Pedro Augusto
Com doença não se brinca, desta forma, é importante que os pais e responsáveis de crianças com idades dos 12 meses até os quatro anos 11 meses e 29 dias fiquem atentos ao prazo de vigoração da Campanha Nacional contra a Poliomelite e o Sarampo. Iniciada em todo país na última segunda-feira (06) e com término previsto para o próximo dia 31, a medida preventiva visa vacinar ao menos 95% das crianças com as faixas etárias estabelecidas. De acordo com informações repassadas pela Secretaria Municipal de Saúde, ao todo, 62 Unidades de Saúde da Família se encontram disponíveis para atender a demanda de Caruaru, sendo 44 instaladas na zona urbana e 18 na zona rural.
Em entrevista ao VANGUARDA, na manhã da última quarta-feira (07), na sede da Secretaria de Saúde, no Bairro São Francisco, a gerente geral de Atenção Básica, Lilian Leite, detalhou o “Dia D” da campanha. “Ele ocorrerá no próximo dia 18, não só nas Unidades de Saúde da Família como também em alguns pontos estratégicos da cidade. É imprescindível que os pais e responsáveis levem aos locais estabelecidos os cartões de vacinação das crianças para que o processo seja realizado. Recomendamos que os mesmos não deixem para fazer o procedimento na última hora, ou seja, somente no dia 31, porque quanto mais rápido a vacinação, mais rápido os menores ficarão imunes do risco de se contrair as duas doenças”.
O sarampo e a poliomielite – esta última também conhecida como paralisia infantil – são doenças graves e infecciosas, onde a vacina oferece a proteção. O Brasil enfrenta atualmente surto de sarampo, com registros da doença no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Já a pólio teve seu último caso registrado no país em 1989. “A vacinação é a melhor maneira de proteger as crianças contra as doenças. O esquema vacinal para poliomielite é composto por três doses da vacina administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba”, acrescentou Lilian.
Consciente das consequências que as duas doenças podem causar no corpo humano, a dona de casa Maria de Fátima, não perdeu tempo e tratou de levar esta semana sua filha Maria Fernanda, de dois anos, ao posto de saúde mais próximo de sua residência. Ela recomendou aos pais e responsáveis caruaruenses a fazerem o mesmo. “Atualmente, estamos observando certo relaxamento no país no que diz respeito às vacinas. Muitos pais não têm vacinado os seus filhos, porque acreditam que estão isentos dos riscos, mas não é bem assim. O sarampo, por exemplo, já vem fazendo algumas vítimas e todo cuidado com ele e com a paralisia é pouco. Por isso, não esperei muito para trazer a minha filha ao posto. Melhor um choro passageiro com o incômodo da injeção do que um enfermidade com sequelas para o resto da vida”.
Pólio e sarampo
A poliomielite é uma doença viral infecciosa que pode, em uma minoria dos casos (1 a cada 200), atacar nervos musculares causando paralisia definitiva em poucas horas, geralmente nos membros inferiores. Em 10% dos casos de paralisia, a infecção atinge músculos respiratórios, levando à morte. A doença pode ser contraída por contato com água ou comida contaminadas (menor parte dos casos) ou transmitida entre pessoas contaminadas por via oral (contato com gotículas por meio de tosse, espirro ou mesmo ao falar) e fecal (contato com fezes contaminadas).
O sarampo, por sua vez, é uma doença viral infecciosa, muito contagiosa (transmitida por via oral) e de alto potencial letal. No mundo, é uma das maiores responsáveis pelos números de mortalidade infantil. Seus sintomas envolvem febre, dor de cabeça, tosse, manchas brancas na mucosa bucal, conjuntivite e manchas vermelhas (que se espalham do rosto para o resto do corpo). Nos dois casos, as doenças não têm cura, mas podem ser evitadas por meio de vacina.