Após posse, Temer reage a Dilma: “golpista é você”

Do UOL

O presidente Michel Temer, que assumiu o cargo na tarde desta quarta-feira (31) de forma efetiva, comanda neste momento a primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto. Em fala aos ministros, aberta à imprensa, Temer rebateu as acusações de que seria “golpista”.

“E, no mais, contestar a partir de agora essa coisa de golpista. Dizer: golpista é você, que está contra a Constituição. Nós não propomos a ruptura constitucional, nós tivemos discrição absoluta. Jamais retrucamos palavras, imprecações em relação à nossa conduta”.

O presidente diz que foi de uma discrição absoluta, e, sem se referir à ex-presidente Dilma Rousseff, afirmou que agora não levará ofensa para casa. “As coisas se definiram, e é preciso muita firmeza.”

Após o encontro, há a previsão da coletiva dos ministros da área econômica para detalhar o envio do Orçamento no Planalto. O tempo da participação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na coletiva é incerto, já que ele embarcará com Temer na comitiva para a China.

O desejo do Planalto é que Temer embarque às 19 horas. Entretanto, com a possibilidade de atrasos, já foi prevista também uma nova possibilidade de voo às 21 horas.

Reforma ministerial não deve gerar apoio no Congresso, diz senadora

Da Folhapress

A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), disse ter dúvidas se a reforma ministerial apresentada pelo governo será suficiente para reverter o apoio ao governo no Congresso Nacional.

“Eu não sei se essa reengenharia que o governo fez com os partidos, se os atores que foram jogados nesse processo, são pessoas que iriam se esforçar e desdobrar para criar sustentação que o governo precisa”, disse a senadora, após se reunir com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para fazer um balanço do orçamento de 2015.

Após o julgamento do TCU, as contas do governo passam por análise da CMO. Além de não conseguir mensurar o impacto da reforma, Rose citou a sessão da quarta-feira (7) como exemplo de que o governo vai ter mais dificuldades no Congresso Nacional.

“Se um ministro tal deu tantos votos para uma sessão? Não sei te dizer, haja vista que a sessão [que analisa os vetos presidenciais] continua sem quorum”, disse Rose.

Na quarta o governo sofreu uma nova derrota na sessão conjunta do Congresso, que vai analisar os vetos da presidente Dilma Rousseff. Apesar de ser quarta-feira, dia de maior movimento no Congresso, o governo não conseguiu assegurar a quantidade mínima de 257 deputados para iniciar a análise.

Logo após encerrada a sessão, por falta de quorum, a sessão da Câmara foi aberta e contou com a presença de 428 deputados.

Capacidade de reação da economia determinará ajuste fiscal, dizem especialistas

Da Agência Brasil

Provocada pela contração da economia, a redução da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) deste ano para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) provocou turbulência no mercado financeiro. O dólar fechou a semana na maior cotação em 12 anos em meio a temores de que o governo não consiga estabilizar as contas públicas.

Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, a execução do ajuste fiscal não depende apenas do empenho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para eles, apenas a capacidade de reação da economia brasileira, com a queda da inflação e a retomada gradual do crescimento, determinará se o governo conseguirá ampliar o esforço fiscal nos próximos anos até que o superávit volte a 2% do PIB em 2018.

Para o economista-chefe da Sulamérica Investimentos, Newton Rosa, não havia como manter a meta anterior, de 1,1% do PIB para 2015, com a queda na arrecadação e as dificuldades do governo em cortar despesas obrigatórias nas votações do Congresso.

“Houve perda de receita. O governo não tem mais como aumentar impostos e não tem margem forte para cortar despesas. Então o que restou foi reduzir a meta [de superávit] para próximo de zero”, afirma Rosa. “A questão nem chega a ser o Congresso, mas a forte recessão que se abateu sobre a economia. Sem perspectiva de crescimento, o esforço fiscal torna-se mais difícil.”

Membro do Conselho Federal de Economia e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciano D’Agostini discorda de que o quadro político não tem interferido na economia. Para ele, o Congresso tem grande parte de culpa nas dificuldades do ajuste fiscal. “Até agora, o governo cortou despesas discricionárias [não obrigatórias]. O corte de despesas obrigatórias depende do Congresso, que desidratou o pacote de ajuste fiscal, e de reformas institucionais que o país não fez”, diz.

O professor da UFPR diz que o país entrou em um círculo vicioso, em que o governo adota medidas de austeridade que não se realizam porque a arrecadação cai. “Quando o governo aumentou impostos e preços como combustíveis e energia, isso elevou a inflação e sufocou o trabalhador, que está endividado e tem menos poder aquisitivo. Num país em que 60% do PIB dependem do consumo das famílias e das empresas e a população tem baixa escolaridade e baixa produtividade, a queda do poder de compra é fatal para a economia”, analisa.

Newton Rosa aponta diferenças entre o Brasil e alguns países da Europa, que enfrentam fortes recessões após medidas de austeridade. “Em primeiro lugar, a dívida pública no Brasil não é tão grande como na Europa. E lá, eles têm a moeda única, que não permite que a inflação e o câmbio façam o ajuste e provoca mais desemprego do que aqui”, pondera.

Os dois economistas divergem quanto ao futuro da economia. Para Rosa, a diminuição do superávit primário atrasou a estabilização da dívida pública, mas ele acredita que o ajuste fiscal ainda é possível ser retomado nos próximos anos. “Na verdade, o que o governo fez foi prolongar o ajuste fiscal que deveria levar à estabilização da economia porque os custos estão altos e a margem de manobra para cortar despesas é pequena”, diz.

Para D’Agostini, o país só sairá do ciclo de recessão se fizer reformas estruturais, investir em educação e fizer um pacto social para não aumentar os juros e reduzir os lucros dos bancos. “A Constituição precisa ser mudada para dar mais flexibilidade para a economia, e o país precisa aumentar a produtividade qualificando a mão de obra. Sem isso, não vejo como o Brasil pode voltar a crescer e controlar a dívida pública.”

Na entrevista coletiva em que anunciou a redução da meta de superávit, na última quarta-feira (22), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou que a medida ajuda a reduzir as incertezas em torno da economia ao aumentar a transparência das contas públicas. “Damos uma informação importante, e isso ajuda a orientar as decisões importantes dos agentes econômicos. As incertezas das mais diversas fontes têm afetado não só a economia, mas a arrecadação. A Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal nos dão um mecanismo precioso para isso, tentar reduzir a incerteza e dar uma orientação clara de qual é a nossa estratégia”, declarou Levy, na ocasião.

Teresa Leitão reage às declarações de Mendonça Filho

asasa

Para a petista, está faltando “visão de institucionalidade” ao deputado federal pernambucano (Foto: Alepe)

Do Blog da Folha

A deputada estadual e presidente do PT de Pernambuco, Teresa Leitão, reagiu às declarações do líder do Democratas, Mendonça Filho, que, neste domingo (19), diante das turbulências no País, afirmou que não adianta o PT querer aproveitar a situação para se livrar do ‘lamaçal no qual se meteu’. De acordo com a petista, a posição do oposicionista é “visivelmente de grande preocupação com os rumos tomados pelas bravatas autoritárias” de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal.

Na nota enviada à imprensa, Teresa diz que “parece que o líder do DEM desconhece seus aliados envolvidos em denúncias e passa a mirar no PT e no Governo”.

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

“A posição de Mendonça é visivelmente de grande preocupação com os rumos tomados pelas bravatas autoritárias do seu aliado Eduardo Cunha, um desequilibrado que se acha dono do Poder Legislativo.

Parece até que o líder do DEM desconhece seus aliados envolvidos em denúncias e passa a mirar no PT e no Governo, esquecendo sua ilustre participação em momentos delicados para o Brasil, como o da PEC da reeleição.

Para quem foi governador, mesmo que só por nove meses, está faltando visão de institucionalidade.

Teresa Leitão”