Padilha recua: Murilo Ferreira fica na Vale

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou que o governo Temer possa usar a presidência da Vale como “moeda do jogo político”. Segundo ele, entre as opções para comandar a companhia privada, está a eventual “recondução do presidente Murilo Ferreira”.

Padilha disse que o governo tem conversado com os acionistas públicos e privados da Vale e que a orientação do presidente Michel Temer é “não fazer interverência política” e encontrar “uma solução de mercado no devido tempo”.

PT quer afastamento “imediato” de Serra e Padilha

Folha de S.Paulo 

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse neste domingo (7) que a oposição no Senado ao presidente interino, Michel Temer, pedirá o afastamento imediato dos dois ministros citados em pré-acordo de delação premiada da Odebrecht na Operação Lava Jato –o das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), e o da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS).

Reportagem da Folha revelou, neste domingo, que funcionários da empreiteira afirmaram a investigadores da Lava Jato que a campanha de Serra à Presidência, em 2010, recebeu da empresa R$ 23 milhões por meio de caixa dois

O ministro nega irregularidades e afirma que sua campanha ocorreu dentro da lei.

A revista “Veja” também afirmou, na edição desta semana, que a Odebrecht deverá dizer, em uma eventual delação, que o dono da empresa, Marcelo Odebrecht, participou em 2014 de um almoço no Palácio do Jaburu com Temer e Padilha no qual o atual presidente interino teria pedido “apoio financeiro” às campanhas do PMDB, o que teria resultado no pagamento de R$ 10 milhões “em dinheiro vivo” entre agosto e setembro do mesmo ano.

Eles negam a acusação. O presidente interino confirmou que se encontrou com Odebrecht em 2014 para discutir financiamento eleitoral, mas que todas as doações foram declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral.

“Veja” divulgou ainda que, em outro acordo de delação em andamento, o marqueteiro de campanhas do PT João Santana deverá dizer que a presidente afastada, Dilma Rousseff,participou pessoalmente de operações de caixa dois na campanha de 2014.

IMPEACHMENT

Lindbergh Farias também defendeu a suspensão do processo de impeachment contra Dilma. Embora reconheça como pequena a chance de uma paralisação do processo, o senador afirmou que as novas denúncias “mudam o clima político no país”.

“Aumenta a chance de dialogar com os senadores que estão com muitas dúvidas. Esse agosto pelo jeito vai ser outro agosto dramático na história do país. Caiu a máscara. Houve a vaia do Maracanã [contra Temer, na abertura da Olimpíada] e agora essa acusação [da Odebrecht contra o presidente interino]”, disse o senador.

Segundo ele, as novas denúncias também fazer “cair um pouco a narrativa de que o PT é uma organização criminosa”.

“Esses novos fatos dão um discurso para a gente e fazem aumentar a chance de mudar o voto dos senadores”, disse Lindbergh, que é membro da Comissão de Impeachment no Senado.

Sobre a alegação de Serra de que suas contas de campanha de 2010 estavam sob responsabilidade do PSDB, Lindbergh disse “que isso não tira a força da denúncia contra ele”.

Em evento com executivos, Padilha elogia Maia e Rosso

Da Folha de São Paulo

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reiterou a satisfação manifestada pelo presidente interino Michel Temer em relação à eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, ontem, mas afirmou que o nome de Rogério Rosso (PSD-DF) também teria agradado ao Planalto.

A fala foi feita após encontro com executivos e empresários, na sede da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), em São Paulo.

“A posição do governo era a de que, sendo um deputado da base, seria o candidato eleito de acordo com a pretensão do governo. Aconteceu com o Rodrigo, muito bom. Se tivesse acontecido com o Rosso, muito bom.”

A única ressalva foi feita à candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), segundo o ministro.

“Quanto a Marcelo Castro, o PMDB entende que não deveria postular a presidência da Câmara. Nós temos a Presidência da República e a do Senado. Teríamos que ter o respeito mínimo e um sentimento de republicanismo com os nossos parceiros, fazendo com que um dos nossos parceiros pudesse ter a presidência da Câmara”, disse Padilha.

“O partido entendeu que não deveria haver participação dos parlamentares na eleição do Marcelo. Não pedimos para ele retirar a candidatura, mas entendíamos que o PMDB não deveria disputar. A palavra do presidente Michel, a minha e a do núcleo duro do governo: queremos um presidente da base do governo. Nós não podemos ter risco de comprometer a nossa base de mais de dois terços da Câmara e do Senado.”

Mais cedo, Temer disse que ficou “felicíssimo” com a escolha do democrata e ressaltou que o resultado do processo parlamentar revela uma distensão do clima de animosidade que havia no país.