Por Magno Martins
Na primeira fotografia eleitoral de Caruaru para as eleições deste ano, que sai do levantamento do Instituto Opinião, em postagem abaixo, apontando empate técnico entre Tony Gel (PMDB) e Raquel Lyra (PSB), o peemedebista, que já governou o município por dois mandatos, leva a aparente vantagem de ter a preferência do povão. Ele aparece com quase o dobro das intenções de voto em relação a Raquel entre os eleitores de baixa renda e grau de instrução.
Entre os que têm renda familiar de apenas um salário mínimo, Gel atinge a faixa de 33,1% dos eleitores, enquanto Raquel aparece com 19,7%. No quesito escolaridade, a diferença é bem maior – de 34,6% para 12,3%, ou seja, quase o triplo. Um dado chamou a atenção na pesquisa é que ambos se identificam com um estrato importante do eleitorado: o jovem, com 40% e 35, respectivamente.
Neste universo, o pré-candidato com apoio sinalizado pelo prefeito José Queiroz, o vice-prefeito Jorge Gomes, também do PSB, patina. Tem apenas 1,5%. Mas em relação à aparente polarização apontada na pesquisa entre Gel e Raquel, a socialista tende a ter margem de crescimento pela alta rejeição do adversário, que lidera o item. Dos eleitores ouvidos, 19% disseram que não votariam no representante do PMDB de jeito nenhum.
Raquel, por sua vez, tem apenas 3,8% de rejeição, o que é, sem dúvida, excelente num momento em que os políticos em geral estão em baixa junto à opinião pública. O levantamento mostra, por outro lado, que Jorge Gomes não desponta como um candidato competitivo. Gomes, entretanto, ainda não foi lançado e o eleitorado não o associa como o candidato do prefeito.
Queiroz deu sinalizações que o seu candidato é Jorge, mas não bateu o martelo. Dependerá de uma negociação complicada com o governador Paulo Câmara e o núcleo influente do PSB, que entregou o comando provisório do diretório municipal em Caruaru a Raquel, desde final de outubro do ano passado. Como ela detém mandato e aparece bem situada na pesquisa, provavelmente o PSB não cederá às pressões de Queiroz para negar-lhe legenda e o direito de disputar.
Sendo assim, o prefeito só terá pela frente duas saídas: filiar Jorge Gomes ao PDT e trombar, consequentemente, com o Palácio e as forças governistas, ou encontrar outro nome que tenha potencial de crescimento e que se apresente vinculado ao seu Governo. O que a pesquisa também deixa transparecer, pelo baixo índice de Gomes, é que o prefeito se dedicou à gestão, mas esqueceu de preparar um nome à sua sucessão.