Há muita expectativa em Washington para a visita de Dilma, diz Humberto

Em missão parlamentar aos Estados Unidos, o líder do PT no Senado, Humberto
Costa, teve uma reunião, na tarde de ontem, no poderoso Departamento de
Estado americano com a secretária-adjunta para o Hemisfério Ocidental,
Roberta Jacobson.

O encontro serviu para passar em revista a pauta política entre as duas
maiores democracias do continente americano e tratar da possível visita de
estado da presidenta Dilma Rousseff aos EUA no ano que vem.

“A secretária Jacobson nos disse que Washington espera, com muita
expectativa, a visita de Dilma”, afirmou Humberto. No ano passado, após vir
à tona a denúncia de que os americanos espionaram o governo brasileiro, a
presidenta cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos. A última vez que
um presidente brasileiro realizou uma visita de Estado aos EUA foi em 1995.

“Logo após a eleição, o presidente Obama ligou para a presidenta Dilma para
parabenizá-la e tratou do assunto. Agora, no encontro do G20 na Austrália,
eles voltaram a falar sobre o tema numa reunião que tiveram isoladamente”,
lembrou o líder do PT. “Dilma deve chegar a Washington no primeiro ano da
sua nova gestão”, aposta ele.

De acordo com Humberto, Roberta Jacobson ressaltou que o simbolismo da
visita será extremamente importante para os dois países. Ela realçou,
também, aos congressistas brasileiros o papel de parceiro do Brasil para os
Estados Unidos e disse que é grande a torcida no governo Obama para que as
relações entre as duas nações voltem à normalidade.

Em Washington, Humberto entra no esforço pela reaproximação Brasil-EUA

Foi animador o primeiro encontro realizado em Washington entre a missão parlamentar brasileira e representantes do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos para discutir um novo dinamismo nas relações entre os dois países. A avaliação é do líder do PT no Senado, Humberto Costa, que integra o grupo de três senadores e seis deputados federais que chegou no domingo à capital americana.

Após o escândalo de espionagem pelos EUA a diversos governos, entre eles o brasileiro, os laços entre as duas maiores democracias do continente americano ficaram abalados. “Vamos observar com atenção o que a presidenta Dilma traçará para os quatro anos da sua nova administração em termos de política externa. Mas acredito que as perspectivas são muito boas. Ela e o presidente Obama deram, recentemente, fortes sinais de reaproximação”, avaliou Humberto.

Para o setor empresarial americano, o Brasil é um país-chave na política externa dos Estados Unidos. Grandes corporações presentes à reunião da manhã desta segunda-feira (17), como Citibank, General Electric, Whirlpool, IBM e Facebook, externaram pontos de entrave brasileiros nas relações entre os dois países, como bitributação, excesso de burocracia, regulação da terceirização e dificuldade de acesso às compras governamentais.

Humberto expôs ao Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos pontos da pauta legislativa do Congresso brasileiro em favor da melhora das trocas comerciais entre os dois países e pediu diálogo permanente com o setor para avançar na agenda.

“Os parlamentares têm um papel fundamental no aperfeiçoamento de leis que podem dinamizar nossas relações e contribuir para o crescimento da economia. Todas as demandas podem ser tratadas adequadamente e, no que não prejudicar o Brasil, levantaremos todas as barreiras necessárias”, assegurou o líder do PT.

A reunião desta manhã ocorreu no Hotel Willard Intercontinental, a poucos metros da Casa Branca e do Congresso americano. A missão parlamentar foi organizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil).