Tanatopraxista encara desafio e se apaixona por profissão

“Por ser uma profissão nova, aceitei o desafio e, no primeiro dia de treinamento, me apaixonei de imediato. A cada dia que passa, minha profissão me fascina mais e mais”. A declaração é de Luzinete dos Anjos, líder do setor de Tanatopraxia do Cemitério e Crematório Morada da Paz Recife, empreendimento administrado pelo Grupo Vila.

A tanatopraxia (do grego: thanatos – Morte; e práxis – o que se faz habitualmente) tem como função preparar o corpo para o velório ou traslado, eliminando possíveis riscos biológicos. A atividade permite ainda que se dê uma aparência mais natural ao corpo, deixando-o mais próximo de quando era antes da morte.

Conforme explica Luzinete, ao devolver a aparência natural do corpo, a tanatopraxia permite que os parentes possam velar seu ente querido durante um tempo mais prolongado. “Assim, todos os familiares e amigos terão tempo de comparecer ao velório sem que ocorra nenhum tipo de constrangimento, garantindo a salubridade dos presentes e, de certa maneira, oferecendo menos sofrimento aos parentes do falecido”, explica a profissional.

Luzinete encara sua função com naturalidade, no que encontra respaldo entre amigos e família. “Meu amigos e familiares comentam sempre que sou muito corajosa. Em contrapartida, elogiam muito quem lida com essa profissão”, conta. A admiração também vem do casal de filhos – Thays (24) e Victor (15): “Eles admiram e falam sempre para os colegas que sentem o maior orgulho por ter uma mãe tão corajosa. Seus colegas também ficam admirados quando eles falam de minha profissão. Isso para eles é um orgulho”.

Thays, inclusive, já ensaia os primeiros passos para seguir a profissão desempenhada pela mãe: “A Thays faz parte do Grupo Vila trabalhando no horário noturno como Auxiliar de Serviços Gerais (ASG). Atualmente, está cursando enfermagem e seu sonho é seguir minha profissão”. “O Victor me admira muito, mas não tem coragem. Quer ser engenheiro civil”, brinca.

Além da atividade como tanatopraxista, Luzinete ainda encontra tempo para a família e os estudos. “Não é fácil. Só sobra tempo mesmo nos finais de semana e feriados. É quando passo mais tempo com eles. Tem momentos em que eles cobram minha presença, mas converso sempre e eles terminam compreendendo”, explica.

A profissão do tanatopraxista está regulamentada no Ministério do Trabalho como uma atividade vinculada às empresas funerárias. O curso que prepara para o desempenho da função inclui noções de anatomia, fisiologia e psicologia. No Grupo Vila, ainda é exigido um treinamento de seis meses para que o profissional seja considerado capacitado. “Sou muito grata ao Grupo Vila, pois foi nessa empresa que descobri minhas habilidades. É difícil encontrar empresas que investem em seus colaboradores, e o Grupo Vila não só investe como capacita. Aprendi muito nesses anos que faço parte do grupo e continuo aprendendo”, finaliza Luzinete dos Anjos, que Luzinete atua no setor desde o ano de 2006.

História da tanatopraxia – O respeito e o tratamento do corpo dos mortos é uma prática antiga e comum a todas as civilizações. Mas a tanatopraxia como conhecemos tem suas origens na Guerra Civil norte-americana (1861-1865), com o embalsamamento do corpo de soldados falecidos durante as batalhas. Após o conflito, o ato de embalsamar passou a ser amplamente reconhecido pela sociedade americana e, em 1922, foi criada a Cincinnati School of Embalming (no estado de Ohio, EUA), escola especializada na arte de embalsamar e pioneira nos Estados Unidos. Atualmente, a tanatopraxia é amplamente disseminada nos países de cultura anglo-saxã. No Brasil, a técnica ainda é pouco conhecida, apesar de ser considerada essencial para o setor funerário.

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