Do G1
Procurado pela Polícia Civil, desde o início da manhã desta terça, o vereador do Recife Estéfano Menudo (PSB) resolveu se entregar ao sistema penitenciário, no fim da manhã. Ele já está preso no Centro de Observação e Triagem de Abreu e Lima (Cotel), na Região Metropolitana.
De acordo com promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Marcellus Ugiette, o parlamentar ligou para ele na tarde da segunda-feira (28) informando que queria se entregar. Menudo se apresentou ao lado de dois policiais, também acusados pela Justiça e procurados pela polícia.
“Fiz o encaminhamento. Esse caso de Menudo é emblemático, já que ele ainda tem um recurso para usar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo assim, está preso por determinação judicial. Foi uma decisão importante da parte dele. Tem gente que prefere fugir”, afirmou o promotor.
As buscas para prender o vereador começaram no início por volta das 5h desta terça. Agentes estiveram na residência dele, no bairro do Bongi, na Zona Oeste da capital. Sem concorrer à reeleição, Menudo conseguiu eleger sua filha, Nathália de Menudo (PSB), este ano.
O parlamentar foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) por tortura e concussão, isto é, extorsão de dinheiro ou exigência de vantagens indevidas por funcionário público em exercício.
A sentença foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois que os advogados de defesa entraram com recurso. O G1 tentou contatar o vereador, mas não obteve sucesso.
A Presidência do TJPE recebeu, na segunda-feira (21), um telegrama do ministro Sebastião Reis Júnior, da Sexta Turma do STJ, solicitando o cumprimento imediato da prisão do parlamentar.
Menudo teria cometido esses crimes na função de policial civil. Ele foi condenado, pelo juiz da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública da Capital, Honório Gomes do Rego Filho, a cumprir oito anos e nove meses de reclusão.
O parlamentar interpôs recurso no segundo grau da Corte, mas a decisão foi mantida. No último grau do recurso, o Superior Tribunal de Justiça, a pena foi reduzida para cinco anos, oito meses e 12 dias.
De acordo com a assessoria da Corte estadual, o documento enviado pelo ministro do STJ foi encaminhado para o Cartório de Recursos aos Tribunais Superiores do TJPE. A Polícia Civil segue procurando um dos acusados.