Moro diz que jamais seria candidato ou político

Folha de S.Paulo

Responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, o juiz Sergio Moro descartou a possibilidade de sair candidato ou entrar para a política.

“Sou um homem da Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, afirmou em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” divulgada neste sábado (5).

“Não existe jamais esse risco”, completou.

Moro disse que “o apoio da opinião pública tem sido essencial”, mas citou uma frase em latim pra dizer que “a glória mundana é passageira”.

O juiz afirmou também que o término da operação é “imprevisível”. “Embora haja muitas vezes expectativa de que os trabalhos se aproximam do fim, muitas vezes se encontram novos fatos, novas provas, e as instruções não podem simplesmente fechar os olhos.”

Sobre o foro privilegiado, que garante a políticos a prerrogativa de serem julgados diretamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Moro disse que o ideal seria restringi-lo aos presidentes dos Poderes.

“O ideal seria realmente restringir o foro privilegiado, limitar a um número menor de autoridades. Quem sabe, os presidentes dos Três Poderes”, disse. “Importante destacar que o foro privilegiado não é sinônimo de impunidade”, completou.

Coluna de Quinta: O desenho político para as eleições de 2016 em Caruaru

Por Hérlon Cavalcanti

Nos quatro cantos da cidade o papo é um só, as eleições e os possíveis cenários políticos para 2016 em Caruaru. São muitas apostas, confianças, desconfianças nos candidatos, alguns correligionários mais confiantes e apaixonados pelo candidato do seu grupo desenham um possível cenário de vitória.

Historicamente, Caruaru sempre teve grandes eleições, grandes batalhas eleitorais, grandes movimentos políticos que dividem a cidade em duas esferas, ou seja, em duas cores; Vermelho X Amarelo. Nessa peleja a população se envolve completamente, a política é vivida nesse período por dentro dos bastidores com muita efervescência, disputas por espaço e poder.

No cenário atual, alguns nomes circulam como possíveis candidatos (as)  são eles; Raquel Lyra, João Lyra, Laura Gomes e Jorge Gomes do PSB, Tony Gel ou Mirian pelo PMDB, Jorge Quintino do PSOL, Eduardo Mendonça do PMN, Milton Manoel do PCB, Douglas Cintra do PTB, Rivaldo Soares do PHS  e a pergunta que todos fazem nos bastidores, quem será o candidato do prefeito Zé Queiroz? Será o atual senador Douglas Cintra? Jorge Gomes? Vai apoiar João ou Raquel Lyra? Ou Queiroz vai mesmo seguir a orientação do Governador Paulo Câmara? Como também se comenta que Queiroz pode lançar um nome novo nome no cenário político que represente seu grupo? São tantas perguntas e quase nenhuma definição real.

A corrida para chegar a ocupar o palácio Drayton Nejaim está apenas na parte inicial, muita água vai rolar embaixo dessa ponte, muitos cenários podem acontecer, muitas novidades, junção de grupos e desistências também.

O que temos que observar é que a partir do momento que os partidos apresentarem seus candidatos à dança de vai e vem de apoio dos candidatos ao poder legislativo vai acontecer, muito palanque duplo vai rolar, muitos interesses estão em jogo, muitos aproveitadores querem sangrar até a ultima gota. Precisamos quebrar com isso, renovar os representantes do poder legislativo, trazer novos agentes políticos para ocupar esse espaço tão importante para sociedade. A Câmara de Vereadores precisa saber qual o seu papel, os poderes são independentes, não podemos mais aceitar ver esse cenário, chega de tanto penar.

Para fazer uma reflexão, o eleitor brasileiro deveria acompanhar seu representante político, seja ele com mandato ou não! Alguns eleitores não sabem em quem votou nas ultimas eleições? O eleitor brasileiro às vezes sofre de miopia crônica e por acompanhar os discursos fascistas de muitos, repetem essa frase ridícula; “Todo político é ladrão”. “Eu odeio a política”. “Eu não quero saber de política”. É nessa fragilidade de pensamentos, que os maus políticos ocupam esses espaços e fazem dos seus mandatos um cabide de empregos, trocas de favores, conchavos, acordos políticos, desvios de verbas, mensalão, e por ai vai…

Caruaru precisa saber votar correto, precisa acompanhar dia a dia seus representantes. Ao certo é que teremos as eleições traçadas para 2016 para acontecer em segundo turno. É preciso saber a história política de cada um deles seja no Poder Executivo ou Legislativo, é preciso analisar os cenários, é importante votar em quem tem bons serviços prestados a sociedade, não vale apenas arriscar, é notório que os políticos tradicionais entram na disputa com chances reais de vitória. É preciso compreender qual o melhor projeto político para 2016 e que cidade queremos construir.

Está na hora de eleger uma pessoa nova descente, quem sabe uma mulher seria a solução? Quem sabe permanecer com o modelo atual de gestão? Arriscar o novo? Bem! Vamos esperar pra ver, as cenas dos próximos capítulos.

Hérlon Cavalcanti é jornalista e escritor. 

Opinião: Dez indicadores do nosso abismo social e político

Por LUIZ FLÁVIO GOMES

O Brasil não carece somente de reformas, sim, de reconstrução (que deveria se iniciar pela revolução educativa). Nossa sociedade não foi construída, foi instalada. Nossas cidades não foram planejadas, foram plantadas (ao acaso). Nossos interesses nunca foram coletivos, fundados na razão objetiva demarcadora do Ocidente (de tradição helênica e judaico-cristã). Ao contrário, sempre fomos individualistas, adeptos da razão subjetiva ou instrumental (tal qual delineada a posteriori pelo Iluminismo).

Desde o princípio, portanto, o Brasil é um enorme Titanic: afunda cada vez mais no oceano dos seus vícios e das suas incongruências, mas a orquestra continua tocando. A quase totalidade das pessoas, no entanto, desgraçadamente, percebem exclusivamente o som da orquestra (o carnaval, a superfície, o vulgar), sem notar o naufrágio em curso (a grande tragédia, há muito tempo anunciada). Seguem 10 indicadores desse naufrágio. O Brasil é:

1) campeão mundial em homicídios (em números absolutos): foram 56.337 assassinatos em 2012 (últimos dados disponíveis – veja Mapa da Violência e Datasus do Ministério da Saúde); neste item nenhum país do mundo está na frente do Brasil, mesmo considerando os mais populosos como China e Índia;

2) o 12º país mais violento do planeta, com a taxa aberrante de 29 assassinatos para cada 100 mil pessoas, se considerarmos os países com dados para 2012; é o 13º se todos os países com dados disponíveis na ONU forem incluídos na lista (UNODC; Datasus; IBGE);

3) campeão mundial no item “cidades mais violentas em 2013”, de acordo com o Conselho Cidadão para a Segurança e Justiça Penal AC: das 50 mais homicidas do planeta, 16 estão no Brasil (Maceió, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Salvador, Vitória, São Luís, Belém, Campina Grande, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Recife, Macapá, Belo Horizonte, Aracaju);

4) o terceiro país no ranking prisional em 2014: conta com 711 mil presos (computando os domiciliares), segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (maio de 2014), ficando atrás apenas dos Estados Unidos (2.228.424) e China (1.701.344). Já ultrapassamos a Rússia (com 676 mil presos) (veja dados do Centro Internacional de Estudos Penitenciários – ICPS, na sigla em inglês – da Universidade de Essex, no Reino Unido);

5) campeão mundial em violência contra professores, de acordo com estudo desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. É o índice mais alto entre os 34 países pesquisados – a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero;

6) o território onde acontecem mais 10% de todos os homicídios do planeta (UNODC); de 1980 até 2014 foram 1.360.000 mortes intencionais; somente em 2012 aconteceram 101.149 mortes violentas (somando-se as mortes intencionais e as do trânsito);

7) o 79º país no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano); computando-se a desigualdade, 95º (PNUD) (a desigualdade, a miséria e a pobreza significam violência institucionalizada);

8) um dos últimos colocados em todos os rankings internacionais sobre educação (PISA, por exemplo); dentre 65 países, o Brasil está em 55º no ranking de leitura, 58º no de matemática e 59º no de ciências;um dos piores colocados em termos de escolaridade média da população: 7,2 (igual Zimbábue) (PNUD);

9) o 8º país em analfabetismo – cerca de 13 milhões de brasileiros são completamente analfabetos (UNESCO);

10) um dos países com maior número de analfabetos funcionais: ¾ da população entre 15 e 64 anos não conseguem ler e escrever de modo satisfatório (nem compreendem o que lê nem fazem operações matemáticas simples) (Instituto Paulo Montenegro, Inaf e IBGE);

Os indicadores que acabam de ser enumerados mostram que ainda é enorme nosso desprezo pela vida humana. Qualquer pessoa dotada de bom senso diria: diante de tanta violência e mortes, com certeza o Brasil deve estar executando um dos programas mais desenvolvidos do planeta de prevenção da violência e da criminalidade. Decepção: isso não está ocorrendo no nosso país. O programa preventivo lançado pelo governo Lula (Pronasci) foi substituído por outro (da presidenta Dilma), chamado “Brasil Mais Seguro”, em 2012. O primeiro morreu e o segundo não gerou os efeitos positivos esperados (os índices de mortes continuam aumentando.

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil.

Raquel Lyra participa de ato político em Igarassu

Um grande ato político – com a participação de mais de mil pessoas – foi realizado, na noite desta terça-feira (12), no município de Igarassu. A candidata à reeleição, deputada Raquel Lyra esteve presente ao lado de Paulo Câmara, seu vice Raul Henry, Fernando Bezerra Coelho, além de diversas lideranças da região.

RAQUELIGARASSU01Apoiada pelo ex-prefeito da cidade, Gesimário Baracho, Raquel destacou a força da chapa majoritária da Frente Popular e falou do trabalho realizado pelo governo Eduardo Campos/João Lyra Neto.

“Pernambuco vem crescendo a cada dia e vocês sabem que isso foi fruto de um governo que lutou pelo desenvolvimento deste estado em todas as áreas e Paulo Câmara fez parte dessa exitosa equipe. Por isso, peço seu voto para elegermos Paulo como novo governador a partir do dia 1º de janeiro de 2015. Também tenham certeza que vou lutar, na Assembleia Legislativa, pela melhoria da qualidade de vida da população de Igarassu e região”, ressaltou Raquel.

Queiroz participa de ato político de Paulo Câmara em Santa Cruz do Capibaribe

Foto em Santa CruzO prefeito José Queiroz teve agenda política intensa este fim de semana. Queiroz integrou a Comitiva da Frente Popular que fez um grande ato neste sábado, 26, em Santa Cruz do Capibaribe pela candidatura de Paulo Câmara governador e Fernando Bezerra Coelho senador.

O prefeito de Caruaru esteve no palanque ao lado de lideranças locais como o prefeito de Santa Cruz, Edson Vieira. “O povo de Santa Cruz foi pra rua receber os candidatos da Frente Popular. A campanha de Paulo Câmara está num expressivo crescimento e vamos ganhar as eleições”, destacou o prefeito.

Depois, Queiroz participou da festa de Lages, na zona rural de Caruaru.

Coligação Pernambuco Vai Mais Longe instala conselho político

unnamed (9)Começou a funcionar na manhã desta quarta-feira (23) o conselho político da coligação Pernambuco Vai Mais Longe (PTB, PDT, PT, PSC, PRB e PT do B). A primeira reunião ocorreu no escritório político da frente, nos Aflitos, Zona Norte do Recife, e contou com a presença da chapa majoritária e os presidentes dos seis partidos que integram a coligação. Logo no primeiro encontro, já foram discutidos temas como o programa de governo e a estratégia de comunicação da campanha de Armando Monteiro (governador), Paulo Rubem Santiago (vice) e João Paulo (senador).

Após a primeira reunião, a chapa majoritária promoveu uma coletiva de imprensa para explicar o funcionamento do conselho. “No conselho, vamos discutir e definir as linhas estratégicas da campanha e da candidatura. Faremos avaliações permanentes do processo para melhorar o posicionamento do nosso projeto de maneira solidária e integrada”, detalhou Armando, esclarecendo que a instância deverá se reunir semanalmente. “Na verdade, o conselho funciona permanentemente. Estamos sempre em contato, seja presencial ou virtual”, completou o candidato a governador.

“O conselho vai fazer uma reflexão dos momentos importantes da campanha, como também vai avaliar possíveis dificuldades e corrigir rumos se for necessário”, completou João Paulo. “Nossa campanha está se avolumando por todo o Estado. É necessário que tenhamos uma instância para debater”, acrescentou Paulo Rubem.

COMPOSIÇÃO – Além dos candidatos majoritários, de Teresa e de Geraldo, integram o conselho político os presidentes do PSC, Silvio Costa, do PTB, José Chaves, e do PT do B, José Belarmino Silva. Representando o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi – que dirige também o partido no Estado -, estará Ricardo Amaral, membro da Executiva Estadual. O vice-presidente do PT no Estado, Bruno Ribeiro, também faz parte do órgão.

Opinião: (Des)comprometimento político municipal sobre as mudanças do clima e o desenvolvimento sustentável.

Por Marcelo Rodrigues

No final do ano de 2009 foi promulgada uma nova lei ambiental no país: a Lei nº 12.187/09, Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). De lá para cá já se foram 5 anos, e ao lado de outras leis ambientais promulgadas nos últimos anos ela faz parte de uma ação global de combate às causas antrópicas do aquecimento global, quais sejam, emissão descontrolada de gases de efeito estufa – os conhecidos GEEs – decorrente das atividades humanas.

A atual administração municipal não tem envidado nenhum esforço para criar, executar projetos e/ou programas direcionados, principalmente, ao enfretamento das mudanças climáticas, considerando, além da dimensão ambiental, tecnológica e econômica, a dimensão cultural e política, o que vai requerer a participação democrática de todos os segmentos da sociedade para exigir do Chefe da Edilidade e dos vereadores a responsabilidade que o caso remete, que é enfrentar o que já vivemos e o que vamos viver pela ganância humana e pela falta de preparo e responsabilidade da maioria de nossos políticos que parecem viver em outro planeta.

A urbanização acelerada resultou na ocupação desordenada do espaço urbano através de intervenções desconexas com intensa verticalização, compactação e impermeabilização do solo, supressão de vegetação e cursos d´água. E esse processo ainda teve outra agravante: não foi acompanhado de um planejamento de expansão de infraestrutura e de serviços, comprometendo tanto a qualidade de vida das populações quanto o ambiente natural, com consequências nefastas ao presente e futuro das pessoas.

As diretrizes principais no caso em comento são a disseminação de conceitos e práticas de sustentabilidade associada à redução de emissões de carbono e a introdução de tecnologias limpas, e nesse processo urge a necessidade de um Marco Regulatório, que é um dos principais instrumentos de Política Municipal de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável.

Para por em prática a aludida política, deve ser elaborada uma moderna e ágil legislação (leis, decretos, resoluções e portarias), ou seja, um arcabouço institucional ou Marco Regulatório, tornando viáveis e exequíveis as ações de redução de emissões de gases de efeito estufa na cidade, como por exemplo: a construção do Centro de Tratamento de Resíduos; implantação corredores viários; onde os ônibus utilizarão
combustíveis renováveis trafegando em pistas exclusivas; um programa que visa a impedir a progressiva degradação da cobertura vegetal da cidade decorrente da urbanização desordenada; recuperar o ecossistema original da Mata Atlântica; regularizar os mananciais e prevenir ocupações irregulares; realizar plantios de árvores nativas na cidade e na zona rural(reflorestamento) em parceria com as comunidades;  estudar e programar a implantação do modal bicicleta (o transporte ciclo-viário produz conhecidas externalidades positivas em termos ambientais, no tráfego e na qualidade de vida), associada à instalação de bicicletários, conectados e integrados a malha de transportes públicos; além de um programa de Gestão de Resíduos Sustentáveis, com o objetivo de criar o sentimento de responsabilidade da sociedade com o fito de desenvolver a tão almejada coleta seletiva e ao estímulo à reciclagem, e, por fim, a construção de galpões, devidamente equipados, em áreas estratégicas da cidade, que seriam geridos pela cooperativa de catadores.

É claro que uma política da adaptação proativa não surge espontaneamente ou como demonstração do caráter “humanitário” de qualquer dos entes federativos. Surge como conquista política de uma sociedade que se preocupa e cobra iniciativas do Estado. E, concomitante, ao papel do Estado, essa mesma sociedade deve participar da construção e implementação de um modelo de medidas de adaptação que possam ser levadas a efeito principalmente no âmbito dos municípios. A gestão urbano-ambiental do Município deve inserir a questão das mudanças climáticas em seus planos de ação e programas.

A mobilização coletiva ainda é a melhor maneira de enfrentarmos um dos maiores desafios da humanidade. Nessa esteira, a participação popular é indispensável ao enfrentamento de questões tão graves como são as mudanças climáticas; tal participação também se dá através da discussão sobre uma nova política pública.

Aí está mais uma chance do Município de Caruaru ajudar na concretização da cidadania ambiental, ou na obrigação democrática dos seus cidadãos em participarem mais efetivamente dos destinos de nossa cidade ante o marasmo político que vive a maioria de nossos concidadãos, e na omissão horrenda dos gestores públicos e dos poderes públicos que nada fazem para contribuir para uma cidade mais democrática e humana.


Marcelo Rodrigues foi secretário de Meio Ambiente da Cidade do Recife. É advogado e professor universitário. 

Armando instala Conselho Político nesta quarta-feira

O candidato a governador Armando Monteiro (PTB) instala, nesta quarta-feira (23), o conselho político da coligação Pernambuco Vai Mais Longe (PTB/PDT/PT/PSC/PRB/PTdoB), ao lado dos candidatos Paulo Rubem Santiago (PDT), a vice; e João Paulo (PT), ao Senado. O futuro conselho vai estabelecer as diretrizes e estratégias da campanha eleitoral da coligação, bem como reger a relação das chapas majoritárias e proporcionais.

A reunião ocorre às 9h, no escritório político, na Avenida Rosa e Silva, 839, no bairro dos Aflitos, no Recife. Em seguida, Armando e os representantes do conselho concederão uma entrevista coletiva, às 11h30.

Artigo: O político contra o Estadista

Por Dimitre Bezerra 

Em recente entrevista divulgada no site da portuguesa RTP no último domingo, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “não houve mensalão” e que o julgamento da Ação Penal nº 470 (alcunhada de ação do mensalão) “teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica”.

Trata-se de uma postura descabida para um ex-Presidente da República. O político está a manchar a biografia do Estadista.

É inquestionável que durante o governo Lula o Brasil teve os avanços mais significativos da sua história, sobretudo na área social. Esse é o legado que deveria ser preservado na História.

Negar a existência do esquema para compra de apoio parlamentar no Congresso Nacional, devidamente esmiuçado na Ação Penal nº 470 por parte do Supremo Tribunal Federal é uma afronta aquela Corte Suprema, ao povo brasileiro, a democracia e a própria biografia do ex-Presidente.

Falar em decisão política é totalmente descabido.

O Excelso Pretório é um tribunal civil cuja composição tem seu rito estabelecido no art. 101 da Constituição Federal de 1988, sendo os Ministros indicados privativamente pela Presidência da República e aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal, dentre cidadãos brasileiros natos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Indubitavelmente não se trata de um tribunal de exceção para um julgamento político. As regras processuais penais cabíveis foram devidamente observadas na condução da Ação Penal nº 470, sendo assegurada aos réus a observância dos Princípios Constitucionais da Ampla Defesa, do Contraditório e do due processo of law. Não há no que se falar em julgamento político.

Ainda é interessante lembrar que da atual composição do Supremo Tribunal Federal nada menos que 8 (oito) Ministros foram indicados pelas gestões do Partido dos Trabalhadores (Lula indicou Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Dias Toffoli, e ainda, Dilma indicou Rosa Weber, Teori Albino Zavascki, Luiz Fux e Roberto Barroso), além das indicações pretéritas dos ex-Presidentes José Sarney (Celso de Mello), Fernando Collor (Marco Aurélio de Mello) e Fernando Henrique Cardoso (Gilmar Mendes).

Talvez a postura pouco serena do Ministro Joaquim Barbosa (Presidente do STF) e relator da ação do mensalão, cujos arroubos por certo podem ter sido impulsionados pela exposição midiática do julgamento, poderia ser objeto de uma censura, nunca de um questionamento quando a lisura.

As declarações do ex-Presidente Lula fazem apequenar sua biografia escrita em cima do seu grande legado.

Dimitre Bezerra é advogado