Risco de fim da indústria naval brasileira

Do Blog do Magno

Um dos possíveis desdobramentos da Operação Lava Jato, o colapso da empresa Sete Brasil, pode significar o fim melancólico da indústria naval brasileira. Citada na delação premiada de Pedro Barusco, ex-gerente-executivo da Petrobras, como empresa envolvida no pagamento de propinas, a Sete, controlada pelo BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, foi contratada pela Petrobras para fornecer sondas e plataformas. Com os contratos, subcontratou diversos estaleiros, que foram formados no Brasil, com empresas daqui e de fora, para dar impulso à política de conteúdo nacional nos equipamentos comprados pela Petrobras.

Agora, sem crédito e com a reputação manchada pela Lava Jato, a Sete Brasil pode fechar, gerando uma onda de calotes em toda a cadeia da nova indústria naval brasileira. De acordo com o cenário traçado pela própria companhia, traçado pelo presidente-executivo Luiz Orlando Carneiro, a situação é crítica as perdas potenciais com o colapso da empresa chegariam a R$ 28 bilhões. O mais grave, no entanto, seria a eliminação de 150 mil empregos na indústria naval.

João Lyra Neto reforça retomada da indústria naval

Em Suape, o governador João Lyra Neto participou, na manhã desta segunda-feira (14/04), do lançamento do navio Dragão do Mar, produzido pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que fica no Complexo Portuário de Suape, no município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. Durante a solenidade, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, João Lyra Neto destacou os investimentos do Governo de Pernambuco na região e na indústria naval, ratificando ainda a preocupação com a preservação do meio ambiente.

“Até 2007, foram investidos cerca de R$ 400 milhões na indústria naval. De 2007 até os dias de hoje, já foram injetados aproximadamente R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhões recursos do Governo de Pernambuco”, salientou o governador, ressaltando que mesmo com os avanços o Governo mantém 60% do território de Suape preservado, ou seja, livre dos impactos industriais.

O presidente do Estaleiro Atlântico Sul, Otoniel Reis, disse que o Dragão do Mar é o resultado da “força do povo pernambucano”. Otoniel disse ainda que os seus seis mil colaboradores são determinados e têm um “futuro promissor”. O operário Ricardo Augusto Silva, que na ocasião representou os funcionários do EAS, completou reforçando que no navio entregue hoje “vai um pouco do suor de cada pernambucano envolvido na sua construção”.

O Dragão do Mar é o terceiro petroleiro entregue pelo povo pernambucano. Além desse e do navio Henrique Dias, batizado hoje, outros seis estão sendo produzidos no Atlântico Sul, que é um dos maiores estaleiros do Brasil. O navio tem 274 metros de comprimento, 51 metros de altura, 48 metros de largura e capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente a quase metade da produção diária nacional.

Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff lembrou que outros três navios construídos aqui já estão em operação: João Cândido, entregue em maio de 2012; Zumbi dos Palmares, em atividade desde maio do ano passado; e José de Alencar, entregue em janeiro. “Esses petroleiros representam a capacidade de trabalho do povo pernambucano”, considerou.