Vendas e produção de máscaras crescem no Polo de Confecções de Pernambuco

O Polo de Confecções de Pernambuco precisou se reinventar em um curto prazo de tempo para minimizar os impactos da pandemia do coronavírus. Adaptar a produção das empresas localizadas no Agreste para itens que passaram a ser essenciais no combate à Covid-19 foi uma das alternativas encontradas e que vem dando resultados positivos. A produção de máscaras de tecido está crescendo, de acordo com a adesão das indústrias e a demanda crescente. Já são 80 empresas com selo que garante o padrão de conformidade reconhecido pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções (NTCPE). Cerca de 1,6 milhão de máscaras já foram vendidas e um novo lote com mais 1 milhão de itens será adquirido pelo Governo, através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper).

O primeiro passo da ação foi o trabalho em cima da orientação técnica. “Disponibilizamos cadernos técnicos elaborados pelo NTCPE que ensinam como fabricar as máscaras de tecido e já foram mais de dois mil downloads, não só no Agreste, mas em todo o estado para que empresas produzam em outros locais também. Daí começamos a trabalhar com as empresas do Polo de Confecções que se interessaram em aderir ao programa”, explica Maíra Fischer, secretária executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico do Estado. Os manuais, que incluem ainda como produzir batas e protetores para os pés e os insumos necessários, estão disponíveis no site www.ntcpe.org.br. “Já estamos trabalhando com empresas para adesão para esses outros itens, como batas, e já temos 15 empresas com selo para isso”, acrescenta.

O objetivo é atender o mercado pernambucano e também escoar a produção para outros estados. “Estamos dialogando com o setor privado para vender os produtos nos estabelecimentos do estado. E algumas empresas estão fazendo articulação direta para vendas porque já tinham contatos com outros estados, tinham revendedores e estão movimentando as redes”, detalha Maíra Fischer. Além disso, as vendas online devem ser uma plataforma que vai fomentar ainda mais a comercialização. “Estamos articulando uma parceria com grandes ecommerces nacionais, a conversa está bem encaminhada”, ressalta.

Inicialmente, o governo do estado havia comprado 200 mil máscaras e agora o pedido soma mais um milhão. Porém, o programa de ações também abrange outros tipos de fomento. Uma linha de crédito voltada para os empreendedores do segmento foi disponibilizada desde o início do mês pela Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), com empréstimos de até R$ 50 mil, somando R$ 6 milhões em crédito. Com taxas de juros de 0,31% ao mês, o recurso deve ser utilizado para o capital de giro e compra de matéria-prima.

Inclusive, a compra de matéria-prima promete ficar mais fácil, já que o Governo de Pernambuco autorizou o funcionamento de lojas de tecido e aviamento desde a última sexta-feira. “Muitas empresas estavam com dificuldades para comprar insumo e elas foram autorizadas a abrir para dar mais fôlego à região, vai beneficiar todo mundo”, garante a secretária. O objetivo é dar acesso aos insumos necessários para a confecção das máscaras de tecido, que serão cada vez mais necessárias. Um decreto estadual torna obrigatório, a partir desta segunda-feira, o uso do item de proteção para funcionários e colaboradores dos estabelecimentos comerciais que está com o funcionamento permitido. Para o restante da população, há a recomendação do uso de máscaras também.

Diario de Pernambuco

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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