O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (8), que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 será preferencialmente com o imunizante americano da Pfizer. Segundo o ministro, a pasta não vai recomendar o uso da CoronaVac para a aplicação da dose de reforço.
“Essa terceira dose é a da Pfizer. Primeiro, porque os esquemas com vacinas diferentes geralmente usam a vacina da Pfizer ou da AstraZeneca como os imunizantes preferenciais. E segundo porque nós temos quantitativos elevados da Pfizer, o que permite assegurar que não haverá interrupção na nossa campanha de imunização”, confirmou Queiroga durante audiência da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado.
Queiroga confirmou que a aplicação da terceira dose começa no dia 15 de setembro, próxima quarta-feira, para idosos acima de 70 anos e pessoas em estado de imunossupressão, seguindo o Plano Nacional de Imunização (PNI).
Na última semana, o ministro já havia anunciado que não recomendaria o uso da CoronaVac para a terceira dose enquanto não houvesse o registro definitivo do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por enquanto, as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são as únicas com esse tipo de autorização do órgão regulador brasileiro.
Respeito ao PNI
Durante a Comissão, o ministro voltou a pedir que os estados e municípios sigam as orientações federais sobre a aplicação das vacinas contra Covid-19 e criticou aqueles que seguem ritmos de imunização diferentes do previsto pela pasta. Segundo ele, e cada cidade fizer o próprio plano, o ministério não consegue garantir a entrega dos imunizantes.
“O que ocorre é que alguns municípios, sobretudo os maiores da Federação, ficam criando esquemas diferentes e depois dizem que o Ministério da Saúde não entrega doses, atrasa as doses. O Ministério da Saúde só entra com o ônus o tempo inteiro”, comentou Queiroga. “Temos que falar a mesma língua, não pode ser a Torre de Babel da vacina”.
Estados como São Paulo já iniciaram a aplicação da dose de reforço nesta semana. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, das doses adicionais aplicadas, 99,2% foram de CoronaVac.
Estoque vencido
Na última segunda-feira (6), uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, revelou que o governo Bolsonaro deixou vencer R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios do novo coronavírus. Sobre o fato, Queiroga afirmou ser um ‘problema’, mas negou que tenha havido negligência.
“Em relação a insumos vencidos, realmente esse é um problema. Esses insumos, não é que o ministério deixa vencer por negligência. É porque se compra em quantidade, há insumos aí que foram adquiridos em governos, dois governos anteriores ao governo do presidente Bolsonaro, e não foram distribuídos”, declarou.
Correio Braziliense