Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Escola Nacional Veterinária de Alfort, na França, desenvolveram um estudo para viabilizar a utilização de cães na identificação de pessoas infectadas pela COVID-19. De acordo com a universidade, o objetivo é testar a sensibilidade e especificidade da detecção olfatória canina para a COVID-19, a fim de validar sua eficácia como ferramenta de triagem fácil e rápida.
O projeto conta com a colaboração da Secretaria de Saúde de Paudalho, que ajudam os pesquisadores no processo de coleta nos usuários que apresentam síndrome respiratória. A partir de uma orientação prévia aos pacientes, é realizada coleta de Swab para realização da (PCR) e identificação dos casos positivos e negativos.
Também durante o processo de recolhimento do material, é realizado, paralelamente, a coleta de suor através de chumaço de algodão em cada axila. Uma amostra do algodão permanece na UFRPE para a identificação dos biomarcadores moleculares e a outra é enviada para o Centro de Treinamento dos Cães de Detecção da Amarante. A partir de amostras de pacientes com resultados positivos ou negativos, os cães recebem o treinamento para a identificação.
Já nos laboratórios de Departamentos de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA) e Medicina Veterinária (DMV) da UFRPE, os pesquisadores identificam os biomarcadores, ou seja, as moléculas que estão presentes na reação do vírus com a sudorese humana, por meio de cromatografia gasosa e HPLC, além de tecnologia sofisticada e precisa que está sendo utilizada em estudo semelhante na França.
O coordenador do projeto em Pernambuco, professor Anísio Francisco Soares, do DMFA, informou que no momento em que há redução do isolamento social, a presença de cães podem identificar precocemente pessoas infectadas pelo novo coronavírus protegendo ambientes com grande circulação de pessoas.
“Assim que os cães, devidamente treinados, identificarem essas pessoas, elas serão notificadas e encaminhadas para isolamento social ou tratamento, evitando-se assim novas ondas de pico da doença. É um trabalho semelhante ao que ocorre em aeroportos, na detecção de entorpecentes e explosivos, além de doenças como malária e câncer”, conta o docente.
Com possível sucesso da pesquisa é possível possibilitar a pré-testagem de um grande número de pessoas. De acordo com os treinadores da Amarante, os cães podem testar até 500 pessoas por hora. A ação deve ser realizada nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, podendo avançar para outros estados brasileiros.
Diario de Pernambuco