disso, é um partido amplo”, disse a senadora em seu discurso.

Marta falou também sobre a sua saída do PT, em abril. Segundo ela, a relação com o partido era conflituosa e sem perspectiva de melhora. “Vocês sabem que tem algumas decisões na vida que são muito difíceis, não são fáceis de serem tomadas. Mas eu sempre tive como norma que diante de relações conflituosas sem a menor perspectiva de melhora, e que ferem os nossos princípios, o melhor caminho a se tomar, por mais doído que seja, é o do rompimento”, disse.

A senadora disse que decidiu ingressar no PMDB após uma conversa com Michel Temer, a quem Marta chamou de líder conciliador. No seu discurso ela criticou a corrupção e disse que Temer poderá reunificar o país.

“A gente quer um Brasil livre da corrupção, livre das mentiras, livre daqueles que usam a política como meio de obter vantagens pessoais. Afinal, estou no PMDB do Doutor Ulysses, que democratizou o país. E no PMDB do doutor Michel, que vai reunificar o país”.

Marta disse ainda que manterá o foco da sua atuação nas pautas sobre as mulheres e os desassistidos. E pediu apoio ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para a aprovação do projeto de lei de cotas para mulheres no Legislativo. “Passou no Senado mas, sem a cooperação do presidente da Câmara, nós não conseguiremos”.

A senadora Marta Suplicy deixou o PT em abril deste ano, onde estava desde 1981. Nesse período, foi deputada federal, prefeita de São Paulo, ministra do Turismo, durante o segundo mandato do governo Lula, e ministra da Cultura na gestão da presidente Dilma Rousseff.

Marta Suplicy será candidata pelo PSB em 2016

Líderes do PSB, sigla que integrava a base aliada no Congresso, informaram à cúpula nacional do partido que a senadora Marta Suplicy (PT-SP), ex-ministra da Cultura da presidenta Dilma Rousseff, vai se desfiliar do PT, aderir à sigla e disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições do próximo ano. O acerto foi feito ontem (quinta, 6) durante reunião em Brasília, embora o PSB não o confirme oficialmente.

O acordo entre Marta e o PSB consiste na desfiliação do PT em abril e, no mês seguinte, o desembarque no novo partido. As informações são da edição desta sexta-feira (6) do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo informações de bastidor, Marta não fez qualquer exigência para aderir ao PSB e ainda prometeu levar com ela mais petistas insatisfeitos com os rumos do partido. Ela foi informada de que, em caso de derrota para a Prefeitura de São Paulo, não seria necessariamente o nome do partido para o governo do estado, em 2018.

De acordo com um participante da reunião, o acordo foi festejado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). “[O tucano] se mostrou muito satisfeito por ter a senadora Marta do nosso lado”, disse o pessebista.

A senadora deixou o ministério em novembro de 2014 e, desde então, está cada vez mais afastada dos planos do PT – na ocasião, a senadora passou a disparar críticas contra o governo Dilma. Pelo menos desde a semana passada já há a convicção entre os petistas, internamente, de que ela deixará o partido em breve.

“Nas últimas semanas o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio Souza, escalado para negociar com Marta, telefonou para a senadora e ouviu um desaforo. O deputado estadual José Américo (PT-SP) também tentou falar com Marta mas não obteve sucesso. Desde o início de janeiro o PT tenta marcar uma conversa com a ex-prefeita de São Paulo, mas ela nem responde ao convite”, diz trecho da reportagem do Estadão.