Ao
Jornal Valor Econômico
O jornal Valor Econômico publicou nesta data reportagem intitulada “Denúncia contra Lula poderá ter delação de Léo Pinheiro”, subscrita pelo jornalista André Guilherme Vieira. A leitura da reportagem mostra a mais absoluta falta de critério jornalístico e repugnante engajamento do profissional em uma tática da Operação Lava Jato de atacar profissionais do Direito que se opõem contra os seus métodos medievalescos e fora da lei, sejam magistrados ou advogados.
Com efeito, o jornalista André Guilherme, em um exercício de cogitação, afirma que “Léo Pinheiro também teria abordado em anexos de informações o suposto envolvimento do advogado Roberto Teixeira no que seria uma operação de lavagem para ocultar o patrimônio de Lula”. Como é possível que um profissional da notícia com um mínimo de seriedade escreva uma coisa dessas, sem qualquer base fática e muito menos documental?
Simplesmente não conheço Léo Pinheiro, o que já seria suficiente para fulminar a asquerosa ilação do jornalista. Jamais tive qualquer participação em operação de ocultação de patrimônio. Minha atuação na condição de advogado, ao prestar assessoria jurídica a dois clientes — Fernando Bittar e Jonas Suassuna — na aquisição de um imóvel é legítima e condizente a profissão, como já atestou o Conselho Federal da OAB ao examinar o tema.
O jornalista sequer se desincumbiu do seu dever de me ouvir antes de publicar tamanho absurdo. André Guilherme procurou o meu escritório na última sexta-feira pedindo uma posição enquanto advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a não menos reprovável fofoca que ele obteve com membros da Lava Jato em relação ao nosso cliente. Nada foi dito ou perguntado em relação ao tema que trato nesta missiva.
Não posso deixar de registrar que no dia 06/05/2016 levei ao Supremo Tribunal Federal, na condição de um dos advogados do ex-Presidente Lula, petição pedindo providências em relação ao vazamento ilegal de documentos no âmbito da Operação Lava Jato — os quais foram citados em reportagem subscrita pelo mesmo jornalista André Guilherme Vieira na citada data. Essa petição serviu de base para a abertura de uma investigação no STF, ainda em curso. Tal fato mostra, adicionalmente, que André Guilherme não detém a necessária isenção para escrever algo em relação a mim.
É preocupante que o jornal ceda suas páginas para que o jornalista André Guilherme Vieira publique fofocas com o claro objetivo de tentar me intimidar no exercício da advocacia.
Roberto Teixeira