Através de parceria entre o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e a Escola de Pais do Brasil, teve início curso destinado a autores de maus-tratos contra crianças ou adolescentes. A atividade tem o intuito de orientar os pais ou responsáveis sobre os aspectos de cada fase do desenvolvimento das crianças, colocando limites através de uma educação não violenta e orientando sobre a diferença entre autoridade e autoritarismo. Serão ao todo sete encontros, nas quintas-feiras, entre os dias 27 de abril e 8 de junho, na Instituição Exército da Salvação, localizada no bairro da Torre, no Recife.
Esta é a segunda turma do curso de Escola de Pais em parceria com o TJPE, agora realizado com o 1º, 2º e 3º Juizados Criminais da Capital e o Juizado Especial Cível e Criminal do Torcedor do Estado de Pernambuco (Jetep). A primeira turma foi composta a partir de articulação entre o 2º Juizado Criminal e o Juizado do Torcedor.
As partes que participam do curso estão envolvidas em processos de maus-tratos, e as ações são selecionadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com a ajuda de um profissional de psicologia. Ao invés de prestar serviço ou pagar multa, as partes são convidadas a participar do curso para serem orientadas e criarem uma consciência de que é necessário educar sem uso da violência. A ideia é que o curso trabalhe a questão das relações de vínculos entre pais e filhos.
A juíza Margarida de Souza, do 2º Juizado Criminal, acredita que a atuação conjunta do Tribunal de Justiça com a Escola de Pais é importante para conscientizar as partes. “É uma parceria de sucesso que tem dado resultado. Nos encontros, as pessoas que participam do curso aprendem a lidar com os filhos. Nesses casos, às vezes, por meio de uma sentença condenatória, não conseguimos um resultado tão eficaz. Neste curso, as partes aprendem sobre a pacificação social”, afirma.
A Escola de Pais do Brasil é uma instituição internacional que atua com a missão de encurtar a distância entre pais e filhos, ajudando os pais e agentes educadores a formar cidadãos. O TJPE firmou parceria com a Escola no intuito de ter um resultado eficaz nos processos de maus-tratos. Também participam da ação, o 1º Juizado Criminal da Capital, que tem como juíza titular a magistrada Gisele Vieira; o 2º Juizado Criminal, com a juíza Maria Margarida de Souza; e o 3º Juizado Criminal, com o juiz Edimilson Cruz Júnior.
Os psicólogos e assistentes sociais dos juizados também participam da ação. Psicóloga do 2º Juizado Criminal, Lilian Crescêncio fala da necessidade de os pais serem orientados na educação de seus filhos. “A ideia é que o curso trabalhe a questão das relações de vínculos entre pais e filhos, para que haja a reconstrução dessa relação”, disse.